Na última semana, por duas vezes a Celesc foi alvo de comentários nas páginas dos jornais de Santa Catarina. E nas duas vezes o trabalhador é considerado o problema. Tanto o jornal A Notícia quanto o Diário Catarinense veicularam matérias sobre o provável fechamento do balanço da empresa com prejuízo, colocando na cola dos trabalhadores a culpa.
Sob o título “Impactos do PDV”, a matéria do DC ilustra um cenário onde o excesso de trabalhadores é padrão e o custo de pessoal absurdo, mas que mesmo assim os benevolentes acionistas estão a favor do plano.
Esquecem-se de que os trabalhadores da Celesc são profissionais com grande qualificação e capacidade, que expõem suas vidas à risco de morte para atender a população atarinense com qualidade e que, mesmo assim, tem remunerações baixas e condições de trabalho nada favoráveis, fruto de um longo período de gestão que visava apenas o lucro dos acionistas e o apadrinhamento político em detrimento da qualidade dos serviços e da valorização dos trabalhadores. Em determinado momento da reportagem o Diário Catarinense afirma que, conforme a Aneel, “a empresa deveria ter um gasto de pessoal de R$ 270 milhões, enquanto gastava, efetivamente, R$ 540 milhões em janeiro de 2011”.
Novamente o cenário do setor elétrico nacional é desconsiderado em favor de um denuncismo. Nada se fala do fato de a Aneel tomar como base empresas privadas que exploram a terceirização das atividades, refletindo em péssimo atendimento, baixos salários, péssimas condições de trabalho e segurança, causando a morte de diversos trabalhadores.
Nesta edição do Linha Viva fica evidente os impactos da terceirização: mais e mais notícias de acidentes com trabalhadores e cada vez menos qualidade dos serviços prestados.
Mas o pior mesmo foi a declaração do colunista Cacau Menezes que joga a esponsabilidade do prejuízo para o trabalhador, influenciando a sociedade com um jargão popular: e vocês sabem quem vai pagar a conta? A Celesc pública, com seu quadro de pessoal próprio qualificado e com plenas condições de levar energia de qualidade à toda Santa Catarina
é patrimônio da sociedade e não deve ser alvo de um jornalismo baixo, que se apoia em opiniões pessoais sem a menor contextualização e apuração. É imoral e uma falta de respeito com os celesquianos que trabalham em prol do desenvolvimento do estado catarinense.
Infelizmente é prática comum no jornalismo nacional o ato de desinformar a população, lançando mão de meias verdades como se fossem absolutas.
Como escrito pelo jornalista Celso Vicenzi Jr, em artigo recentemente publicado no Linha Viva, “é fácil enganar a opinião pública com exemplos isolados e descontextualizados. Ainda mais para uma população que se informa basicamente pela TV e pelos grandes
jornais e revistas – que demonstram cada vez menos independência política e apreço por uma informação mais abrangente dos fatos, mais verdadeira”.
um dos grandes responsáveis pela quebra da celesc: EDUARDO PINHO TRIRRADIAL MONREAL MOREIRA.
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