O Governador Raimundo Colombo continua nas suas andanças por Santa Catarina, distribuindo promessas e convênios para os municípios catarinenses. Não é uma prática condenável para um gestor, tendo em vista que, o governo escolhe fazer ou não fazer. A questão em foco são as sucessivas crises visíveis no horizonte estadual, cotidianamente divulgadas pela imprensa provinciana “chapa branca” com uma tonalidade rósea. Na confortável maioria legislativa, com um exército de “comissionados” distribuídos por secretarias e agências de desenvolvimento regional, o famoso “cabidário político”, o bonachão governante distribui sorrisos e algumas esperanças financeiras para municípios em estado de penúria existencial, buscando alçar um posto mais alto no rol da republiqueta brasileira – o Senado Federal.
Tal intento político terá um impacto nas alianças provincianas, onde partidos políticos da aliança majoritária que governa Santa Catarina desde os primórdios, apenas trocam postos para continuar na bonança estatal. Enquanto os gestores e sua representação política fazem conchavos de bastidor e disputam espaços, os catarinenses são inebriados por uma intensa campanha que Santa Catarina é um lugar excepcional para se viver. Estamos na Suíça brasileira!!!
A fantasia governista vendida via mídia provinciana é contrastada na dura realidade encenada na vida cotidiana. A segurança pública está em frangalhos, o sistema penitenciário em colapso, e, o silente secretariado da área, não consegue esconder a elevação das mortes violentas nas principais cidades catarinenses, especialmente, a capital do Estado – Florianópolis.
Na área da saúde, os hospitais públicos e conveniados continuam sua romaria para Secretaria de Saúde, contabilizando recursos represados (sic!) de aproximadamente R$ 800 milhões. Nem mesmo a troca de gestores, geralmente políticos profissionais que usam a pasta para sua projeção estadual, e, nada fazem para resolver o imbróglio da saúde pública catarinense. Da falta de remédios, gasolina para ambulâncias do SAMU a dívidas com terceirizados, o governo trata de alongar o prazo para quitação do repasse de recursos.
Na área de infraestrutura, as propagandas vistosas do mundo colombino, contrastam com problemas nas estradas vicinais, na logística de distribuição de produtos, ao ponto da FIESC reclamar publicamente que o Oeste está isolado do litoral, tal como na época do Contestado.
Na educação estadual, um exército de professores desalentados, com salários pífios, tenta desesperadamente manter algum nível de qualidade nas escolas sucateadas. Não bastasse o desencantamento com a profissão, a gestão das escolas foi partidarizada, e, muitos dos temporários sequer têm qualificação para o magistério. No caso da educação superior, a UDESC pena com a falta de recursos para sua interiorização e manutenção, assim como, o Sistema ACAFE está ruindo pelos atrasos nas bolsas dos Artigos 170 e 171. Uma lástima com as futuras gerações.
No cenário fiscal, o governo estadual comemorou o alongamento da dívida estadual com o Governo Federal, renegociando os juros e prazos, porém, continuou elevando o comprometimento das receitas estaduais em novos empréstimos e endividamentos.
Os últimos relatórios do TCE – Tribunal de Contas do Estado demonstram que as operações do Executivo criaram uma nova engenharia financeira para desviar recursos dos órgãos do Estado e dos municípios no repasse constitucional que somavam R$ 414 milhões, as famosas “pedaladas fiscais”. Neste cenário devastador, os conselheiros do TCE/SC, nomeados politicamente tratam de solicitar “vistas”, mas parecendo “vistas grossas”, retardando a solução para o desvio de finalidade e uso irregular das receitas no chamado Fundo social. Acrescenta-se ao cenário fiscal devastador de queda de receitas, elevação das despesas, pedaladas fiscais e novos empréstimos, a falta de iniciativa política dos parlamentares e órgãos de controle para estancar a “sangria” dos cofres estaduais.
Na atual conjuntura, o Governador e seu secretariado, silenciosamente estão levando Santa Catarina para o caos administrativo/operacional, deixando para o futuro mandatário um legado maldito, tal como o cenário desolador da Coxilha Rica.
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