Por
Eduardo Guerini*
O
período que antecede um grande evento esportivo internacional, no país-sede da Copa de 2014, deveria ser em
tese, momento de júbilo, pela escolha,
e, de apreensão diante das expectativas criadas em torno da preparação. É tempo de concentração para o
acolhimento de inúmeros torcedores e
seleções de todo o mundo. Porém, a tática governamental não resultou em bons
resultados na tabela de aprovação popular.
Os
brasileiros - vivem uma crise de
identidade sem precedentes. O pessimismo tomou conta diante do ufanismo
“verde-amarelo” de outrora. Nem a seleção empolga, tampouco o governo cumpriu a agenda de
compromissos elencados como prioritários para realização de uma Copa do Mundo. A pátria de chuteiras - alusão
simbólica de nossa força desportiva subsumiu nas contradições de um governo em curva descendente diante da
desaprovação popular frente aos excessivos gastos para construção das chamadas “arenas”
de competição futebolística. Nossa torcida está dividida!!!
A
falta de legitimidade e transparência das ações governamentais diante dos compromissos assumidos com a FIFA – Federação Internacional que controla todos os processos para
realização do evento, colocou novamente o governo Dilma em posição de
subserviência, tal como um time na
retranca, o Brasil é um gigante
prostrado para a alegada “Copa das
Copas” – expressão midiática entoada
pelos engajados em manter a ordem diante do caos que se transformou o megaevento. Como
disse recentemente, um ex-jogador e embaixador do evento, estamos
envergonhados pelo atraso e falta de obras essenciais para recebimento dos
torcedores do país e do mundo nas cidades-sede.
Assim, os eventos futebolísticos são narrativas
simbólicas e legitimadoras de uma alienação que se transformou no “ópio do povo” brasileiro, e no “opóbrio governista” diante de
denúncias reiteradas de estádios com
obras superfaturadas, desvios de recursos,
morte de operários na construção, falta de obras infraestruturais de mobilidade urbana, e, principalmente
a ausência de um PADRÃO FIFA para os
serviços públicos essenciais e necessários para
a população carente em educação,
saúde, segurança, saneamento básico e
mobilidade urbana.
Diante
de uma população no ataque desde os
movimentos de junho de 2013, contra os gastos da Copa de 2014 e falta de
planejamento do Governo Federal, por outro lado, a propaganda oficial tenta por
todos os meios midiatizar o aspecto positivo via consumo emocional, louvando os méritos do
legado.
Nunca
um símbolo da Copa foi tão sugestivo. Se a Copa se transformar no caos esperado pelos críticos – faremos tal como o Tatu-Bola em extinção, nos envolveremos
em nossa carapaça, envergonhados pela nossa incompetência gerencial. Caso contrário, as unhas serão usadas pelo governo
federal para aniquilar seus inimigos. De toda forma, os fulecos brasileiros serão os fiéis depositários da fatura que pagarão ao final da festa.
Eis
o grande legado para republiqueta dos
bruzundangas!!!
*Eduardo Guerini, Economista , Mestre em Sociologia Política. Professor da
UNIVALI , no PMGPP – Mestrado Profissional em Gestão de Políticas Públicas.
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