domingo, 24 de maio de 2020

Feudalismo Moderno

 por Marcos Bayer 
   Quem assistiu a íntegra da gravação relativa à reunião ministerial de 22 de Abril passado, perceberá pelo menos duas propostas de mitigação da crise econômica pós pandemia.
   Paulo Guedes sugere o recrutamento de jovens para os quartéis ao custo de R$ 200,00 reais per capita/mês, visto que as instalações militares devem ter uma capacidade ociosa. Estes jovens teriam formação escolar e física. Estimou em um milhão de vagas. O ministro do Turismo sugeriu a abertura dos cassinos nos resorts brasileiros. Assim, com base no recrutamento militar e no jogo, entende o ministério, geraríamos empregos. É verdade!
   O problema é que seremos uma nação com trinta milhões de desempregados antes do Natal.
   Assim, a exemplo do que ocorreu na queda da Roma Antiga, proponho a senhora ministra da Agricultura, modestamente, um feudalismo moderno. O Brasil tem água, sol e terra.    Elementos necessários à germinação.
   Terá um continente de mão de obra monumental.
   Sabemos produzir alimentos. O agronegócio é um dos pilares da economia nacional. Podemos definir áreas para as diversas atividades agrícolas. As agroflorestas. Os biodigestores. Aos céticos recomendo os kibutz de Israel. A experiência de fruticultura de Petrolina no Pernambuco.
   O programa de troca-troca nos governos Amin/Fontana e Amin/Bauer em Santa Catarina, onde o governo dá a semente e recebe o produto colhido.
   Nós temos terras devolutas, estradas, energia elétrica - eólica - solar, telefonia celular, Internet e máquinas agrícolas.
   Será bem mais fácil do que foi na Idade Média. Temos medicina, veterinária, assistência técnica.
   Capital? Emitam moeda ou chamem capital externo. Para produzir comida, a China e a Índia não irão titubear. Os árabes, tampouco.
   Ao invés de "passar a boiada" como quer o ministro do meio ambiente, melhor cuidar dos bois.
   O maior assentamento rural do Brasil está nas suas mãos, senhora ministra da Agricultura. FIAT LUX - FIAT PANIS.
   O desemprego é a experiência humana mais deprimente.   Psíquica e material.
   Salve vidas!


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