domingo, 12 de julho de 2020

Em busca do vírus VI

por Mohamed Bin Harrit

   HABIB, (o camelo), ficou chocado com a destruição ocorrida nos Ganchos em razão do ciclone BOMBA. Cenas não tão arrasadoras quanto no Oriente Médio, mas também preocupantes.
   Na capital, Dr. Rachid e Mosche conversavam sobre o vírus. Recolhido ao Palácio da Agronômica, Moisés sentia a passagem das horas, como no poema de Fernando Pessoa.
 

   São-me simpáticos os homens superiores porque são superiores,
   E são-me simpáticos os homens inferiores porque são superiores
também,
   Porque ser inferior é diferente de ser superior,
   E por isso é uma superioridade a certos momentos de visão.
   Simpatizo com alguns homens pelas suas qualidades de caráter,
   E simpatizo com outros pela sua falta dessas qualidades,
   E com outros ainda simpatizo por simpatizar com eles,
   E há momentos absolutamente orgânicos em que esses são todos os homens.
   Sim, como sou rei absoluto na minha simpatia,
   Basta que ela exista para que tenha razão de ser.
   Estreito ao meu peito arfante, num abraço comovido,
(No mesmo abraço comovido)
   O homem que dá a camisa ao pobre que desconhece,
   O soldado que morre pela pátria sem saber o que é pátria
.

   Assim, em meio ao transe e ao descanso, em meio a solidão e a preocupação, Mosche tenta resolver o caso dos respiradores e do vírus.   Dr. Rachid diz que a questão virótica é mais fácil de resolver.

   Mas, em relação ao pagamento dos R$ 33 milhões, os respiradores que foram pagos e não chegaram, a CPI da ALESC e outras questões correlatas, a melhor solução era culpar o SISTEMA.

   O SISTEMA seria a solução ideal. Reunido o conselho de sábios, ficou decidido que tão logo ocorresse a prisão do SISTEMA, haveria um habeas corpus para solta-lo.

   O SISTEMA solto ficaria sob a vigilância das Forças Policiais até que o assunto fosse esquecido ou arquivado.

   E o dinheiro? Eis a questão!

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