Por Henrique Bruggemann
Há alguns anos o grupo de rap Facção Central lançou a música “Isso aqui é uma guerra”, seguida de seu videoclipe, o qual traz cenas de sequestros e roubos. Já a letra da música, traz versos inflamados sobre a guerra vivida por moradores da periferia brasileira para que sobrevivam:
“É uma guerra onde só sobrevive quem atira; quem enquadra a mansão, quem trafica; infelizmente o livro não resolve; o Brasil só me respeita com um revólver aí; o juiz ajoelha, o executivo chora, para não sentir o calibre da pistola; se eu quero roubar comida alguém tem que sangrar”.
“Se for pra ser mendigo doutor, eu prefiro uma Glock com silenciador, comer seu lixo não é comigo”.
A música e o videoclipe contundentes foram censurados e os integrantes do grupo responderam processo por incitação ao crime e foram presos (obviamente, fazem parte dos três “P(s)” de Heleno Fragoso: prostituta, pobre e preto). Após, também por meio de música responderam à censura:
“Aí Promotor o pesadelo voltou; censurou o clipe mais a guerra não acabou; ainda tem defunto a cada treze minutos; dez cidades entre as quinze mais violentas do mundo”.
E a pergunta que surge: é possível/preciso que uma letra de música incite o crime? Aquele estigmatizado que passa fome, chega a roubar porque uma letra de música o atiça? Ou será que os crimes ocorrem devido à falta de trabalho, educação, moradia, alimentação, assistência hospitalar, estrutura familiar?
Finaliza-se a reflexão com as palavras do grande pesquisador da Criminologia Crítica, Alessandro Baratta: “As maiores chances de ser selecionado para fazer parte da “população criminosa” aparecem, de fato, concentradas nos níveis mais baixos da escala social (subproletariado e grupos marginais). A posição precária no mercado de trabalho (desocupação, subocupação, falta de qualificação profissional) e defeitos de socialização familiar e escolar, que são característicos dos indivíduos pertencentes aos níveis mais baixos, e que na criminologia positivista e em boa parte da criminologia liberal contemporânea são indicados como das causas da criminalidade, revelam ser, antes, conotações sobre a base das quais o status de criminoso é atribuído” (Criminologia Crítica e crítica do direito penal – p. 165)
*Henrique Gualberto Bruggemann – advogado, professor de Direito Processual Penal na UNIVALI e Mestrando em Direito na UFSC.
Discussão ultrapassada já Canga.
ResponderExcluirEstá provado que o som não financia tampouco incentiva o crime.
Apenas reflete. Faz dançar.
abraço
cns
Reflete nada mais nada menos que a luta de classes existente no sistema capitalista. O excluido se não luta pela via institucional, luta pela via da criminalidade... Ou um pivete assaltando um mauricinho, roubando-lhe o tênis da Nike é o que? Fetiche? Mal-caratismos apenas??
ResponderExcluirCOMO É QUE TEM GENTE DA FAVELA QUE NÃO PRECISA ROUBAR???
ExcluirNÃO ME VENHA COM ESSE PAPINHO DE LUTA DE CLASSES.
QUEM ROUBA É VAGABUNDO!
V-A-G-A-B-U-N-D-O!
quando assaltarem seu filho, esposa e neto com uma arma na cabeça vocês vão mudar de idéia.
ExcluirBlah!Blah!Um povo ordeiro e trabalhador não arranja desculpas, os japoneses se recuperaram do zero depois de guerras, terremotos,tsunamis, furacões, pestes etc. vadios sempre têem boas desculpas para se entregar a vadiagem. Vala para todos eles.
ResponderExcluirÉ por querer "vala" para todos e por ter o raciocinio de ódio semelhante aos de Aurora Dourada (nofa) e Gafanhoto, que a guerra não acaba.
ResponderExcluirMas, conforme disse, o papo já cansou. O Brasil tá cheio de intolerante que não para de fato para analisar as coisas. Só querem sangue e sangue.... e quando o sangue pega em alguem da familia querem o que? mais sangue mais sangue....
seguindo a sua linha: o Brasil está desse jeito porque é muito
ResponderExcluirdireito e pouco dever!
o anônimo, se arrombam sua casa, estupram tua mulher e filha, parece que vais oferecer um drinque e um banho quente pelo jeito.
deves ser de alguma ong de direitos humanos de bandido pelo jeito.