por Eduardo Guerini
A democracia não pode ser tratada como um negócio cuja conta sobra sempre para sociedade.
(Roberto Giannetti da Fonseca, in: Constituinte Já, Estado de São Paulo, 30/04/2017, empresário da LIDE)
Na conjuntura brasileira, as elites empresariais e sua representação política continuam agindo contra os movimentos sociais. Tal enredo é vaticinado pelas sucessivas reportagens na grande mídia contra o movimento de GREVE GERAL patrocinado por todas as centrais sindicais neste findar de abril de 2017. O recado das manifestações foi claro, as reformas estruturais deverão incluir os mais atingidos no processo de desmantelamento do aparato de seguridade social brasileiro, e, o ritmo não pode ser na canetada de um governo e Congresso Nacional, manchados pela corrupção, na suspeição das delações da Operação Lava Jato.
A desaprovação de um governo-tampão que é mantido pela força das elites empresariais, usurpando todas as esperanças do povo brasileiro diante do cenário de crise econômico-social, é garantida por uma agenda que usurpa direitos sociais conquistados pelas lutas políticas organizadas por sindicatos de trabalhadores e partidos operários desde o início do século XX.
Na tentativa de frear resistências sem qualquer negociação, o governo de Michel Temer, obscurecido pelo envolvimento de seus ministros, dos partidos políticos de sustentação e principais lideranças políticas no Congresso Nacional, trata de imprimir com velocidade, reformas estruturais, vendendo uma fantasia que esbarra na dura realidade de milhões de trabalhadores desempregados e brasileiros submetidos a pauperização, em novo ciclo depressivo, dada a maior recessão vivida desde a década de 1930. A crise nos deixou sem horizontes e esperança!!!
Porém, em revigoramento das forças vivas da sociedade, sindicatos, federações e confederações, apoiados pelas Centrais Sindicais, brindaram o Brasil com uma nova demonstração que existe vida além dos acordos espúrios palacianos, e, que os parlamentares de todas as vertentes partidárias, continuam distantes do Brasil real. A tentativa canhestra de um governo sabujo, que se transformou em capacho servil do grande capital, do sistema financeiro, naufragou na união de todas as forças para dar um BASTA as REFORMAS – TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIA.
A grande mídia “chapa branca” com seus comentaristas financiados, orquestrada em torno da disputa das benesses da propaganda oficial, num requinte sórdido, tratou de minimizar a GREVE GERAL que paralisou o Brasil. Enquanto mostravam de forma contínua e insistente, cortinas de fumaça negra e incidentes provocados pelo aparato de segurança, mobilizado nos diversos Estados da Federação, não conseguiram notar a essência multipartidária que motivou tal paralisação – a desaprovação da população diante de reformas que retiram direitos sociais no presente e para as futuras gerações.
Tal tirania intergeracional promovida por uma canalha política sob a batuta de um governo suspeito, revigorou as forças sindicais e da sociedade organizada em movimento paredista que colocou as reformas em compasso de espera.
Que neste 1º de Maio, os trabalhadores revigorem suas forças para continuar a luta contra os opressores de plantão. O movimento das ruas produziu um novo pendor para a massa de brasileiros deserdados nesta republiqueta de governantes e políticos embusteiros.
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