quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Terceiro mandato, dois pesos e duas medidas

Recebi do colega Luiz Fonseca o seguinte comentário:

O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, tenta um terceiro mandato. E não se vê nenhum editorial indignado na imprensa, nacional e internacional, contra o que em outras paragens e dependendo de quem está envolvido, provoca reações violentas. Veja o caso recente de Honduras, onde o presidente constitucional foi deposto com base na alegação de pretendia um terceiro mandato. Um golpe militar vergonhosamente tolerado pela comunidade internacional. Qual a diferença entre Uribe e Manuel Zelaya?

Sem entrar no mérito da questão em si, a tese do terceiro mandato é avaliada com dois pesos e duas medidas.

Cometário meu:

Caro Chuvisco, já falei sobre onda reeleicionista aqui. Na época coloquei que todas estas tentativas de perpetuação no poder atropelando as instituições democráticas, como aconteceu em Honduras, fazem parte de um script comandado pelo bolivariano Hugo Cháves. Chaves defende a perpetuação no poder baseado em teoria de Simon Bolívar explícita no famoso "Discurso al Congreso Constituyente de Bolivia", publicada em Lima em 25 de maio de 1826.

Reproduzo abaixo o post:

A Presidência Vitalícia e o discurso bolivariano!

A origem da reeleição perpétua tão pregada por Hugo Chaves e tentada por Zelaya em Honduras tem origem no "Discurso al Congreso Constituyente de Bolivia", publicada em Lima em 25 de maio de 1826. Aqui Simon Bolivar apresenta a sua proposta de constituição. O discurso é uma gracinha. Serve hoje como base e inspiração para os candidatos a tiranetes latino americanos.

1. "O Presidente da República vem a ser, em nossa Constituição, como o sol que, firme em seu centro, dá vida ao Universo. Esta suprema Autoridade deve ser perpétua; porque nos sistemas sem hierarquias se necessita mais que em outros, um ponto fixo ao redor do qual girem os magistrados e os cidadãos: os homens e as coisas. Dá-me um ponto fixo, dizia um antigo; e moverei o mundo. Para Bolívia este ponto é o Presidente vitalício."

2. "O Presidente da República nomeia o Vice-Presidente para que administre o estado e o suceda no mando. Por esta providência, se evitam eleições, que produzem o grande azote das repúblicas, a anarquia, que é o luxo da tirania, e o perigo mais imediato e mais terrível dos governos populares. É desse modo que sucede nos reinos legítimos, a tremenda crise das repúblicas. O Vice-Presidente deve ser o homem mais puro: a razão é, que se o presidente não elege um cidadão muito reto, deve temê-lo como a um inimigo encarniçado e suspeitar de suas secretas ambições."

2 comentários:

  1. Alvaro Uribe em script de Hugo Chavez?Taí algo que não combina...A perpetuação no poder é supra ideológica pois Uribe é um neo liberal disfarçado.Nossos tiranetes não provém de apenas uma vertente ou matriz.Pobre Bolívar.Êle nunca sonhou...seus tempos e realidades eram outros...os inimigos eram outros.
    Por favor,inclua o Bolívar"fora dessa".

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  2. Esta "gripe" esta se alastrando pela America Latina, sera que demora muito pra desenvolver uma vacina contra esta "pandemia" geral?
    Terceiro mandato é doença, é né?
    Só pode, ja passou de modismo, esta virando coisa corriqueira.
    Até o caninha daqui quer uma baba destas.

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