por Eduardo Guerini
Tomando uma dose de mescalina
democrática para acreditar nas
propagandas eleitoreiras e suas alianças
de ocasião. Na alienada condição de eleitor
desencantando e desiludido com
as novas regras eleitorais.
propagandas eleitoreiras e suas alianças
de ocasião. Na alienada condição de eleitor
desencantando e desiludido com
as novas regras eleitorais.
Todo
processo eleitoral se caracteriza pela disputa competitiva pelo voto do
eleitor. Quanto maior o número de partidos, a condenada fragmentação no sistema
político brasileiro, que se acentuou no período de transição democrática, mais
garantida a sustentabilidade e governabilidade de governos sem lastro na base
social. Tal conceito de
representatividade e legitimidade é amparado com laivo na “vontade geral” que
potencializa a soberania popular, garantindo mandatos temporários e alternados
na democracia moderna.
O
resultado materializado das eleições diretas, subsume uma “potência de poder”
aos vencedores do pleito eleitoral, nas diversas instâncias federativas, seja
no Município, nos Estados ou na União. Dai, a concepção totalizadora que a maioria
conquistada na eleição (50% + 1), submeteria os perdedores ao consenso que
legitima qualquer ação dos vencedores.
Embora,
a extensão do sufrágio universal, a forma partidária representativa constituída
em corpos políticos subordinados a Constituição, submeta uma miríade de
institucionalidades perdidas nas estruturas do Estado Democrático de Direito, a
materialização dos anseios da coletividade, não se evidencia no conceito de “res publicae”- aquilo que é comum para todos, independentemente de suas
origens e classes.
Quando
se observa as grandes manifestações da sociedade brasileira, desde junho de
2013, encurralando os poderes representativos na débil democracia brasileira,
tal o nível de sua corrosão, seja no marco programático ou ideológico, o pacto
constitutivo entre representantes e representados se rompeu. O grau de
resiliência se perdeu pela falta de credibilidade e legitimidade dos partidos
políticos, suas lideranças e sua base parlamentar.
Todo
quadro partidário no Brasil, excluindo, uma ou outra agremiação, que orbita
nessa miríade de siglas sem lastro ideológico e base programática, com claro
afastamento dos movimentos sociais – organizados ou não, trata de usar o
“horário eleitoral gratuito” (sic) como meio para vender seus produtos – os
candidatos.
Por
extensão, os partidos e suas coligações ambicionam tomar o poder incumbente de
plantão para, no menor tempo possível- aparelhar as siglas, usando os meios
sórdidos da cooptação e compra direta de apoios, sem direito aos descontos
promocionais ou liquidação.
Neste
processo de alienação mórbida, nada melhor que recorrer às velhas fórmulas do
êxtase xamânico, usando a mescalina,
alucinógeno retirado do peiote – um
pequeno cacto encontrado principalmente no México e Sul dos EUA, com algumas
espécies distribuídas na América Central e do Sul.
Como
as campanhas eleitorais sob a égide das
novas regras impostas pela mini reforma política continuam a reproduzir o velho e trágico
enredo da enganação, onde candidatos se apresentam como salvadores da pátria,
partidos se isentam de qualquer profanação ética, coligações são firmadas e entregues para consumação do maior tempo de rádio e
televisão, nada melhor que seguir o peiotismo eleitoral, consumindo mescalina para aturar tamanha
hipocrisia e desfaçatez das candidaturas e partidos que se apresentam neste
pleito municipal de 2016.
Neste
cenário desolador, a Síndrome do Eleitor Desiludido somente encontrará
superação consumando essa miragem democrática, com uma boa dose de cantigas
xamânicas pedindo proteção, poder e compreensão aos deuses.
Afinal,
não é fácil para o eleitorado brasileiro nesta jornada de eleições bi-anuais
ser enganado e tratado, sistematicamente, como idiota funcional. Somente mesmo,
mascando alguns botões de peiote!!!
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