O que é o TESOURO? É
aquele baú de madeira onde os piratas guardavam as moedas de ouro, a prataria,
as pedras preciosas, e as joias? O que é o cofre? O baú moderno, feito de
ferro, onde guardamos as mesmas coisas e ainda as apólices de seguro, os
testamentos, os certificados de depósitos bancários e as notas de dólares ou
euros?
O Tesouro Nacional é
isto. O cofre onde guardamos os dinheiros de um país. O Brasil tem
aproximadamente U$ 356 bilhões de dólares em reservas cambiais depositadas de
formas diferenciadas e ao que consta sem remuneração, atualmente, visto que a
taxa de juros nos EEUU é zero. Elas são importantes porque garantem nossas
importações por 16 meses e lastreiam posições financeiras nacionais.
Além desta
informação, importante salientar que no Orçamento Nacional de 2020, no montante
de R$ 3,8 trilhões de reais, metade dele (50,7%), ou seja, R$ 1,9 trilhão está
comprometido com a rolagem da dívida pública, despesas financeiras, juros e
amortização do capital. Sendo que a amortização é sempre menor visto que a
dívida é sempre crescente. Lógica matemática.
Números a parte,
sabemos que na crise de 1929 na Bolsa de Nova York, como na recuperação da
Europa no pós-guerra, através do Plano Marshall, foi em ambos os casos a ação
do Estado/governo norte americano que salvou o capitalismo no século 20.
Ao longo da História
é sempre o Rei, o Faraó, o Imperador Romano ou o Chinês que resolvem a crise. O
Estado, portanto.
O mundo em que
estamos vivendo está passando por transformações que vão além da cibernética,
da uberização
do trabalho, do compartilhamento de espaços para produção e para residência, da
mobilidade urbana e da própria educação.
A crise que se
apresenta, ainda não totalmente dimensionada, em razão do Corona vírus, só
poderá ser ultrapassada com a presença do ESTADO.
Uma prova cabal é que
ao propor medidas de emergência para os que ficaram sem renda, o governo ouviu
dos bancos privados que eles participarão com 15% do esforço. Como são três
grandes bancos, cada um entra com 5% nesta tarefa.
Alguns poucos países
devem sair da crise sem muitas alterações em seus sistemas financeiros. A grande maioria,
entre eles o Brasil, terá que ter a ajuda primordial do ESTADO. Será uma tarefa
Keynesiana. Aquela que inspirou Roosevelt em 1932.
Acho que temos uma
excelente oportunidade de estatizar o sistema financeiro nacional. Os grandes
bancos não respeitam a taxa SELIC do Banco Central que a fixou em 3.75% anuais.
Na ponta os bancos privados cobram 12% mensais.
Os bancos privados
tiveram um lucro de R$ 82 bilhões de reais em 2019.
A economia só se
movimenta, é assim no mundo civilizado, quando a taxa de juros permite ao
cidadão tomar empréstimo para empreender e poder pagar a dívida contraída.
É assim que funciona
o capitalismo. No Brasil nem isto temos. Bancos estaduais
públicos podem funcionar com lucratividade e eficiência. O BANRISUL é um
exemplo.
O Congresso Nacional,
além das medidas emergenciais, poderia discutir o tema da estatização do
sistema bancário. A Caixa Econômica
Federal e o Banco do Brasil são bancos públicos.
A dívida pública,
acima citada, poderia ser equacionada com outros parâmetros. E a decência seria
restabelecida.
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