por Leal
Roubão
Dizem as fontes a quem consultei que há no Brasil uma
expressão muito conhecida e usada em diversas situações: O macaco meteu a mão na cumbuca.
Recentemente, soubemos pela imprensa brasileira que um
ex-assessor, motorista e segurança de um deputado estadual pelo Rio de Janeiro,
Flávio Bolsonaro, movimentou em dois anos, 2016 e 2017, doze parcelas de R$ 100
mil reais, totalizando R$ 1 milhão e duzentos mil reais. Diz o relatório do
órgão financeiro que cuida destas movimentações, que são consideradas atípicas.
De fato, para quem recebe salário de R$ 7 mil reais e uma aposentadoria de R$
12 mil reais, difícil economizar R$ 50 mil reais mensais por dois anos inteiros
e chegar ao valor de R$ 1.200.000,00.
Mas, há várias hipóteses que devem ser consideradas na
investigação do Ministério Público Estadual.
O Rio de Janeiro é uma cidade muito perigosa. Está,
inclusive, sob intervenção federal em razão da alta criminalidade. É possível
que o deputado Flávio Bolsonaro peça ao seu segurança para cuidar do seu
salário mensal que deve girar em torno de R$ 33 mil reais. Mas, aí faltariam R$
17 mil para chegar aos R$ 50 mil reais.
Outra hipótese é o jogo do bicho, muito popular no
Brasil, em especial no Rio de Janeiro. O macaco é o 17 e pode ser que o
motorista – assessor e segurança tenha acertado várias vezes no milhar do
macaco. Pode!
Pode ter acertado 12 vezes no milhar do jogo do bicho,
sempre ganhando R$ 100 mil reais.
Pode ter sido também uma daquelas correntes da
felicidade. Um passa para o outro até que alguém acerta.
Pode ter sido a venda de um imóvel. Pode!
Pode ter sido a doação de um parente distante. Pode!
Tudo pode até que o MPRJ termine a investigação.
Enquanto isso, diz a Bíblia no livro de João, capítulo
8, versículo 32: CONHECEREIS A VERDADE E ELA VOS LIBERTARÁ.
O presidente diplomado, Jair Bolsonaro, bem como seu
Chefe da Casa Civil, deputado Onyx Lorenzoni, costumam repetir a máxima de
João, o apóstolo. O deputado tem a tatuagem no braço direito com a frase para
lembrar constantemente do perigo da mentira.
É importante neste inicio de governo, lastreado na
vitória sobre a corrupção, que não fique nenhuma dúvida sobre as tais
movimentações financeiras de pessoas próximas à família presidencial. Até porque, o esclarecimento fortaleceria ainda mais
os seguidores de João.
Por último, apenas como hipótese, é comum nas casas
legislativas, municipais, estaduais e federais, a prática da caridade ou do
pecado com o corpo alheio.
Se paga ao funcionário do gabinete do legislador dez
moedas e se obriga que ele devolva cinco. É uma forma indecente de se apropriar
dos recursos públicos usando a cumplicidade daquele que se submete à tramoia.
Que a Bíblia, tão citada pelos vitoriosos, seja
seguida e respeitada e que não se desmereça em vão o nome do macaco, nosso
herói do jogo do bicho com a camisa 17.
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