quarta-feira, 2 de setembro de 2009

TARDE PIOU PUTIN

Por Janer Cristaldo

Aqui no Brasil, Jorge Amado, a celebrada vestal das letras nacionais, passou a editar uma página cultural no jornal nazista Meio-Dia, e tentou inclusive cooptar Oswald de Andrade como colaborador. Acenou com trinta contos ao escritor paulista, caso este se dispusesse a escrever um livro em defesa da Alemanha de Hitler. Oswald se recusou, exigiu que o baiano se retirasse de São Paulo e o denunciou como espião barato do nazismo.

Vladimir Putin, o primeiro-ministro da Rússia – em verdade o ditador escondido sob capa parlamentar - manifestou ontem seu reconhecimento "aos milhões de soldados da coalizão anti-Hitler, à resistência e aos civis que morreram nas mãos dos carrascos" nazistas. Num ato em Gdansk para lembrar o início da Segunda Guerra Mundial, Putin reconheceu que o pacto Ribbentrop-Molotov "não foi moral".

O primeiro-ministro russo também condenou o acordo a partir do qual, em 1939, a extinta União Soviética e a Alemanha nazista dividiram entre si suas zonas de influência na Polônia e o resto da Europa. "Nosso país reconhece seus erros e confia em sua participação no novo mundo", destacou o ditador russo, chamado gentilmente pelos jornais de chefe do Executivo da Rússia. Tarde piou Putin. Setenta anos se passaram desde então. Comunistas da Alemanha toda, em cega obediência ao Paizinho dos Povos, passaram a entregar seus companheiros de partido às autoridades nazistas. A aliança teve reflexos no mundo todo. Leia mais. Beba na fonte.

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