em memória de Anita Bittencourt
55 anos do golpe militar de 1964.
Minha geração (a nascida em 1945 – o
ano como ritual simbólico de passagem de
uma guerra que terminava e outra que começava), sabe bem o que ele significou.
Significou sequelas físicas,
psicológicas e morais.
Marcas no corpo e no “espírito”.
Observa Vladimir Safatle: “Não são
uma bravata a proposição criminosa de comemorar a ditadura de 1964 e as
declarações sórdidas de que foram “probleminhas” as torturas, o terrorismo de
Estado, a ocultação de cadáveres, os estupros, os assassinatos, a censura, o
empastelamento de jornais”.
Marcas no corpo e no “espírito”,
ilusões perdidas, distopias (sim: utopias destruídas).
É triste ver que algumas pessoas gostem
de exibir orgulho, ignorância e simpatia por torturadores e assassinos.
Editorial da própria ”Folha de S.
Paulo” (27 de março de 2019) lamenta que um presidente da República seja um
“entusiasta declarado, por exemplo, do coronel Carlos Brilhante Ustra, um
notório torturador, a quem consi dera um
herói brasileiro”.
O presidente patrocina – como disse
alguém – patrocina a subversãoo de valores ao convocar “uma celebração oficial
para um regime quecfechou o Congreososo, prendeu opositorese usou a otortura e
mortecomo métodos de repressão.
Observa Valadimir Saflatle que “não
são uma bravata a proposição criminosa de comemorar a ditadura de 1964 e as
declarações sórdidas
No fundo, é triste perceber que o quase surreal desgoverno atual, que
parece uma dolorosa “comédia-dramática” de erros primários de ministros (de
áreas fundamentais) absolutamente despreparados, não significa apenas incompetência grosseira:
mas algo “planejado”- UMA TENEBROSA
APOSTA NO CAOS.
É POLÍTICA DE ESTADO, PROPOSITAL,
PARA QUE NÃO INVENTEMOS FINALMENTE A DEMOCRACIAO COM A QUAL TANTO SONHAMOS.
Estarei errado? Me chamarão de paranoico? Espero estar equivocado.
Os ocupantes do poder parecem
preparar dias piores.
Desta vez, eles precisarão calar muitas
vozes.
“O dia 31de março sempre será, na
história deste país, o dia da infâmia e da vergonha. Se alguém esqueceu, nós podemos
lembrá-lo” (Vladimir Safatle).
(Brasília,
março de 2019)
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