Desconfiam os entendidos que o avião em que estava
Eduardo Campos pertencia aos usineiros do PFL. Neste caso, Marina Silva está em
apuros, pois precisará de outras fontes para viabilizar uma nova avioneta.
Afora a documentação da aeronave, Marina dispara como um foguete neste início
de campanha. Tentam colocá-la em cheque com a questão do Banco Central atrelado
ou independente do governo. Marina não brinca em serviço, pois sabe que o BACEN
não emite talão de cheques. Logo...
Não há duvidas de que ela conseguiu quebrar mais um
paradigma. Acabou com a dualidade doentia entre PT e PSDB, dois
partidos-governos que não tocaram na questão dos juros da dívida interna, cujo
montante chega a R$ 250 bilhões anuais e que sangra a nação brasileira.
Bancos não vendem bananas ou toalhas. Vendem dinheiro.
E quando o governo passa a ser o maior comprador, os juros vão à estratosfera.
Dívidas (interna ou externa), pobreza e degradação
ambiental fazem parte de um mesmo diagnóstico. Quem deve não pode se
desenvolver, não pode estancar a pobreza e não tem recursos para cuidar de seus
jardins ou florestas. O patrimônio ambiental e humano é colocado a serviço do
pagamento das dívidas. É assim numa família de agricultores, é assim numa
sociedade endividada.
Parece que Marina está conseguindo mostrar ao povo
brasileiro a tênue ligação entre economia e ecologia. Não sabemos como agiria
numa eventual vitória, mas sabemos que ela conhece (ainda que intuitivamente)
as consequências da submissão da ecologia à economia.
Aristóteles, em A
POLÍTICA, ensina textualmente: Sempre que houver superpopulação haverá
pobreza. E as consequências da pobreza são dissensão cívica e violência de
todas as formas.
Quando imaginava o conceito de superpopulação,
evidentemente não pensava nos atuais sete bilhões de humanos no planeta. Mas,
um excesso de gente em qualquer espaço natural incapaz de acomodar as pessoas
com harmonia, habitação, alimentação, trabalho, educação e lazer.
Parte da direita brasileira que apostou em Eduardo
Campos, continua com Marina da Silva porque precisa dela para o segundo turno.
Imaginavam que daria Aécio e Dilma na final.
O problema é que o caroço ficou maior do que o
abacate, como diria o Doutel de Andrade. Agora, a coisa pode complicar. Marina
da Silva adquiriu personalidade política própria e robusta.
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