Por Emanuel Medeiros Vieira
A Bahia – entre outras– gerou figuras da estirpe de um Castro Alves, de um Anísio Teixeira, de um Gláuber Rocha.
Foi vítima, no passado, de um coronelismo à base do chicote. Agora, é vitima de outro.
Os métodos? Manipulação das carências materiais e de conhecimento, da falta de informação, da ignorância, da miséria e de outros fatores.
E da derrama de dinheiro no dia das eleições (em todo o Nordeste).
Informa-se que 50% da população baiana recebe o Bolsa-Família.
O número de eleitores baianos analfabetos ou analfabetos funcionais, aqueles que apenas lêem e escrevem o mínimo possível – conforme matéria de jornal baiano –, pode ser bem maior do que se pensa.
Numa amostra feita pelo referido jornal com dados de 6 das 30 cidades em que houve recadastramento no ano passado, o percentual dos eleitores com baixíssimo ou nenhum grau de instrução cresceu substancialmente em todos eles.
O que isso significa?
Cairei no lugar-comum: que a educação (não a da propaganda eleitoral) não interessa aos poderosos de plantão, mesmo com jargões ideológicos diferentes.
A crueldade é a mesma. As pessoas de má-fé poderão falar de preconceito. Não é.
Foi a luta de minha geração por um país melhor. A ignorância nunca foi sinônimo de avanço. Mas de treva.
O poder pelo poder não é sinônimo de melhoria. É mera cobiça. E de obscurantismo.
(Salvador, outubro de 2014)
Nenhum comentário:
Postar um comentário