Entrevista do presidente da Celesc ao jornal O Estado de São Paulo foi mal recebida pelo sindicato dos eletricitários. Sindicalistas publicaram nota em seu informativo, Linha Viva, onde criticam e acusam o presidente da estatal de criar 38 cargos de chefia sem necessidade.
Leia a nota:LIMPEZA DE PORÕES OU JORGAR A SUJEIRA PARA BAIXO DO TAPETE?
Na terça-feira, 15 de outubro, o Presidente da Celesc, Antônio Marcos Gavazzoni, concedeu ao jornal O Estado de São Paulo entrevista comentando o futuro da estatal Catarinense. Mais uma vez, como parece ser comum à grande mídia desinformada e preguiçosa, que acomoda-se em reproduzir inverdades sem pesquisar e confirmar a realidade do setor elétrico brasileiro (principalmente na questão das empresas públicas), o trabalhador é exposto como o centro dos problemas. Segundo a reportagem do “Estadão”, “o calcanhar de Aquiles da Celesc sempre foi uma estrutura trabalhista inchada”. A mitologia usada para descrever uma Celesc problemática, serve-nos também para algumas considerações. Aquiles era um mortal com fúria de Deus. Grande lutador, temido por vários povos ganhou diversas batalhas com os poucos homens que compunham seu exército. A verdade é que a Celesc é quase como Aquiles: uma empresa forte, que leva energia de qualidade ao estado de Santa Catarina, mesmo com um quadro reduzido de trabalhadores, sempre criticados por uma lógica de mercado que considera eficiênte uma empresa que explore seus trabalhadores expondo-os à condições inseguras em prol de lucros cada vez maiores para poucos acionistas. Em certa passagem do mito Aquiles é traído pro Agamenon e recusa-se a entrar na guerra contra tróia. Seria Agamenon, na nossa história, Gavazzoni? Na entrevista concedida ao Estadão, o presidente afirma que em 2012 “é o ano de limpar o porão da Celesc” e que “o grande problema da Celesc é excesso de pessoal”. Também declarou que sua equipe irá “criar regras de forma que nem se eu quiser realizar um novo concurso público para contratação de funcionários vou conseguir”. Em uma análise objetiva, expressão usada pelo presidente deveria ser outra: esconder a sujeira debaixo do tabete. Lembramos que em sua gestão foram criados 38 cargos de chefia sem necessidade. Também lembramos que o Ministério Público do Trabalho (MPT) recomendou à Celesc a contratação de trabalhadores por concurso público, considerando que com o atual efetivo a Celesc não consegue nem cumprir legislações trabalhistas. O MPT também declarou que não aceita a terceirização que explora os trabalhadores e os expõem à riscos de saúde e segurança em prol da diminuição de custos e distribuição exacerbada de lucros.
Os trabalhadores da Celesc não abandonarão a guerra. Estaremos sempre à postos para defender nossos direitos, defender com nosso trabalho a empresa pública, maior patrimônio da sociedade Catarinense. Defenderemos acima de tudo a continuidade da Celesc como exemplo de empresa comprometida com o desenvolvimento do estado, sempre respeitando seus trabalhadores. Nosso porão está limpo. As sujeiras escondidas em baixo do tapete, com o tempo vamos varendo com a força da verdade.
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