por Emanuel Medeiros Vieira
Em memória de Elke, lembrando "nossos anos jovens".
“O que a civilização suavizou em nós?" (Fiódor Dostoiévski, em “Memórias do Subsolo”)
O Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) anunciou que, ao menos, 50 milhões de crianças vivem “deslocadas” em diversas partes do mundo após abandonarem seus lares em consequência de guerras, violência e perseguição.
“As imagens indeléveis das crianças vítimas – o pequeno corpo de Alan Kurdi encontrado em uma praia ou o olhar perdido no rosto ensanguentado de Omran Daqneesh, sentado em uma ambulância após a destruição de sua casa - sacudiram o mundo inteiro” disse Anthony LOake, direto-geral do UNICEF.
E os outros? Cada foto, cada menina ou menino - como disse Lake - simbolizam milhões de crianças.
Chegamos a altos patamares nos avanços tecnológicos (e melhoramos por dentro?) - e armas químicas estão sendo usadas na guerra da Síria, como foram jogadas pelos americanos no Vietnam.
É civilização? Aonde chegamos! O abutre esconde-se atrás do homem dito civilizado.
Chego a lembrar de Millor, que dizia que o homem é um animal que deu errado.
Tudo vira apenas estatística.
Podemos nos comover com imagens tão cruéis, mas logo esquecemos.
E as bombas continuam caindo. Tudo pelo poder. Camus dizia que no Século XX o poder era triste.
Creio que não só naquele século, mas também neste no qual vivemos - e em todos os outros. O que vemos são muros, racismo, xenofobia. E mais horrores.
Diante deste dantesco quadro, Anthony Lake conclamou as autoridades a acabar com a detenção de crianças imigrantes e de solicitantes do status de refugiados.
É ainda possível fazer um apelo pela vida e contra a indústria armamentista?
Não sei. Mas (como digo sempre), é a palavra que ficará. Não a omissão.
“As imagens indeléveis das crianças vítimas – o pequeno corpo de Alan Kurdi encontrado em uma praia ou o olhar perdido no rosto ensanguentado de Omran Daqneesh, sentado em uma ambulância após a destruição de sua casa - sacudiram o mundo inteiro” disse Anthony LOake, direto-geral do UNICEF.
E os outros? Cada foto, cada menina ou menino - como disse Lake - simbolizam milhões de crianças.
Chegamos a altos patamares nos avanços tecnológicos (e melhoramos por dentro?) - e armas químicas estão sendo usadas na guerra da Síria, como foram jogadas pelos americanos no Vietnam.
É civilização? Aonde chegamos! O abutre esconde-se atrás do homem dito civilizado.
Chego a lembrar de Millor, que dizia que o homem é um animal que deu errado.
Tudo vira apenas estatística.
Podemos nos comover com imagens tão cruéis, mas logo esquecemos.
E as bombas continuam caindo. Tudo pelo poder. Camus dizia que no Século XX o poder era triste.
Creio que não só naquele século, mas também neste no qual vivemos - e em todos os outros. O que vemos são muros, racismo, xenofobia. E mais horrores.
Diante deste dantesco quadro, Anthony Lake conclamou as autoridades a acabar com a detenção de crianças imigrantes e de solicitantes do status de refugiados.
É ainda possível fazer um apelo pela vida e contra a indústria armamentista?
Não sei. Mas (como digo sempre), é a palavra que ficará. Não a omissão.
(Brasília, setembro de 2016)
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