Por Jaison Barreto
O texto nada tem a ver com o Drauzio Varella.
Todo pós-eleição provoca um certo atordoamento, que atinge vencedores e perdedores.
Os menos experientes acabam confundindo as coisas, é natural.
A moda agora é ficar repetindo palavras, expressões, frases, como verdadeiros mantras, que pouco tem a ver com as necessidades reais.
Plebiscito, referendo, voto distrital, financiamento público, voto facultativo, candidatura avulsa, não reeleição, ecoam por todos os lados.
Talvez fosse necessário um pouco mais de atenção, cuidado, com o que pregam.
Fim da reeleição, por exemplo, é uma bobagem.
Perguntem a um alemão alfabetizado, e eles são, porque elegeram pela terceira vez a chanceler Angela Merkel para administrar a Alemanha, e receberá um olhar de espanto, que vai deixar o perguntador com cara de retardado.
Alternância de poder é o recomendável, mas não obrigatório, limitado a curtos períodos.
Os defeitos, anomalias, absurdos do nosso processo eleitoral não devem impedir repetição de governos competentes e sábios.
Governos incompetentes, lenientes com a corrupção e de características autoritárias, como no caso o presidencialismo brasileiro, merece correção.
Utilização escandalosa da máquina pública, aparelhamento partidário do governo que alcança até o judiciário, publicidade vergonhosa chamada de institucional, que enriquece inclusive espertalhões, são inadmissíveis em país medianamente civilizado.
Na Alemanha daria cadeia.
Esses abusos merecem tratamento específico, necessário e objetivo. Eles existem.
Renovação obrigatória a cada quatro ou cinco anos de governantes, é bobagem, que querem estender inclusive, á todos os cargos eletivos.
Esperto e respeitável político catarinense, criativo como ninguém, inventou uma “Corrente da Felicidade” bem engenhosa.
Nove meses antes da sua reeleição, renunciou ao mandato, deixando o cargo para o vice-governador, Presidente de Partidos, beneficiando-o com pensão vitalícia por tão pouco tempo de mandato.
Concorrendo a eleição tendo como vice um Presidente de outro Partido, repetiu a manobra garantindo outra pensão vitalícia por seis, sete meses de mandato.
Estes acôrdos incluíam cargos em estatais, garantias de apoios eleitorais e outros favores.
O Brasil tá cheio de Mecenas com o dinheiro público.
O que se tem que acabar é com esses tipos de comportamento e não com a reeleição em sí mesmo.
Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.
Bom-senso, razoabilidade são auto-explicáveis.
Correndo o risco de ser grosseiro, isso está parecendo conselho de assessor da Maria Machadão, dona do Bataclan, que ouvindo a clientela, quer sempre renovar o plantel. Até mesmo aí, dizem os entendidos que é importante manter a média.
Exercício da vida pública exige qualidades e responsabilidades, experiência acumulada, que não cai do céu todo dia, exige tempo de maturação.
Um estágio na Cadeira de Terapêutica, numa Faculdade de Medicina ou Farmácia seria interessante, recomendável.
Querer tratar “TOSSE COMPRIDA COM LAXANTE” pode ser uma boa piada, mas acaba com o paciente.
Saudações medicinais.
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