segunda-feira, 27 de novembro de 2017

As lambanças no mundo colombino

“A nossa felicidade depende mais do que temos nas nossas cabeças, do que nos nossos bolsos.” Arthur Schopenhauer
  
por Eduardo Guerini 
   
Santa Catarina de Alexandria, rogai por nós!!
  Na província catarinense, os analistas políticos da mídia local, tratam as questões de governo como coluna social, simples narrativas de fatos e ações sem contudo perceber o contexto e interesses envolvidos. Os jornais e seus colunistas são mero assessores de imprensa terceirizados por secretários de governo, deputados e governantes de plantão.

   O cenário de caos fiscal que se instalou no Casa d’Agronômica, contrasta com a serenidade clerical das entrevistas cada vez mais modorrentas que o governador Raimundo Colombo e seus secretários concedem para explicações sobre as diversas lambanças na área de segurança pública, saúde e educação. A tentativa diária nos jornais e telejornais é vender um Estado que passou incólume a queda na arrecadação proveniente da maior recessão econômica que o Brasil vivencia. Eis que nossos ufanistas e regurgitadores sem capacidade crítica, narram o febril estado da saúde, a endêmica elevação da insegurança pública, os problemas na educação, como se fosse mero acaso, não resultado de uma política deliberada de um governo que alimenta no segundo mandato a máquina reeleitoral.

   As contas do governo do Estado, ressalvadas por pedaladas fiscais que garantiram o financiamento da reeleição colombina em 2014, são tratadas como fruto de um engano no código de recolhimento do ICMS. Uma fatura que foi avalizada pelo “Tribunal Faz de Contas”, um fiel depositário de políticos em conluio com o compadrio familiar que impera na província catarinense.

   A Assembleia Legislativa de Santa Catarina continua servil aos desígnios da engenharia política em ampla coalizão governista que silencia e aprova todos os projetos condicionados no rodízio interminável de cadeiras do parlamento catarinense para projetar políticos suplentes e cabos eleitorais da base. Mesmo com restrições graves apontadas por técnicos do TCE/SC, com pedaladas fiscais que ultrapassam a casa do bilhão, com redução nos repasses dos poderes e UDESC, assim como reduzir o repasse aos municípios desde 2015. A reiterada prática é minimizada com a reedição do FUNDAM – Fundo de Apoio aos Municípios, mais uma obra e graça da lambança colombina endividando o Estado e lançando o “papagaio das dívidas” para o futuro inquilino da Casa d’Agronômica.

   As lambanças no segundo mandato de Raimundo Colombo são obra e feito de secretários que encontram terreno fértil na falta de transparência, na cooptação rasteira, num governo sem projeto, com velhas lideranças políticas que não se cansam de usar e abusar do aparato estatal da província para criar expedientes, garantindo sua sobrevivência política. Estranhamente, a mídia trata de lançar pesquisas de intenção de voto para o pleito de 2018, sem contudo narrar as peripécias de um cambaleante governante enredado no caos fiscal, com dividas bilionárias que se arrasta em explicações insonsas com o inegável auxílio de uma horda de colunista políticos que tratam os atos do governo da província como festejo social.

   Com intendentes de voto de cabresto, colunistas cooptados, um governo de secretários silentes e subservientes, uma Assembleia Legislativa e Tribunal de Contas omissos, a província catarinense segue para o abismo econômico-social, caos fiscal, em claro sintoma de “shut down”, fruto das lambanças da gestão da ineficiência, festejando a chegada de mais um temporada de veraneio com seus transatlânticos, enquanto Raimundo Colombo brindará seu foro privilegiado no Senado Federal.

   Santa Catarina de Alexandria, rogai por nós!!

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