- Oi, tio Bruda! Tudo bem por aí?
- Por aqui, levando do jeito que dá, naquele tranquito do quero-quero, tio Canga.
- Mas qual é a novidade por aí, tio bruda?
- A novidade não é por aqui, é por aí mesmo, aí do teu ladinho, tio Canga!
- Mas é por aqui e eu não estou sabendo, tio Bruda? Então me conta, desembucha véio!
- Mas o senhor não soube do Nelson Wedekim, aquele que era de esquerda e depois se bandeou pro lado lado do dinheiro, lembra?
- Como assim, tio Bruda? Pro lado do dinheiro???!!!! Que que é isso????
- É, lembra quando o home foi secretário da Fazenda do Paulo Afonso do PMDB?
- Sim, isso eu lembro, tio Bruda!
- Pois então, o Wedekim, foi da Fazenda na época do escândalo das Letras. Aquele golpe que tentaram dar no nosso Estado com uma quadrilha de São Paulo, lembra, era um assessor do Maluf que ajudava eles, tio Canga! Foi dar uma força pro Paulo Afonso, que quase foi impinchado na Assembléia, não fosse aquela cagada do Kuster, lembra?
- Ah! Agora tô lembrando daquela badalheira danada que eles fizeram. Mas o que que isso tem a ver com a novidade?
- O causo é que o Wedekim, depois daquela passadinha pela fazenda, simplesmente margulhô, garrô chá de sumiço. Nunca mais se soube da existência do hôme, tio Canga.
- Ora, não seja maldoso, tio Bruda. Ele deve estar cuidando dos seus bens, né? A vida não é feita só de aparência e discurso!
- Que seje, tio Canga. Mas agora o hôme apareceu. Apareceu dando uma festa pro teu amigo aquele que tem a língua mais afiada que navalha de barbeiro caprichoso.
- Ah! O ex-senador....
- Esse, o nego Jaison! Tu até botô uma entrevista dele no teu blog, muito boa por sinal! E a cara do home, tá igual, até o cabelo tá igual, tio Canga. Aquele era bom!
- Tá, tio Bruda, mas o que houve, conta duma vez, véio!
- Pois o Wedekin juntô, lá na casa dele, uns político e uns jornalistas pra homenageá o Jaison Barreto, pelos 30 anos da derrota dele pro tuco Amin, em 82.
- Para aí, tio Bruda! Tu tá loqueando, véio! Eles estavam festejando uma derrota?
-Mas tá aí no Moacir Pereira, tio Canga! Nunca vi disso. Perde e depois comemora? Só a gauchada na Revolução Farroupilha!!!!
- Engraçado, né tio Bruda? Mas quem eram os convivas, tio Bruda?
- Olha, tio Canga, tinha uns jornalista amigos teus e até um que foi teu professor de política.
- Ah! Deve o ser o Remy Fontana, cientista político e muito bom professor, tio Bruda. Mas, dos antigos assim, quem mais?
- Olha, o que mais me chamou a atenção, foi a presença do Walmor de Lucca, aquele que tinha dinheiro até na lata de lixo da Casan, lembra, tio Canga!
- Disso eu lembro, tio Bruda. O Walmor teve uma passagem desastrosa pela Casan. Foi escândalo em cima de escândalo.
- Pois, tio Canga, e depois do Jaison fazê aquele discurso bonito no teu blog, vai se juntá com essa gente? As coisa não tão conjuminando, tio Canga! Essa história tá mais engraçada que gordo vestindo calça Brim Curinga!
- Ah! Véio, tu me mata de dar risadas!!!!!
- O Wedekin tava que nem o americano aquele do filme dos dragão!
- Dragão?! Que dragão, tio Bruda??!!!
- Aqueles disnurssauro!!!!!
- Ah! O filme do Spielberg, o Jurássic Park! Mas o nome dos bichos é DI-NOS-SAU-ROS, tio Bruda!
- Aquela coisa bonita de se vê, tio Canga, aquele monte de disnurssauro correndo mato afora! Agora tá o Wedekin juntando disnurssauro da política pra comemorá derrota. Aí não dá, tio canga. Ora, se isso é notícia que se dê!
- É, tio Buda, cada um com as suas coisas!
- Olha tio Canga, eles tão mais louco que sestiá nos trilho! Eu tava pensando...tú...tú...tú
- Caiu a linha, uma pena, o papo tava gostoso. O velho, hoje tava inspirado! Deve ter passado o final de semana nos pelegos da pinguancha, aqui por Florianópolis.
Comentário:
Senhor Pruda:
Alertado por um amigo, soube que fui citado em vários contextos e momentos de um telefonema trocado entre o senhor e o Canga, e cujo conteúdo foi exposto no blog do jornalista. Não é verdade, senhor Pruda, que na época dos precatórios eu estava na Secretaria da Fazenda. Tenho tanto a ver com os precatórios quanto o senhor: rigorosamente nada. Não participei da idéia, nem da operação, em qualquer uma das suas etapas. Ocupei, sim, a Secretaria da Fazenda, mas depois. Abandonar um aliado leal (Paulo Afonso), em quem se confia e em hora difícil, seria um ato oportunista e covarde. Não é do meu feitio.
O Canga, na conversa com o senhor, em algum momento fala nos precatórios como uma badalheira (sic). É compreensível que ele tenha tal conceito sobre a matéria. É o pensamento do PP, com quem o jornalista tem notórias afinidades.
Eu não dei sumiço, senhor Pruda. Desde 1999, tenho trabalhado há mais de 12 anos aqui em Porto Alegre - na iniciativa privada, diga-se logo. Nos dias úteis permaneço aqui em P. A. e (em geral) nos finais de semana volto para Floripa. Tenho minha família, meu trabalho, meus amigos, minha vida, meus livros, filmes e discos. Não preciso e não desejo estar em evidência.
O senhor diz que nunca mais se soube da existência da minha pessoa. Eu nunca soube de sua existência. Isso, evidentemente, em nada lhe diminui. Nem por isso vou sair por aí dizendo que o senhor deu sumiço.
Diz o senhor, também, que eu era de esquerda e me bandeei para os lados do dinheiro. Não sei bem o que seja se bandear para o lado do dinheiro. Infelizmente, o dinheiro não se bandeou tanto para o meu lado. Ao menos, não tanto como eu gostaria ou tanto quanto lhe informaram. Mas, no particular, não tenho queixas.
Quando à feijoada do Jaison foi um encontro de companheiros(as) de uma jornada inesquecível. Em 1982, cumprimos com coragem nosso dever de luta, eis que a ditadura militar ainda estava de pé, resistente e ameaçadora. De campanhas como aquela, inebriante, mobilizadora, veio a Constituinte, vieram as eleições diretas, a democracia.
Desculpe, senhor Pruda, mas ver em episódio assim singelo, levado a efeito em ambiente privado, sem badalações, uma “comemoração da derrota” , é uma consideração medíocre. Só pode tê-la quem não estava lá, quem não viveu como nós, intensamente, com paixão e humanidade, a aventura libertária. “Navegar é preciso, viver não é preciso “.
Me orgulho, senhor Pruda, da campanha de 1982 e de outras tantas lutas, pela causa da justiça e da liberdade. Nos idos de 80, por exemplo, desempenhei papel de certa relevância em processo da Lei de Segurança Nacional, movido pelo então governador Jorge Bornhausen contra jornalistas do Afinal e da Gazeta do Vale, de Gaspar. Foi uma participação ativa, solidária, engajada. Um dos réus era o Canga. Eu estava lá, na mesma Auditoria Militar de Curitiba, onde foram absolvidos os sete estudantes da Novembrada, também com a minha atuação e assistência. Nunca dei sumiço nas horas cruciais.
Senhor Pruda, me permita fazer uma crítica construtiva às suas intervenções. O senhor não foi elegante com o Küster. No caso citado, não sei se ele errou. Cada um vê pelo seu ângulo e interesse. Mas o ex-deputado teve uma atuação edificante nas lutas pela democracia em nosso estado. Também não é educado chamar pessoas de dinossauros. E sua expressão é tanto mais estranha porque, a julgar pela sua caricatura, o senhor estaria entre os mais avançados – em idade, bem entendido - numa reunião como a que houve em minha casa. Além disso, há dinossauros de todas as idades. Há também aqueles para quem dinossauros são sempre os outros.
Desculpe usar o e-mail do Canga para remeter esta mensagem. Não saberia de que outro modo fazê-lo. Nada lhe peço. Se não lhe causar mal, me esqueça. Em boa parte deixei a vida pública porque me consternavam certos ataques rasteiros, gratuitos, desonestos, covardes. Não me livrei de todos eles, mas diminuiu muito.
Com todo o respeito.Nelson Wedekin - Porto Alegre/RS, 26.09.12
Alertado por um amigo, soube que fui citado em vários contextos e momentos de um telefonema trocado entre o senhor e o Canga, e cujo conteúdo foi exposto no blog do jornalista. Não é verdade, senhor Pruda, que na época dos precatórios eu estava na Secretaria da Fazenda. Tenho tanto a ver com os precatórios quanto o senhor: rigorosamente nada. Não participei da idéia, nem da operação, em qualquer uma das suas etapas. Ocupei, sim, a Secretaria da Fazenda, mas depois. Abandonar um aliado leal (Paulo Afonso), em quem se confia e em hora difícil, seria um ato oportunista e covarde. Não é do meu feitio.
O Canga, na conversa com o senhor, em algum momento fala nos precatórios como uma badalheira (sic). É compreensível que ele tenha tal conceito sobre a matéria. É o pensamento do PP, com quem o jornalista tem notórias afinidades.
Eu não dei sumiço, senhor Pruda. Desde 1999, tenho trabalhado há mais de 12 anos aqui em Porto Alegre - na iniciativa privada, diga-se logo. Nos dias úteis permaneço aqui em P. A. e (em geral) nos finais de semana volto para Floripa. Tenho minha família, meu trabalho, meus amigos, minha vida, meus livros, filmes e discos. Não preciso e não desejo estar em evidência.
O senhor diz que nunca mais se soube da existência da minha pessoa. Eu nunca soube de sua existência. Isso, evidentemente, em nada lhe diminui. Nem por isso vou sair por aí dizendo que o senhor deu sumiço.
Diz o senhor, também, que eu era de esquerda e me bandeei para os lados do dinheiro. Não sei bem o que seja se bandear para o lado do dinheiro. Infelizmente, o dinheiro não se bandeou tanto para o meu lado. Ao menos, não tanto como eu gostaria ou tanto quanto lhe informaram. Mas, no particular, não tenho queixas.
Quando à feijoada do Jaison foi um encontro de companheiros(as) de uma jornada inesquecível. Em 1982, cumprimos com coragem nosso dever de luta, eis que a ditadura militar ainda estava de pé, resistente e ameaçadora. De campanhas como aquela, inebriante, mobilizadora, veio a Constituinte, vieram as eleições diretas, a democracia.
Desculpe, senhor Pruda, mas ver em episódio assim singelo, levado a efeito em ambiente privado, sem badalações, uma “comemoração da derrota” , é uma consideração medíocre. Só pode tê-la quem não estava lá, quem não viveu como nós, intensamente, com paixão e humanidade, a aventura libertária. “Navegar é preciso, viver não é preciso “.
Me orgulho, senhor Pruda, da campanha de 1982 e de outras tantas lutas, pela causa da justiça e da liberdade. Nos idos de 80, por exemplo, desempenhei papel de certa relevância em processo da Lei de Segurança Nacional, movido pelo então governador Jorge Bornhausen contra jornalistas do Afinal e da Gazeta do Vale, de Gaspar. Foi uma participação ativa, solidária, engajada. Um dos réus era o Canga. Eu estava lá, na mesma Auditoria Militar de Curitiba, onde foram absolvidos os sete estudantes da Novembrada, também com a minha atuação e assistência. Nunca dei sumiço nas horas cruciais.
Senhor Pruda, me permita fazer uma crítica construtiva às suas intervenções. O senhor não foi elegante com o Küster. No caso citado, não sei se ele errou. Cada um vê pelo seu ângulo e interesse. Mas o ex-deputado teve uma atuação edificante nas lutas pela democracia em nosso estado. Também não é educado chamar pessoas de dinossauros. E sua expressão é tanto mais estranha porque, a julgar pela sua caricatura, o senhor estaria entre os mais avançados – em idade, bem entendido - numa reunião como a que houve em minha casa. Além disso, há dinossauros de todas as idades. Há também aqueles para quem dinossauros são sempre os outros.
Desculpe usar o e-mail do Canga para remeter esta mensagem. Não saberia de que outro modo fazê-lo. Nada lhe peço. Se não lhe causar mal, me esqueça. Em boa parte deixei a vida pública porque me consternavam certos ataques rasteiros, gratuitos, desonestos, covardes. Não me livrei de todos eles, mas diminuiu muito.
Com todo o respeito.Nelson Wedekin - Porto Alegre/RS, 26.09.12
FOSTE ENCHER A BOLA DO JAISON CANGA...
ResponderExcluirOLHA NO QUE DEU...