por Marcos Bayer
De uma forma ou de outra, as pessoas têm vocação. Algumas mostram a vocação desde pequenas e de maneira muito nítida.
E uma das maravilhas da personalidade humana é o exercício de uma vocação.
Poetas,
políticos, médicos, advogados, carpinteiros, engenheiros, padeiros,
pedreiros, cavaleiros, sanfoneiros, cantores ou bufões.
Mágicos, professores ou foliões.
No exercício do poder, especialmente o poder político, dá gosto de ver a vocação.
O governante sente prazer no seu ofício.
Acorda
cedo para tomar conhecimento dos assuntos de governo. Sai pela estrada
ou voando, para visitar seu território. Saber das necessidades, discutir
soluções.
Governar é um exercício constante. Ininterrupto.
Tem festa, tem dor. Tem obras, tem sobras. Escassez e louvor...
A História de Santa Catarina registra governadores e seus respectivos times
de absoluto vigor.
Governos criativos, inovadores e arrojados.
Não vou mencioná-los porque desnecessário. Houve também governos inoperantes, corruptos e acomodados.
Dispensam apresentações.
Mas, o atual governo é algo inusitado.
Vitória
estrondosa nas urnas, eleito para mudar comportamentos viciados, o
atual governador enclausurado no palácio, faz cerveja e toca violão.
Prefeitos reclamam apoios, deputados reclamam diálogo, doentes reclamam respiradores.
É impressionante a falta de vontade de sua Excelência.
Na crise da pandemia, colocou o colete laranja, para dar conselhos sobre o comportamento da população.
Adoeceu, voltou ao ringue e nada falou sobre seus sintomas, tratamento, equipamentos e medicamentos.
Um egoísmo fatal.
E
este egoísmo é a base visível de sua personalidade. Nunca quis o poder.
Fez carreira com rigor na hierarquia. Não há registros de liderança na
corporação. Nada que tenha emergido à sociedade.
Aposentado, foi assessorar um vereador na Câmara de Tubarão.
Mais um sintoma de falta de apetite.
Eleito, inesperadamente, governador sentiu-se na Disneylândia.
Um palácio, automóveis e seguranças, protocolos e continências. Vive o que nunca sonhou ou desejou.
Não vai para as ruas, não vai escutar a sociedade, não se movimenta.
Vive o sonho egoísta do conforto e da pompa. Perdeu a noção.
Nem falo na "compra" dos equipamentos chineses que não chegaram, embora pagos.
Trocou duas vezes o chefe da Casa Civil.
O
primeiro com ajuda da Polícia. Trocou um secretário de saúde da mesma
forma. Perdeu o Controlador Geral do Estado por absoluto descontrole.
Perdeu o secretário das relações Internacionais que sequer foi ao
Paraguai. Trocou o líder do governo na ALESC. Duas vezes?
Em um ano e meio de governo, este é o balanço.
O governador, até agora, é um entregador de mãos vazias.
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