Sol, vento agradável do quadrante norte, fui visitar meus primos, os primatas de lá.
Somos uma família grande espalhada por toda a Ilha de Santa Catarina.
Fazia tempo que não visitava nossa floresta de origem.
Muita
coisa mudou. Mais barcas, mais turistas e restaurantes. Mais lixo e
preços subindo. Uma meia dúzia de cervejas e um prato de comida na base
de R$ 135 reais. Sem os pastéis e a caipirinha que correm por fora.
Bananas? Necas de "piti biriba". Escasseiam as bananeiras.
A floresta homogênea de pinus illiottii vai
se alastrando pelo Morro do Bornhausen, diz o barqueiro e aponta na
direção. Os pássaros, disse ele, trouxeram a espécie do Rio Vermelho e
plantaram no lado da Costa.
Alguns milionários constroem suas mansões. Uma, em andamento, tem uma sala só para estocar vinhos, disse ele encantado.
Mal
sabe que macaco não toma vinho... Nós primatas, só bebemos da cevada
agora misturada ao milho, pra ficar mais amarela, a cerveja.
Dizem que na Reserva Florestal da Epagri, onde estão cortando alguns pinus para dar espaço à mata nativa e atlântica, surgirá um grande condomínio. Pode isto?
Helicópteros descem e sobem, com engenheiros e empresários para estudar a região e suas possibilidades.
O
Rio Vermelho é a última área extensa e livre para novos empreendimentos
imobiliários. Será que vão conseguir comprar as terras do Estado ?
Meus parentes estão assustados...
Sem bananeiras, sem florestas nativas, com mais gente e mais confusão.
A Prefeitura Municipal nada fiscaliza, nada faz...
Os pontos de embarque/desembarque das barcas precisam de manutenção e sinalização.
Sobre o esgoto gerado, pouco se sabe... Presumem tratado. Será?
É, ainda, um lugar maravilhoso...
Até quando minha família não sabe.
Eu volto pro sul da Ilha. Pra Costa de Dentro e região.
Tá mais tranquilo por lá...
Porto de embarque para a Costa da Lagoa, no Rio Vermelho |
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