por Emanuel Medeiros Vieira
“Quanto mais escura éa
noite/Maior é o brilho das estrelas/Quanto mais profunda é a dor/Mais perto
estamos de Deus” (Fiodor Dostoievski)
Os cálculos variam.
Para alguns, a referida
“negociação” (com aspas) para barrar as duas denúncias criminais contra Temer teve um custo que pode
chegar a R$32 bilhões. Essa é a soma de diversas concessões e medidas do governo
negociadas com parlamentares entre junho e outubro de 2017,
Negociação é
eufemismo. Foi barganha mesmo.
Vivemos um momento de alta degradação e desalento.Uma espécie de pessimismo coletivo paira no ar.
E para as próximas gerações?
O saudoso escritor João Ubaldo Ribeiro dizia que o melhor do
futuro é que ele não estaria mais aqui...
Temer obteve os votos para barrar as denúncias. Mas continuará a ser
um presidente impopular, fraco, que absorve todas as chantagens.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou
uma nota na qual condena a “barganha na liberação de emendas parlamentares pelo
governo” e faz um alerta sobre a situação social e política do país.
O que fazer? Não sei.
Mais jovem, eu diria (e foi assim que tentamos fazer depois
do golpe de 64: botar o povo na rua – ir além do desencanto e do pessimismo).
Não adianta ficar apenas queixando-se em mesa de bar, ou em
mensagem pela internet.
(Salvador, outubro de
2017)
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