Assistimos ao show "de camarote". Numa gentileza do amigo Cláudio Frazê, produtor de Yamandu em Roma, ganhamos dois lugares na primeira fila e vibramos com a perfomance do músico que levantava a platéia a cada "rascada" final na madeira do violão.
Yamandu é uma figura no palco. Violão acústico, com apenas três microfones captando e reproduzindo o som, o músico consegue, alternando entre o baixo e o alto, o suave e o forte, a repetição da mesma frase musical em várias harmonias diferentes, produzir um um show tão grande que emociona a platéia.
Com a casa cheia, vários brasileiros na platéia, Yamandú fez o que sabe fazer de melhor: tocar virtuosamente o seu violão e emocionar o seu público.
Mas algo o diferencia como artista: a sua presença de palco. Yamandú entra calçando alpargatas, bombacha branca, camisa clara, uma echarpe no pescoço e o violão na mão. É humilde...e gigante.
Já na primeira música deixa claro que não veio para brincadeira. O dedilhar interminável nas cordas do vilão vem sempre acompanhado de caras e olhos. Em momentos de trabalho intenso, música forte e alta, arregala seus olhos com apreensão e meneios de cabeça. As vezes, a execução de notas fortes é seguida de movimentos intensos com o braço do violão como se toureasse a platéia para logo em seguida baixar totalmente o som e desaguar em movimentos suaves que vão dos ombros aos pés e a cabeça voa de um lado para o outro como se estivesse sonhando e contando um história com aquela música. E está, pois até o público viaja na história de tanta emoção que o gaúcho coloca na sua arte.
Cosa de loco!
A chegada em Roma
Hector, o roqueiro de Roma |
De saída me aparece um personagem tirado daqueles documentários de bandas de rock cenenárias: Hector, o motorista de táxi. Cabelos ralos, longos e pintados de negro graúna, Hector se apresentou, pegou o endereço, colocou o "último" do Deep Purple a mil nas caixa de som do carro, elevou a velocidade do táxi e da conversa.
Manhã de bonita, trilha sonora pra gente grande e conversa desencontrada (italiano, espahol, ingles e portugues) fizeram a nossa chegada em Roma esta manhã.
Às 8:30h da manhã a convesa já tinha chegado a um nível tão alto que a Gisa, curtindo um jet lag no banco traseiro, teve de intervir com vemência pois a coisa estava tomando uma velociade descontralada.
O Hector é o personagem aí na foto com cabelão de Roberto Carlos. Figuraça!
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