sexta-feira, 28 de abril de 2017
quarta-feira, 26 de abril de 2017
Cidadão flagra caminhão da prefeitura fazendo "carreto" particular.
CLIQUE NA IMAGEM
Fato acontecido hoje (26) a tarde no Campeche. Caminhão da Secretária da Saúde fazendo entrega de janelas e portões em residência particular.
O combustível do caminhão, o deslocamento, o salário do motorista e o desgaste do veículo é pago pela população que paga impostos compulsórios e não tem retorno em atendimento de saúde.
Enquanto isso...
Sala de nebulização e aplicação de medicamentos da UPA do Rio Tavares com ar condicionado vazando água dentro. Prefeitura não está fazendo manutenção dos equipamentos.
Comentário
Paulo Arenhart disse...
O que ninguém mostrou e me contaram é q ontem de noite um outro
caminhão particular foi na mesma casa e retirou todo o material deixado
lá!
Por que será? será que este material (aberturas de alumínio) eram pagamentos de propinas?
Por que retiraram? Foi para onde?
Quem produziu as janelas e portas?
Caso muito nebuloso!
Por que será? será que este material (aberturas de alumínio) eram pagamentos de propinas?
Por que retiraram? Foi para onde?
Quem produziu as janelas e portas?
Caso muito nebuloso!
Cyber Monstrum Mundi
por Marcos Bayer
Se o latim estiver
correto, estou falando de um Monstro Cibernético Mundial.
Monstro pela forma,
cibernético pela tecnologia e mundial pelo tamanho.
Falam de uma intensa
e rápida mudança nos hábitos de comunicação e trabalho da humanidade. Falam da
aplicação da cibernética em todos os níveis de produção. Desde o controle do
plantio das sementes de soja até o acompanhamento da cotação das ações nas
bolsas de valores.
Falam das redes
sociais, dos blogs, dos jornais eletrônicos e das amizades virtuais. A
tecnologia ocupa espaços que eram nossos, dos humanos.
Algumas profissões
desaparecem ou pelo menos diminuem. Quando vejo um carteiro uniformizado
pergunto-me o que ele entregará em mais alguns anos?
As relações humanas são
mais rápidas e, presumo, mais estéreis. Ou pelo menos mais superficiais.
Estatísticas mostram
que aumentam de doenças neurológicas, entre elas a ansiedade e a depressão. Aumentam as taxas de suicídio entre os jovens. O mundo está mais competitivo. O
mercado está presente em toda a programação das televisões, entre os segmentos
de qualquer programa, na Internet, nos e-mails e nas redes sociais. Nas
revistas impressas e nos jornais que ainda circulam sob a forma física, também.
As pessoas
alimentam-se mais rápido e já não conversam à mesa, pois suas pequenas máquinas
de comunicação não permitem interação humana. As digitais têm a preferência.
Todos querem mostrar quase tudo. Ninguém explica mais nada.
Até os professores,
nossos melhores interlocutores, estão falando cada vez mais à distância.
Estamos, todos,
submetidos ao sistema. Não sei qual é o sistema, mas é um sistema que quando
“cai”, paralisa quase todas as nossas atividades.
Não sei para qual
mundo estamos caminhando. Não tenho nem ideia, para ser sincero.
Criamos um mundo
virtual porque não conseguimos resolver as questões do mundo material. Entre
elas a fome, o emprego, a saúde, a educação e a segurança.
Festejamos o UBER
que é a maior frota de táxi sem que nenhum veículo pertença ao dono da ideia criadora.
Da mesma forma com a
hospedagem pelo sistema Airbnb. Um hotel com filiais
espalhadas pelo planeta.
A política perde
espaço para as corporações nacionais ou transnacionais. Os governos são geridos
por elas. Vejam o que acontece hoje no Brasil.
No mundo corporativo
não existem pessoas, apenas números e consumidores.
Todas as empresas
querem clientes e por isto inventam necessidades para produzirem, venderem e
sobreviverem. O mundo globalizado é um mercado insone.
Somos mais felizes?
Temos mais amigos? Com quem interagimos?
Máquinas já interagem
com máquinas. Códigos e senhas orientam nossas vidas.
Para onde caminhamos?
Para uma nova ordem
mundial baseada na artificialidade?
Se nós vivemos no
mundo físico – químico – biológico, e vivemos, não é nele que temos que
interagir?
terça-feira, 25 de abril de 2017
DESCANSA EM PAZ, JERRY ADRIANI!
por Emanuel Medeiros Vieira
Ouvindo a “Oração de São Francisco”, com
Fagner, e “Mi Viejo”, com Piero
Segmentos da
minha geração (falo da que viveu os anos de chumbo), que combateu a ditadura
militar, amavam e escutavam (ou melhor, amam e ainda escutam) Geraldo Vandré
(1935), cujo versos condoreiros
correspondiam às nossas lutas e aos nossos sonhos.
Ainda hoje,
acho que ele está para a nossa música, como Castro Alves está para a poesia
brasileira.
E pelo
maniqueísmo imposto pela ditadura (ou por falta de lucidez mesmo), deixamos de
lado outros gêneros musicais – queríamos apenas as “músicas de protesto”.
(E claro,
os mestres dos mestres: Beethoven,
Mozart e Bach.)
As outras eram “alienadas”, como se dizia
naqueles tempos de tanta utopia.
Deixamos de
lado – por radicalismo, por raiva da ditadura, ou por falta de percepção
histórica – outros gêneros.
E também a
chamada “Jovem Guarda”, com Erasmo Carlos (1941), Vanderléa (1946), Erasmo
Carlos (1941), Roberto Carlos (1941), Martinha (1949), e também outros cantores
como Waldick Soriano (1933-2008) – a respeito de quem, Patrícia Pillar (1964)
dirigiu um belo filme –, Wando (1945-2012), Altemar Dutra (1940-1983) e outros.
Foi uma
injustiça. Com a morte, vitimado pelo câncer, de Jerry Adriani (1947-2017),
queria escrever essas modestas palavras.
De gratidão, por teres alegrado tantos
corações, caro Jerry Adriani, como os outros citados.
Tudo isso,
revela que a gente pode e dever amar vários gêneros musicais.
Uma vez, dois queridos amigos discutiam
severamente a respeito da validade da chamada música popular e da erudita.
Cada um defendia a sua preferência.
E na hora entendi, por todo o sempre, que
poderíamos amar e reverenciar Mozart, como Cartola. Tal aprendizado ficou no meu coração.
E queria te
dizer: muito obrigado, Jerry Adriani! Descansa em paz!*
(Peço que a
revisão dos meus conceitos seja feita por duas pessoas de outra geração: mais
que sobrinhos, são grandes amigos, e que conhecem e amam a música profundamente
(e incluo também outro sobrinho por
afinidade: Júlio César Vieira da Silva, Paulo L. Vieira e Nicolau Varela.)
*Queria relembrar três nomes, que
engrandeceram as artes cênicas e o humanismo no Brasil, e que também morreram
(muito cedo– mostrando que a vida não é justa, é claro...) de câncer: Flávio
Rangel, aos 58 anos; (Oduvaldo Vianna Filho), aos 38, e Paulo Pontes, aos 36.
(Salvador,
abril de 2017)
Varal da Trajano
Recebi do amigo Milton Ostetto
Dia 29/04 estaremos comemorando dois anos de vida do Varal da Trajano com a exposição Olhares de Floripa...
Gostariamos de agradecer imensamente a todos os fotógrafos que expuseram. Foram aproximadamente 500 fotografias expostas ao ar livre sobre os mais variados temas.
Um agradecimento especial também a todos os fotografos que ja se inscreveram para as próximas edições do Varal da Trajano, que para a nossa felicidade, a agenda esta preenchida até outubro de 2019.
Um agradecimento muito pra la de especial a MULTICOR (Endrigo Righeto, Alexandre Freitas e a Iva) que desde o primeiro "respiro" do varal entrou de corpo e alma neste projeto.
Muitas muitas muitas pessoas nos ajudaram a transformar este sonho em realidade. A elas um grande beijo e um muito obrigado por acreditarem que "é possível".
domingo, 23 de abril de 2017
Morre o roqueiro da Jovem Guarda
Jerry Adriani, o nome roqueiro da Jovem Guarda, morreu no início da
tarde deste domingo, 23, às 15h30, no Rio de Janeiro. Ele tinha 70
anos e enfrentava um câncer.
O sangue rock and roll de Jerry Adriani possuía um comprometimento maior com a gênese do estilo do que algumas de suas próprias canções demonstraram. Reconhecê lo por apenas Doce Doce Amor ou Tarde Demais é conhecê-lo pela metade, reduzir sua importância.
Leia mais sobre o Jerry neste artigo do Julio Maria. Beba na fonte.
Eu era fã do Jerry, no nosso tempo. Outro dia encontrei um amigo, também fã do roqueiro, que me relatou um encontro com o ídolo e que rendeu este post no cangablog, publicado em novembro de 2016:
Ser fã é uma coisa engraçada. Na juventude é comum sermos fã de artistas e cantores. Ser fã é admirar, amar alguém incondicionalmente.
Com o tempo, aquela dedicação de expressar, expressivamente, a admiração por uma pessoa se transfere para um cantinho agradável da lembrança e, acredito, com mais tempo, fica somente uma vaga lembrança.
Será?
Pois semana passada o meu amigo estava a caminho de Teresina, onde daria uma palestra em uma universidade privada. De repente recebi um aviso de whats no telefone.
Era ele.
- Adivinha quem eu encontrei, agora mesmo, no aeroporto do Rio, e que embarcava no mesmo vôo para Teresina?
- Quem? perguntei intrigado.
- O Jerry Adriani!!!! Apertei a mão dele e disse que sou fã, e sou mesmo...das antigas! Ele é simpaticão!
Percebi que amigo estava emocionado. Era fã!
Logo emendou...
-"Procure olvidar...tudo que lhe fiz..." - Lembra dessa?
Parei o carro no acostamento e ri muito! Contive a emoção...e continuei o "diálogo".
- Ele me disse para procurá-lo no Facebook, não como Jerry...como Jair Souza...com z...confirmou...virou amigo da antiga...kkkkkkk
Estava sendo demais para mim. Comecei a entrar na situação e imaginar o "momento" que o amigo estava vivendo. Daí perguntei:
- Tá, mas onde exatamente foi o encontro?
A resposta foi fantástica!
- Foi na fila Preferencial...para idosos...kkkkkkkk
Os fãs são eternos!
O sangue rock and roll de Jerry Adriani possuía um comprometimento maior com a gênese do estilo do que algumas de suas próprias canções demonstraram. Reconhecê lo por apenas Doce Doce Amor ou Tarde Demais é conhecê-lo pela metade, reduzir sua importância.
Leia mais sobre o Jerry neste artigo do Julio Maria. Beba na fonte.
Eu era fã do Jerry, no nosso tempo. Outro dia encontrei um amigo, também fã do roqueiro, que me relatou um encontro com o ídolo e que rendeu este post no cangablog, publicado em novembro de 2016:
Ser fã é uma coisa engraçada. Na juventude é comum sermos fã de artistas e cantores. Ser fã é admirar, amar alguém incondicionalmente.
Com o tempo, aquela dedicação de expressar, expressivamente, a admiração por uma pessoa se transfere para um cantinho agradável da lembrança e, acredito, com mais tempo, fica somente uma vaga lembrança.
Será?
Pois semana passada o meu amigo estava a caminho de Teresina, onde daria uma palestra em uma universidade privada. De repente recebi um aviso de whats no telefone.
Era ele.
- Adivinha quem eu encontrei, agora mesmo, no aeroporto do Rio, e que embarcava no mesmo vôo para Teresina?
- Quem? perguntei intrigado.
- O Jerry Adriani!!!! Apertei a mão dele e disse que sou fã, e sou mesmo...das antigas! Ele é simpaticão!
Percebi que amigo estava emocionado. Era fã!
Logo emendou...
-"Procure olvidar...tudo que lhe fiz..." - Lembra dessa?
Parei o carro no acostamento e ri muito! Contive a emoção...e continuei o "diálogo".
- Ele me disse para procurá-lo no Facebook, não como Jerry...como Jair Souza...com z...confirmou...virou amigo da antiga...kkkkkkk
Estava sendo demais para mim. Comecei a entrar na situação e imaginar o "momento" que o amigo estava vivendo. Daí perguntei:
- Tá, mas onde exatamente foi o encontro?
A resposta foi fantástica!
- Foi na fila Preferencial...para idosos...kkkkkkkk
Os fãs são eternos!
sábado, 22 de abril de 2017
Alarmismo e Terrorismo nas Reformas do Governo Temer
por Eduardo Guerini
Na semana seguinte a “Delação do Fim do Mundo”, o governo Michel Temer e sua base parlamentar continuam tentando impor um pacote de reformas que destroem o sistema de seguridade social no Brasil. A casta política corrompido, degenerada e cheia de privilégios produz uma abissal rejeição diante de seu comportamento nada republicano. Os pacotes apresentados pelo Ministério da Fazenda e Planejamento atendem os interesses de um mercado financeiro ávido pela abertura de um novo flanco para o setor de previdência privada.
Enquanto o ritmo de delações se espraia produzindo uma indignação generalizada diante da desfaçatez da classe política envolvida até o pescoço, a mãe de todas as reformas – a Reforma Política é tratada de maneira sorrateira e silenciosa. Em cada nova revelação, é inegável a necessidade de construir uma agenda em prol do crescimento, da distribuição de renda e retomada do controle parlamentar pelos brasileiros, rompendo a relação viciada e visceral estabelecida pela dependência das grandes corporações nacionais e do sistema financeiro.
Os partidos políticos insulados nos projetos de poder, se submeteram ao jogo da venda de apoios em prol de interesses particularistas, rompendo o preceito constitucional de representação para o “interesse nacional” ou “interesse público”. O governo Temer está à deriva, atingindo no processo de delações que envolvem os principais ministros que articulam as reformas que subtraem direitos dos trabalhadores. A ausência de um “projeto de Nação” inclusivo, que amplia a cidadania, é referenda pelas sucessivas cifras alarmistas que aterrorizam os trabalhadores, as trabalhadoras – o cidadão honesto que honra seus compromissos com dignidade.
O ataque ao movimento sindical, não poupando sequer as fontes de custeio estabelecidas pela “contribuição sindical”, traduz o “terrorismo político” de um governo corrompido. Numa clara tentativa de circunscrever o movimento sindical por meio da chantagem, o relator da Reforma Trabalhista simplesmente não atende as demandas dos representantes legítimos dos trabalhadores. É o desmantelamento o modelo de solidariedade social moderno, o contrato de trabalho que garante emprego. A flexibilização, a precarização via terceirização não se traduzirá em novos postos de trabalhos, será o “dowsizing” numa economia em que 2/3 dos trabalhadores sequer conhecem o que é formalidade ou direitos sociais inscritos na Constituição de 1988.
No caso da Reforma da Previdência, o alarmismo produzido no gabinete do Ministro da Fazenda é resultado e uma expectativa vendida ao mercado, que não se realiza a contento no esteio das delações cotidianas, traduzindo uma superação de interesses contrariados. A economia que se pretende para a próxima década, algo em torno de R$ 800 bilhões, poderia ser alcançada em decisão audaciosa do COPOM, reduzindo a “Taxa SELIC” em apenas alguns pontos percentuais. O Brasil continua ter a mais alta taxa de juros reais no mundo.
A equipe econômica de Michel Temer vocifera contra os opositores, bradando que os juros subirão e que o Brasil não crescerá se não fizer as Reformas, principalmente, a Previdenciária e Trabalhista. Nada de pensar sobre a Reforma Tributária, e, chamar a responsabilidade o sistema financeiro que drena recursos do orçamento para pagamento da dívida pública, algo em torno de R$ 500 bilhões a cada ano fiscal.
Neste enredo fatídico, alarmista e aterrorizante, nada melhor que a frieza dos relatórios de perspectivas para economia brasileira, produzidos pelo FMI – Fundo Monetário Nacional, prevendo um crescimento pífio em 2017 – apenas 0,2% do PIB, e, 1,7% em 2018. (sic!!)
Assim, temos um governo de corruptos, alarmistas e mentirosos, que aterrorizam uma geração de trabalhadores honestos que vivem sob a insígnia do desemprego, ou, relações trabalhistas precárias com salários indignos. Um triste legado para uma Nação que sonha ser potência!!
“A hipocrisia é a arte de amordaçar a dignidade; ela faz emudecer os escrúpulos nos homens incapazes de resistir à tentação do mal. É o guano que fecunda temperamentos vulgares, permitindo-lhes prosperar na mentira (...)”
(A moral do Tartufo. In: O homem medíocre. José Ingenieros, 2012)
Na semana seguinte a “Delação do Fim do Mundo”, o governo Michel Temer e sua base parlamentar continuam tentando impor um pacote de reformas que destroem o sistema de seguridade social no Brasil. A casta política corrompido, degenerada e cheia de privilégios produz uma abissal rejeição diante de seu comportamento nada republicano. Os pacotes apresentados pelo Ministério da Fazenda e Planejamento atendem os interesses de um mercado financeiro ávido pela abertura de um novo flanco para o setor de previdência privada.
Enquanto o ritmo de delações se espraia produzindo uma indignação generalizada diante da desfaçatez da classe política envolvida até o pescoço, a mãe de todas as reformas – a Reforma Política é tratada de maneira sorrateira e silenciosa. Em cada nova revelação, é inegável a necessidade de construir uma agenda em prol do crescimento, da distribuição de renda e retomada do controle parlamentar pelos brasileiros, rompendo a relação viciada e visceral estabelecida pela dependência das grandes corporações nacionais e do sistema financeiro.
Os partidos políticos insulados nos projetos de poder, se submeteram ao jogo da venda de apoios em prol de interesses particularistas, rompendo o preceito constitucional de representação para o “interesse nacional” ou “interesse público”. O governo Temer está à deriva, atingindo no processo de delações que envolvem os principais ministros que articulam as reformas que subtraem direitos dos trabalhadores. A ausência de um “projeto de Nação” inclusivo, que amplia a cidadania, é referenda pelas sucessivas cifras alarmistas que aterrorizam os trabalhadores, as trabalhadoras – o cidadão honesto que honra seus compromissos com dignidade.
O ataque ao movimento sindical, não poupando sequer as fontes de custeio estabelecidas pela “contribuição sindical”, traduz o “terrorismo político” de um governo corrompido. Numa clara tentativa de circunscrever o movimento sindical por meio da chantagem, o relator da Reforma Trabalhista simplesmente não atende as demandas dos representantes legítimos dos trabalhadores. É o desmantelamento o modelo de solidariedade social moderno, o contrato de trabalho que garante emprego. A flexibilização, a precarização via terceirização não se traduzirá em novos postos de trabalhos, será o “dowsizing” numa economia em que 2/3 dos trabalhadores sequer conhecem o que é formalidade ou direitos sociais inscritos na Constituição de 1988.
No caso da Reforma da Previdência, o alarmismo produzido no gabinete do Ministro da Fazenda é resultado e uma expectativa vendida ao mercado, que não se realiza a contento no esteio das delações cotidianas, traduzindo uma superação de interesses contrariados. A economia que se pretende para a próxima década, algo em torno de R$ 800 bilhões, poderia ser alcançada em decisão audaciosa do COPOM, reduzindo a “Taxa SELIC” em apenas alguns pontos percentuais. O Brasil continua ter a mais alta taxa de juros reais no mundo.
A equipe econômica de Michel Temer vocifera contra os opositores, bradando que os juros subirão e que o Brasil não crescerá se não fizer as Reformas, principalmente, a Previdenciária e Trabalhista. Nada de pensar sobre a Reforma Tributária, e, chamar a responsabilidade o sistema financeiro que drena recursos do orçamento para pagamento da dívida pública, algo em torno de R$ 500 bilhões a cada ano fiscal.
Neste enredo fatídico, alarmista e aterrorizante, nada melhor que a frieza dos relatórios de perspectivas para economia brasileira, produzidos pelo FMI – Fundo Monetário Nacional, prevendo um crescimento pífio em 2017 – apenas 0,2% do PIB, e, 1,7% em 2018. (sic!!)
Assim, temos um governo de corruptos, alarmistas e mentirosos, que aterrorizam uma geração de trabalhadores honestos que vivem sob a insígnia do desemprego, ou, relações trabalhistas precárias com salários indignos. Um triste legado para uma Nação que sonha ser potência!!
quarta-feira, 19 de abril de 2017
Estratégia quero-quero
O governador Raimundo Colombo surpreendeu a imprensa local quando foi dar uma entrevista coletiva em Brasília para desmentir as acusações de delatores da Odebrecht.
Escolado homem do planalto serrano, atento aos hábitos de animais e aves do campo, Colombo simplesmente aplicou a estratégia dissimulatória do quero-quero: canta sempre para o lado contrário do ninho.
Geração perdida
por Emanuel Medeiros Vieira
Para os pais que
lutam para que seus filhos escapem da dependência das drogas ilícitas (ou não)
Vivendo, nos últimos anos, entre Brasília (não a do Poder,
dos verdes, dos pássaros, das flores, dos criadores, dos amigos – aliás, a
maioria dos patifes chega lá terça e volta na quinta-feira) e Salvador, onde tenho passado os últimos meses, sinto que é
preciso falar dos “lugares”.
A vida é um assunto
local, já dizia Chaplin...
Então, falarei de um
doloroso drama, inferno mesmo, que não é só da primeira capital do Brasil, mas
de quase todo o país (e mundo).
O folclore mercantilizado, desta cidade só fala dos
cantores, das festas, da “alegria eterna” (puro estereótipo). É que não
conhecem a cidade na qual não transitam
turistas apressados e deslumbrados.
Quero falar (não é uma
tese) do problema dos dependentes de drogas ilícitas. (Fala aqui alguém que
quer compreender, não um juiz.)
Assunto doloroso e
difícil, mas do qual não quero fugir.
Chamou-me atenção uma matéria bem recente do “Correio da
Bahia”, de autoria de Thaís Borges e Hilza Cordeiro.
Uma das frases mais vistas quando é lido um jornal informa:
“Adolescente morreu em confronto com a polícia”.
Causa principal, quase sempre: envolvimento com o tráfico de
drogas.
Diz um senhor: “Infelizmente, a morte dele era algo que a
gente previa”, admitiu o pai de Valney do Rosário Pereira, 17 anos, morto numa
operação policial no perigoso e populoso bairro de Engenho Velho de Brotas (não
esqueçam: Salvador é a terceira capital do país em número de habitantes).
É mais uma morte para a estatística. O pai do rapaz não está
sozinho.
Há quase uma fatalidade, mesmo quando a polícia chega logo
atirando. São bairros de pretos e pobres, praticamente abandonados pelo Estado.
Ganham pouco (se trabalham), desemprego enorme, conduções infamantes, em que
nada funciona. Nada de novo escrevo, eu sei .
E muitas vezes há confrontos mesmo. A visão, creio, não pode ser maniqueísta.
Polícia má, traficante bonzinho. Nada disso. Há os dois
lados, e muito mais..
RESUMINDO: APREENSÕES
DE ADOLESCENTES POR TRÁFICO SOBEM 1700 POR CENTO EM 11 ANOS, NA CAPITAL BAIANA.
“Eles começam como
usuários de drogas, daí partem para outras atividades". A maioria faz parte de facções, informa uma delegada.
Nos bairros periféricos, a influência é ainda maior das
facções, por causa (é claro) da vulnerabilidade social.
Um defensor público diz que o jovem sente necessidade de
reafirmar a sua identidade num grupo.
Ele acrescenta: “Os adolescentes são a ponta desse sistema e
é essa ponta que o aparato policial reprime primeiro”.
Famílias desfeitas, falta de proteção, violência doméstica,
pais inexistentes, falta de limites – tudo isso são causas.
Reconheço: não tenho certezas. Só dúvidas. Talvez não haja maior flagelo como esse
– só a guerra.
Quem tem de lidar com um dependente em casa (conheço famílias)
sabe disso: é um inferno diário, e até o amor mais desmedido não oferece
resultados.
Com tudo isso, ainda enfrentamos, no país, uma crise ética
sem precedentes, e um mundo armado, violento e perigoso.
Mesmo que não sejamos
uma ilha, como dizia o grande poeta John Donne, não está fácil.
(Perdoem: queria ter respostas, mas não tenho. Só palavras. Mas lembro do mestre Machado de Assis: alguma coisa escapa
ao naufrágio das ilusões).
(Salvador, abril de 2017)
terça-feira, 18 de abril de 2017
Máquina de dinheiro...
Uma concessionária da Prefeitura, que explora terreno público - no centro, em frente ao Mercado - cobra R$ 4,90 por 4 minutos de estacionamento. Sem tolerância de 10 ou 15 minutos, normal nesses casos.
Talvez essa máquina de fazer dinheiro explique o pagamento de aluguéis milionários por parte de administradores da cidade.
O "assalto" foi contra o amigo Fernando Damásio, editor e colunista do Bom Dia Floripa.
...sobre extravagâncias do primeiro casal de Florianópolis
![]() |
Kim Kardashian. Inspiração? |
Triste saber que expressões tão discriminatórias
tenham ilustrado a coluna mais lida do estado num ato de mais profunda
exacerbação da vaidade humana. "Golpe do baú"; "nasci em berço de
ouro"; "meia mostrenga" "morava numa mansão de 5 mil metros quadrados
que foi sede da casa cor"; "luxo na praia de Ipanema"; estudei nos
melhores colégios"..."irmãos ricos". E, por aí vai.
Não,
não são expressões do reality show protagonizado por Kim Kardashian -
menos ainda, postagem recente da rica (rica mesmo) blogueira Lalá
Rudge; é simplesmente a retórica da atual primeira dama de
Florianópolis.
Os
bonecos de luxo, ainda desdenham o brinquedo de 8 milhões de reais que
compõe o novo arranjo familiar nos últimos 120 dias. Velhos ricos de
novos hábitos?
O
que esperar dos senhores estudiosos nos melhores colégios a utilizar
expressões tão infelizes quanto gramaticalmente incorretas? Será que
tamanha riqueza animosamente ressaltada nos coloca à mercê do crivo de
vossas altezas como se fôssemos idiotas iletrados, sem eira, sem beira, e
sem pai?
O que pensa parte da população nascida em "berço de latão"? Que
estudou em escola pública? Que não tem irmãos que estudam no
exterior? Que precisam trabalhar, se qualificar (graduação e pós,
mestrado, doutorado...) por desconhecerem culturalmente a prática do
golpe do baú?
Um grito de bravo aos pais que em simplicidade ensinam aos filhos diferenciar preço de valor.
Enquanto
isso, assiste-se a nobreza insigne dramatizar uma adaptação ao romance
de Anton Tcheckhov: A dama (e o plebeu) do(s) (pobres) cachorrinho(s).
segunda-feira, 17 de abril de 2017
MPSC vai investigar Doreni Caramori Jr.
EXTRA! MP-SC INSTAURA INQUÉRITO PARA INVESTIGAR PAPEL DE CARAMORI JR. NO ANIVERSÁRIO DA CIDADE
Na
sessão de hoje da Câmara Municipal, o vereador Prof. Lino Peres revelou
em primeira mão a informação de que o Ministério Público de SC já
instaurou inquérito para investigar as suspeitas de corrupção no
envolvimento do empresário e ex-secretário-executivo do Conselho de
Desenvolvimento Econômico e Social de Florianópolis, Doreni Caramori
Jr., com a festa de aniversário da cidade. “Tal
ação do Ministério Público demonstra a importância da denúncia anônima e
a necessidade de continuidade da CPI aqui na Câmara”, destacou Lino em
Plenário.
A
atitude unilateral do presidente da Câmara municipal de Florianópolis,
Guilherme Pereira – que, inclusive, assinou o documento -, de arquivar a
CPI, mesmo com o parecer favorável da Procuradoria da Casa, foi
bastante criticada durante a sessão de hoje. A Bancada da Oposição
argumentou que, além da assinatura de 15 vereadores pela abertura da
Comissão, há materialidade suficiente para a continuidade da
investigação. A investigação das acusações levantadas pela denúncia que
chegou à Câmara é essencial, já que evidenciam a conflituosa relação
público-privada que está sendo construída nessa gestão.
No
dia 5 de abril, o MP-SC enviou ao prefeito Gean Loureiro um ofício com
diversos questionamentos sobre o acúmulo de função de Caramori Jr. como
secretário e empresário, e também seu envolvimento na negociação entre a
Prefeitura e a AMBEV, que pagou cerca de R$ 400 mil Reais para a
realização do aniversário da cidade deste ano. Caramori alega que a
festa foi um evento privado. A Promotora Juliana Padrão Serra, autora do
inquérito, estabeleceu o prazo de dez dias corridos para a resposta do
prefeito – o ofício foi enviado no dia 5 de abril, mas a Prefeitura
ainda não acusou o recebimento.
Execrado por se sujar por pouco...idiota...
Na pequena Santa Gertrudes, cidade com 25 mil habitante no interior de São Paulo, a Odebrecht fez um "investimento" nos candidatos a prefeito na eleição de 2012. Como não existe almoço grátis, tinha interesse em manter a concessão de água e esgoto.
O trio, o prefeito Rogério Pascon (PTB), o ex-prefeito Valtimir Ribeirão (PMDB) e Lazaro Noé da Silva, o Gino da Farmácia (PPS), que disputou as eleições municipais, apareceu na delação de Guilherme Pamplona Paschoal, executivo da empreiteira Odebrecht, segundo a revista Veja.
De acordo com a delação de Paschoal, a eleição de Santa Gertrudes teria custado à empresa não mais que 180 mil reais em caixa 2. R$120 mil reais teriam ido para o candidato favorito nas pesquisas, Ribeirão (que perdeu); Pascon, o atual prefeito (reeleito), teria ficado com 50 mil reais; e ao azarão da disputa, Gino da Farmácia, teriam sobrado 10 mil reais.
No domingo de Páscoa, apenas Gino da Farmácia não estava na cidade. Embora tenha aparecido relacionado ao menor valor de propina, Gino tem atraído as maiores críticas. “Como foi se sujar por 10 mil reais? Todo mundo aí na política levando milhões! Por 300 milhões de reais até eu me corrompia”, disse a dona de casa Fabiana Costa, de 36 anos.
Esse é o povo...
Florianópolis se destaca na LavaJato
Não vai acabar bem
Deve acabar em
escândalo a licitação na Embratur para contratar por R$ 9 milhões uma
agência de comunicação digital. O dono da Talk, empresa vencedora, é
Luiz Alberto Ferla, velho amigo e conterrâneo de Florianópolis de
Vinicius Lummertz, presidente da Embratur.
Uma questão de cultura
por Carlos Nina*
O
que o País está vivendo é fruto da educação que temos.
Um
dos delatores da Operação Lava-Jato, que está expondo um esquema fantástico de
corrupção, foi explícito: é cultural.
PC
Farias, famoso tesoureiro da campanha do ex-Presidente Fernando Collor, ouvido
em CPI no Congresso Nacional, já fizera a revelação daquilo que todos sabiam – e
continuam sabendo: negar a corrupção no processo eleitoral é hipocrisia.
Outro
dos delatores da mesma Operação Lava-Jato confirmou serenamente essa afirmação -
que ninguém se atreveu a negar, por ser tão óbvia -, apesar do discurso de
todos, que transforma a Justiça Eleitoral em cúmplice. Respondem, sempre, em
uníssono, partidos e candidatos, eleitos ou não:
-
Todas as doações recebidas foram lícitas e aprovadas pela Justiça Eleitoral.
Chegamos,
assim, a uma situação em que não sobra ninguém. Cada esperança se transforma em
desilusão.
São
todos honestíssimos. Um mais do que outro. Como se pudesse haver gradação de
honestidade. Até agora há apenas um que admite não ser o mais e proclama: Só
Cristo foi mais honesto do que eu!
Na
verdade, são todos inocentes, porque as delações não provam nada e, mais do que
honestos, a maioria deles é muito mesmo é esperta e dos bilhões desviados dos
cofres públicos só voltarão alguns milhões - bagatela diante do tamanho do rombo
causado no dinheiro suado pago pelos brasileiros através de encargos de toda
natureza.
Lembra-me
uma ponderação feita por meu irmão, Carlos Alberto, também advogado, sobre as
polêmicas em torno da situação nacional. Ex-Gerente de várias agências da Caixa
Econômica Federal, da qual foi ex-Superintendente no Maranhão e no Piauí, administrador
exemplar, com a visão de sua experiência, observou que, além do prejuízo causado pelos desvios
das verbas, há outro de igual monta, que é o decorrente da própria gestão
pública. Não há a mínima preocupação em gerir as instituições públicas de modo a
fazer com que seus recursos sejam aplicados da melhor forma. Descaso,
incompetência e má-fé levaram e continuam levando instituições e serviços
públicos ao caos.
Sucateados,
perdendo servidores qualificados e empanturrados com apadrinhados incompetentes,
mal educados e corruptores vorazes, os serviços públicos estão em rota de
autodestruição. A engrenagem da corrupção que todos sabiam existir está revelada
friamente e não há nenhuma perspectiva de que seja extinta ou de que, mesmo
atingida pelas operações que têm levado colarinhos brancos para atrás das
grades, não estará presente nas próximas eleições, nem esteja extinta em todos
os escalões, níveis e esferas de poder.
São
bodes expiatórios consumidos em sacrifício para sobrevivência dos mais espertos
e da própria engrenagem. Mas mesmo os condenados não são jogados nas celas
comuns onde culpados e inocentes, investigados e denunciados, suspeitos e
condenados cumprem indistintamente a mesma pena da confinação em espaços onde
não há o mínimo de higiene para o animal mais imundo.
Ah!
Mas eles merecem. São criminosos, ainda que alguns sejam apenas suspeitos.
E
esses que usam cargos públicos para desviar em benefício próprio recursos que a
população paga para ter boas escolas, hospitais, saneamento básico, água e
esgoto encanados, ruas e estradas pavimentadas, por que têm o beneplácito dos
justiceiros?
Quanto
tempo durará esse estertor? O País conseguirá sobreviver até as próximas
eleições? Para eleger quem? Os mesmos? Sem caixa dois, não dá.
Por
isso a defesa de um dos investigados é simplória: todo mundo faz isso, há muito
tempo!
Como
são as raposas que estão tomando conta do galinheiro, não será surpresa se os
crimes “necessários” às eleições e reeleições deixarem o rol da legislação
penal, violando o conceito de direito e de justiça.
Também
não será surpresa se a população brasileira, que vem pagando o alto custo do
sacrifício, perdendo seus empregos, sendo barrada nas portas dos hospitais, sem
segurança para andar nas ruas ou simplesmente sentar à porta de suas casas, for
levada a usar o direito que lhes confere a Declaração Universal dos Direitos do
Homem, em seu preâmbulo: “é essencial a proteção dos direitos do Homem através
de um regime de direito, para que o Homem não seja compelido, em supremo
recurso, à revolta contra a tirania e a opressão.”
Ou,
o que será pior, a excrescência da mentira e do cinismo usar esse viés para
tentar levar o País a refazer a história soviética do início do século
passado.
O País está nas mãos de todos nós.
*Advogado. Ex-Promotor de Justiça e Magistrado aposentado.
Assinar:
Postagens (Atom)