Segue um poema que um velho amigo, desde 1964 - das lutas estudantis ainda do "Secundário"- escreveu, a partir do meu "Caronte", homenageando-me com o título do texto.
Abração do Emanuel
EMANUEL
de Eduardo Dutra Aydos
Pó e pedra, carne e osso, lenho e terra.
É caminho desbravado... tuas pisadas na relva,
e nas folhas secas da mata fechada,
Força e vontade, sonhos e virtudes, riscando no ar.
Vento, nuvem densa de vida e poder...
tua escritura, perene lembrança.
Ternura e paixão...água mansa e turbulenta
Fluídos da alma em penetração profunda.
Resiliente verdade... tua humana compaixão.
Dignidade e lucidez... na travessia de fogo.
Um raio partiu carvalho, e se desfez ao rés do chão.
Deixou eco Giramundo na passagem do trovão.
Aquele que parte retorna, os que ficam vão partir.
Em cada porto de mar, o menino velho à espreita,
registra o ciclo do tempo: vai repuxo, vem maré...
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