sábado, 27 de julho de 2019

2019/1

por Marcos Bayer
  
 O primeiro semestre foi assim: No poder executivo muita marola e frases de efeito. O discutido decreto sobre porte e posse de armas de fogo, os índices de remoção da cobertura vegetal na Amazônia, a taxa tributária de uso na Ilha de Fernando de Noronha, os "paraíbas" e o filet mingnon da embaixada em Washington. 
   Teve também o caso do Queiroz que trabalhava com o filho deputado, hoje senador. E a remoção da embaixada para Jerusalém em Israel. A Damares e o seu LSD. Os ministros da educação, todos eles sem ela. O ministro da infraestrutura privatizou alguma coisa e inaugurou acostamento em Florianópolis, a chamada terceira pista.
   No Legislativo, a Câmara dos Deputados, monotemática quase conseguiu aprovar uma reforma na previdência, com 379 votos e R$ 2,5 bilhões em emendas parlamentares, todas legais. Vai para a segunda votação. No Senado da República, conseguiram aprovar uma emenda constitucional dando a eles senadores, o direito de apreciar as Medidas Provisórias, por trinta dias. David Alcolumbre foi destacado como o grande líder por seus pares. No Poder Judiciário, através de sua presidência, duas medidas relevantes: a violação da artigo 220 da Constituição Federal que garante a liberdade de expressão, ao tirar do ar o site da revista Cruzoé. E a proibição de usar informações do COAF na investigação e instrução processual.
   Este foi o Brasil do primeiro semestre de 2019. Os três pilares de Bolsonaro começam a balançar. Onyx Lorenzoni parece não brilhar como a pedra papal. Sérgio Moro, responsável pela maior rede de captura e desmantelamento do crime organizado no país, está dando explicações sobre as tais gravações interceptadas. E o Paulo Guedes, tentando, liberar parcela do FGTS, para levantar a economia através de medida keynesiana. Para um liberal clássico como ele, algo está fora da ordem mundial. Desemprego aumenta, juros caem no Banco Central mas aumentam no banco da praça. 
   Se o governo não acertar o passo neste segundo semestre, temos duas hipóteses: o embaixador em Washington vai ao FMI e pede dinheiro para pagar a conta e ou os militares, constitucionalmente, assumem o controle para tentar salvar o país.
   Não por acaso aumenta a procura pelo Golden Visa, em Portugal, para os que puderem comprar um imóvel acima de $ 500 mil Euros. Aumenta também a procura por oportunidades gerais entre brasileiros de qualquer idade. E parece que não é apenas pelo idioma que se aproximam os dois povos. Enquanto isto, este povo manso e cordial, assiste diariamente a Juliana Paes, aumentar a audiência como a Dona do Pedaço.
 
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário