Por Armando José d’Acampora *
Tenho analisado a campanha à Prefeitura de Florianópolis desde seu começo, envolvendo todos os candidatos, haja vista que não tenho partido político, procuro votar em ideias e não em partidos.
Mais, e cada vez mais, me preocupo com a inconsistência das ideias que estão sendo mostradas.
Alguns só estão preocupados com a permanência das oligarquias que outrora existiram, outros nos mostram medidas novas, para que o povo, veja bem, o povo que os escolha para que implantem novas e salvadoras medidas. Dai aparecem como milagres, uma nova ponte, uma resolução mágica e não profissional para o trânsito da cidade, um monte de novas UPAS como se estas não precisassem de médicos bem pagos, assim como uma estrutura de enfermagem, funcionários administrativos e assim por diante, passagem grátis para estudantes, como se isso fosse possível sem que nenhuma outra criatura pagasse por elas, e assim por diante. Almoço grátis, não existe, há um preço para tudo.
Um monte de bobagens novas, sem que tenham alguma consistência ou mesmo relevância. Alguns dizem que se preocupam com a saúde, a educação e o esporte.
Será que tem noção do que isso significa?
Já conversaram com os educadores, com os médicos e com os desportistas para saber quais as reais necessidades do setor? Ou será que estão especulando?
Alguns dos candidatos já estão com seu secretariado montado, é óbvio que por compromissos pré-candidatura, e o povo depois vai ter que engolir esses compromisso que sequer tinham noção que existiam.
Será que sabem o que a população realmente deseja?
Nenhum dos candidatos prestigiou as obras já complementadas, aquelas que realmente foram de real alcance para o bem da população, assim como não vi nenhum dos candidatos dizer em suas falas, o que há de bom da administração anterior e que vão fazer disso uma continuidade.
A pergunta que cada contribuinte se faz no atual momento: Agora, às vésperas da eleição municipal, a Prefeitura diz que a obra é inteiramente de sua responsabilidade: do planejamento até o completar da mesma. Daqui a dois anos, teremos eleição majoritária, para o governo do Estado, e o atual governador com toda a certeza, irá afirmar que todas as obras espalhadas pela cidade nos últimos quatro anos foram dele, do Governador, os candidatos ao Senado, dirão que foram eles quem conseguiram a verba, e os candidatos à Câmara Federal dirão que foram eles quem conseguiram liberar a verba que os Senadores conseguiram e os Governadores e Prefeitos foram aqueles que gastaram estas verbas duramente conseguidas, nestas supostas obras necessárias. Afinal: de onde vem a verba? Não será dos impostos pagos pelos contribuintes? Não seria uma simples devolução de direito? Aliás, pagamos impostos suíços para que tenhamos serviços africanos.
Agora só nos falta aguardar as pérolas dos candidatos e aproveitar a diversão.
Abra o olho, Padilha, diria o Jô Soares nos seus bons tempos.
*Médico. Cirurgião. Professor Universitário.
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