A exemplo do meliante José Roberto Arruda, ex-governador do DF, Silvinho Pereira, ex-Secretário Geral do PT, alegou, em depoimento para o juiz Sérgio Moro, que dinheiro recebido de empreiteiras foi para fornecer "cestas de Natal" às empresas.
Arruda, preso pela Polícia Federal, alegou - à época - que os R$ 1,39 milhões, para pagamento de propina a parlamentares do Distrito Federal, foram gastos com Panetones de Natal.
Agora vem, o prócer petista, íntimo de Lula, plagiar o meliante do DF. Silvio, que já foi conhecido como "Silvinho Land Rover", disse que não sabia e que desconhece os fatos vinculados ao assassinato de Celso Daniel, assunto escabro que assombra o ex-presidente Lula, Gilberto Carvalho e José Dirceu.
Silvinho, como é conhecido, foi preso na Operação Lava Jato na última sexta-feira (1º), sob suspeita de receber cerca de R$ 500 mil de empreiteiras como uma forma de comprar seu silêncio.
Ele foi investigado no processo do mensalão, mas não virou réu na ocasião porque tinha firmado um acordo com o Ministério Público Federal.
Em depoimento nesta segunda-feira (4), Pereira se apresentou aos investigadores como "cozinheiro" e disse que trabalha em seu restaurante em Osasco, chamado Tia Lela. Ele disse que vendeu um "pacote promocional" de cestas para a empreiteira OAS presentear clientes e funcionários, que custava cerca de R$ 80 mil.
O ex-secretário também afirmou que recebeu R$ 35,7 mil em 2011 da construtora UTC também para o fornecimento de cestas de Natal. Silvinho, porém, não explicou vários dos outros pagamentos recebidos.
JIPE
Silvio Pereira ficou conhecido no escândalo do mensalão por ter recebido um jipe Land Rover da empresa GDK, fornecedora da Petrobras.
À PF disse que teve uma conversa, na época, com o presidente da fornecedora, chamado "Cesar", sobre o quanto o poder é "efêmero" e a importância de realizar "sonhos". "Comentou que era um sonho ter um jipe de guerra", diz a transcrição do depoimento.
O ex-secretário também afirmou que no primeiro mandato de Lula coordenava indicações para o governo. Disse que não fazia diretamente as nomeações, mas os empresários achavam que ele tinha o "poder" para isso. No depoimento, os investigadores novamente perguntaram sobre algo que envolvesse Lula e os ex-ministros José Dirceu e Gilberto Carvalho na morte de Celso Daniel, prefeito petista de Santo André, em 2002. Pereira disse que não sabia e que desconhece os fatos vinculados ao assassinato. (Terra)
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