“Essa é a maravilhosa tolice do mundo: quando as coisas não nos correm bem - muitas vezes por culpa de nossos próprios excessos - pomos a culpa de nossos desastres no sol, na lua e nas estrelas...sendo toda nossa ruindade atribuída à influência divina... Ótima escapatória para o homem, esse mestre da devassidão, responsabilizar as estrelas por sua natureza de bode! (Shakespeare, Rei Lear, Ato I, Cena II)
As inúmeras campanhas institucionais de Raimundo Colombo e seus marqueteiros entoavam um mantra: Crise? Que Crise? Santa Catarina era a terra do trabalho e não seria atingida de modo algum, diante de um modelo de eterna prosperidade, com um modelo econômico louvado em prosa e verso.
Nos últimos meses, o Governo Colombo continua colhendo resultados pífios em virtude de inúmeros fatos, que emergiram para os colunistas provincianos, que vivem como Cassandras alucinadas desejosos apenas de vender profecias para colher certa realidade. O silêncio envergonhado de alguns colunistas contrasta com a louvação descarada, sem qualquer leitura da crise fiscal que levará o governo catarinense a bancarrota.
O relatório do Tribunal “Faz de Contas” do Estado de Santa Catarina, aprovado com ressalvas, não foi rejeitado por questões de minutos, garantindo a substituição técnica de conselheiros que colocariam Raimundo Colombo sob suspeição diante de nova “engenharia financeira”, mais conhecido no jargão popular por “pedaladas fiscais”. Como apontou excelente matéria do Farol reportagem “Mesmo com “pedaladas” de R$ 470 milhões em 2016 e falta de transparência na renúncia fiscal de R$ 5,4 bilhões, TCE aprova conta de Colombo. Prática também tinha foi verificada nas contas de 2015.”
O colapso fiscal é visível em diversos setores, tais como: saúde pública - com hospitais/CEPON/ Unidades clamando por recursos legalmente obrigatórios, que se transformaram em promessas nunca cumpridas. A segurança pública não se compara ao caos do Estado do Rio de Janeiro, porém, a elevação de mortes violentas somadas a crise no sistema prisional, são contrastantes. Na educação, o silêncio dos professores diante da precariedade de escolas e condições, é ofuscado por anúncios de obras em propagandas de realismo fantástico.
Nesta conjuntura recessiva, a geração de emprego e renda é cada vez menor, considerando a queda no investimento privado, com fechamentos de unidades produtivas por todo Estado de Santa Catarina. A queda na atividade econômica repercute diretamente na arrecadação de impostos estaduais, com substantiva redução nos impostos federais para o Fundo de Participação do Estado (FPE). A condição de penúria fiscal do Estado emergiu quando empresários foram chamados para contribuir “voluntariamente” com doações para abastecimento de ambulâncias do SAMU e compra de medicamentos para unidades hospitalares.
No atual estágio, o Governador Raimundo Colombo continua pedalando e viajando por Santa Catarina para vender mais uma edição do Fundo de Desenvolvimento Municipal – FUNDAM, um projeto que é lançado rotineiramente na véspera de eleições. Tal esperteza política arregimenta forças políticas de todos os matizes, mas parece ser contestada por alguns deputados que não são aquinhoados com tal regalo que fará parte da dívida pública estadual futura.
O leguleio político e as patranhas fiscais diante do cenário de colapso das finanças estaduais obrigou o Secretário da Fazenda a agir com rigor, reuniu os demais Secretários para “ordenar que as Secretarias definam prioridades”.
A dúvida que fica para os catarinenses diante de um cenário de colapso fiscal, endividamento crescente e recuperação econômica incerta: “qual é a prioridade do Governador Raimundo Colombo e partidos que dão sustentação politica ao seu governo”?
Tudo indica que existe uma diferença abissal entre as prioridades dos catarinenses, de Colombo, dos parlamentares e partidos políticos. Afinal, existe uma eleição no meio do caminho, que garantirá a sobrevivência e foro privilegiado da velha casta política que governa a província Catarina!
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