quinta-feira, 14 de março de 2019

Duas notas

Calvino                              Marx                             Moisés
por Marcos Bayer
   A primeira diz respeito aos descendentes de italianos que vivem em Santa Catarina, terra de Anita Garibaldi. Na colonização do Estado, a parcela de filhos da Itália chegou aos 42% da formação étnica dos catarinenses. Altair Magagnin, colunista do ND on line, informa que mesmo com o descaso do governo recém-empossado, o movimento para instalar um consulado italiano em SC continua. Diz ele que comandante Moisés travou o processo, mesmo com a cessão de um espaço no Centro Administrativo ofertado por Eduardo Pinho Moreira.
   Esperidião Amin, senador da República, filho de mãe italiana, Marini, membro da comissão de relações exteriores, poderia abraçar a causa. Afinal, a base da agroindústria local, desde o pequeno produtor até o industrial, tem origem na Itália. Os Fontana e a Sadia, os Brandalise e os Ponzoni na Perdigão, os Paludo da Seara, os Bodanese e a Cooperativa Aurora, os De Nês, os Menestrina dos queijos e os habitantes de Laurentino. No oeste catarinense, os italianos construíram a riqueza e nela implantaram sua cultura, além de outros nichos como Nova Trento, Urussanga, Nova Veneza e Ascurra. Certo Rubim?

   A segunda diz respeito ao brilhante Paulo Guedes, uma das cabeças privilegiadas deste país e que segura, por enquanto, o governo Bolsonaro.
   Admito que o Brasil precise de uma experiência econômica liberal, sobretudo para simplificar procedimentos burocráticos, acabar com o favorecimento bancário aos amigos da corte e com os juros galácticos que pagamos à banca. Nós cidadãos e o governo, nesta sangria interminável que dá cor ao Mar dos Judeus.
   Mas, o Dr. Paulo Guedes em suas palestras fala do sacrilégio cometido pela Humanidade ao experimentar o socialismo. E fala de quantos morreram em razão da experiência. Para não alongar, pior do que o sacrilégio referido pelo economista liberal foi a promessa de Calvino que retirou dos cristãos a necessidade de obedecer integralmente às Escrituras, facilitando a licitude da usura. E deu no que deu...
   E em nome da riqueza, do dinheiro e dos juros, o mundo está como está. Aqui no Brasil estamos com vinte milhões de desempregados que não podem empreender por causa do preço do dinheiro.
   Mas, isto não tira o brilho do ministro que tem uma árdua tarefa pela frente.

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