quinta-feira, 23 de março de 2017

Bem aventurados os veganos e macrobióticos...

A carne é fraca. E podre?
Por Emanuel Medeiros Vieira 

   As velhas ou novas oligarquias (estas, alojadas num partido que, nas suas origens, afirmou que “não rouba nem deixa roubar” –eu sei, hoje parece humor negro) têm atacado com extrema virulência a “Operação Carne Fraca”.

   Foram quase dois anos de investigações – antes da Operação citada. Os podres poderes que dominam o Brasil desde o seu nascimento, culpam o mensageiro pela mensagem, o termômetro pela febre.

   São álibis que todos conhecemos.

   Houve apelos midiáticos? Julguem-se quem agiu dessa forma, mas não culpem a Operação em si.

   A Operação Carne Fraca (quando a Lava Jato sofre, quem sabe, seu maior bombardeio desde que começou há três anos: dos velhos coronéis da política, das maiores bancas advocatícias do Brasil, de gente do STF, dos partidos dos envolvidos na roubalheira, da canalha envolvida na corrupção, de malfeitores de todo o gênero etc.).

   São pessoas e grupos que internalizaram nos seus corações e mente o espírito da escravidão.

   Não peço que concordem comigo: quero que reflitam.

   Na Operação Carne Fraca investigam-se corruptos e corruptores: fiscais agropecuários federais e empresários do agronegócio (tão poderosos, que têm uma bancada no Congresso (como existe a “bancada da bala”, “a bancada evangélica” etc.) e nas suas intensas propagandas nos meios de comunicação contam com atores e apresentadores famosos e muito bem pagos).

   A Operação envolve executivos do grupo JBS (Friboi, Swift e Seara) e BRF (marcas como Sadia e Perdigão).

   São todos desonestos? É claro que não. A maior parte das pessoas e empresas que trabalha, no ramo é formada (como observou Ruy Gessinger) por gente portadora de extrema honestidade e competência.

   Como disse alguém, “os casos (investigados) embrulham o estômago, mas há muito tempo se sabe que era preciso melhorar o e ampliar a fiscalização” (...).

   A BRF é fusão entre a Sadia e Perdigão.

   Como lembra uma economista, a Sadia havia quebrado com a manipulação cambial de 2008.

“Muito dinheiro público foi transferido para a empresa através de empréstimos subsidiados para financiar a fusão, tapar o rombo da empresa” (...).

   A JBS – recorda alguém –teve muitas aquisições financiadas pelo BNDES (meu, teu, nosso dinheiro, generoso leitor). A JBS, também com dinheiro do velho e bom (para aqueles do “andar de cima”) BNDES, comprou a Seara .

   O JBS foi o frigorífico que recebeu o maior volume de empréstimos e de aporte de capital do banco para se tornar– afirma uma economista – “para ser o maior campeão nacional no segmento de carne.”

   É preciso salvar a Operação Lava Jato, em nome da cidadania e da justiça.

   Os podres poderes não podem, mais um a vez, macular uma das poucas esperanças do povo brasileiro!*

*O título deste texto é apenas uma brincadeira: minha filha Clarice é vegana, mas seu pai não resiste a um bom churrasquinho...

   Sejamos sempre ecumênicos.

(Salvador, março de 2017)-


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