Preparando
a aula teatral sobre eficiência e eficácia na gestão pública, diante da falta
efetiva de gestores com diagnóstico realista sobre a realidade municipal.
A conjuntura política do ano de
2017 continua traduzindo o problema político central na gestão pública
brasileira, a fantasia da propaganda eleitoral fruto da mistificação no
processo de recondução ou escolha dos novos gestores, continua legando um descrédito
total nos partidos políticos e seus atores.
O personagem produzido pelos
“marqueteiros de araque” no programa eleitoral gratuito (pago pelo contribuinte
brasileiro) , se transforma no teatro
dos horrores com elevação de um realismo fantástico destoante da catástrofe das
finanças municipais. Em todos os programas, nenhum diagnóstico produzido pelo
“Tribunal Faz de Conta”, nada de projetos com apoio de especialistas, apenas um
cenário de festim para enganar “incautos e afáveis” eleitores que se deleitavam
nas imagens de dar “água na boca”. Os
atos e omissos são obras do acaso simbólico e da amnésia seletiva de partidos
políticos e suas coligações.
As sucessivas gestões municipais
se embaraçam no enredo produzido pela Constituição de 1988, consubstanciadas no
corolário do “neoliberalismo periférico e caboclo”, transferência de
responsabilidades, orçamento engessado e centralização de recursos nos Estados
e União. A penúria fiscal contrastada
pela incapacidade de prefeitos eleitos e suas coligações ampliar a base de
arrecadação com “recursos próprios”.
Eis que os performáticos
prefeitos eleitos na safra de 2017, amparados por uma assessoria de “efeitos
especiais” começa com cofres vazios, aspirações amplas e múltiplas, demandas
sociais latentes, sem contudo alterar a
lógica da política do engodo para com eleitores e cidadãos nas municipalidades.
A produção de entrevistas previamente arregimentadas pela mídia provinciana e
seus colunistas “chapa branca” tece um rosário de lamentos , com vistosas
aparições em “coletivos urbanos”, “pedalando pelas cidades” , “limpando praças”, “travestido de gari” , “tocando violão para
turistas desavisados”, “visitando as filas das UPAS” e outras performances
bizarras. Todo o enredo tenta separar o
gestor político, do “novo gestor” ,
aquele sujeito que arregaça as mangas e
coloca a mão na massa .
No esteio dos cofres vazios, equipes reduzidas e acordos amparados na
coalização que submete o Poder Legislativo ao
governismo de cooptação, qual a política adotada – atacar os servidores
concursados em seus direitos, reduzir o investimento já contraído , e,
propor alternativas para aumentar a arrecadação na base , sem tocar no topo da pirâmide social dos
municípios. Por coincidência, a elite
municipal que está no topo é geralmente a financiadora e apoiadora de primeira
hora de medidas que repetem o mantra do novo gestor : “fazer mais com menos,
e, melhor”.
Nesta performance sem ritmo e
desenvoltura , as primeiras ações relembram o padrão Odorico Paraguaçu: “Vai
ter uma confabulância político-sigilista”. Enfim, nada de transparência e diagnóstico realista
sobre a falência do atual sistema político e pacto federativo.
Quem pagará a
conta já esta definido e acordado por todos os gestores – o cidadão mais
necessitado.
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