“Existe uma euforia meio carnavalesca no Brasil nas últimas semanas, mas os indicadores são muito turvos ainda. Não dá para dizer que há sinais de virada. É exagero carnavalesco." (Mônica de Bolle, Economista, 26/02/2017)
Na sequência a mídia “chapa branca”, festejou sem rubores a ancoragem das expectativas inflacionárias para o centro da meta (target inflation), dos principais índices de preços (IPCA, IGP-DI, IGP-M, IPC-FIPE) para o ano de 2017, no intervalo entre 4,56% - 4,88% , segundo Relatório Focus de 03/03/2017. Estranhamente, os analistas econômicos, sequer tocam no descalabro entre níveis inflacionários e Taxa SELIC, comparado com as taxas praticadas pelas principais instituições financeiras e operadoras de cartão de crédito, com taxas girando em torno de 14,18% ao mês, 401,76% ao ano, um roubo institucionalizado (Fonte: CEF).
No início das águas de março de 2017, com atraso incomum, o Ministério do Trabalho (ou melhor, do desemprego), com Ministro que defende a “precarização via terceirização” , as mudanças nas regras trabalhistas, em tempo de desemprego nas alturas, algo em torno de 13% da massa da PEA – População Econômica Ativa, em desemprego aberto, e, aproximadamente 20,1% em condição de desemprego aberto somado ao desemprego oculto. Pelo 22º mês consecutivo, o CAGED apresenta um saldo negativo entre admitidos e demitidos, uma flutuação que se agrava de norte ao sul do Brasil. A deterioração é alarmante, com chefes de famílias sendo desempregados mensalmente, e, 20% dos desocupados sem trabalho há pelo menos 2 anos.
A política ortodoxa e monetarista levada às profundezas da maior recessão da história brasileira, com queda de 3,6% , e, expectativas de crescimento lento , gradual e fraco para 2017. A previsão do Relatório Focus apresenta uma expectativa de apenas 0,5% para o crescimento do PIB neste terrível período pós-carnavalesco.
A distensão da política monetária é apenas uma decorrência da falta de alternativas propostas por um governo afundando na incerteza dos agentes econômicos, do empresariado, e, finalmente, trabalhadores deserdados de uma sociedade excludente e marginalizadora. Noutra ponta, o Governo Federal já apresenta a alternativa para incapacidade da política monetária continuar agindo no horizonte dos economistas palacianos, o redirecionamento para a política fiscal, apostando nas reformas estruturais, principalmente, a Reforma da Previdência e Trabalhista.
Na ausência de um projeto alternativo proposto por economistas ortodoxos e políticos conservadores, a suposta melhoria no ambiente de negócios e retomada do crescimento se afasta no horizonte. O crescimento pífio, lento e gradual, gerando uma república de deserdados e desamparados, é a triste sina para um País que um dia sonhou “ser uma potência”!!! Esperar o que de um República governada por uma canalha política em consórcio com empresários corruptos.
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