Na semana passada um depoimento chamou a atenção de quem acompanha os desdobramentos da CPI dos Radares - em andamento da Câmara de Florianópolis - para tentar avançar nas suspeitas que deram origem à operação Ave de Rapina, da Polícia Federal.
Apesar do nome, a CPI não se limita a investigar apenas as relações entre agentes públicos e a empresa Kopp, responsável pelos radares da cidade e de onde saíram os R$ 100 mil apreendidos pela Polícia Rodoviária Federal no veículo onde seguiam dois guardas municipais e um servidor terceirizado da prefeitura.
Além dos radares, a CPI também busca lançar luz sobre o que aconteceu nos bastidores da política para que a chamada Lei Cidade Limpa, que propunha a regulamentação da instalação de outdoors na cidade, fosse rejeitada pelos vereadores.
Na semana passada, o empresário Adriano Fernando Nunes, proprietário da empresa Visual Brasil, apontado pela PF como sendo o distribuidor de propinas para vereadores, foi ouvido pela CPI. Foi o único que não permitiu que os trabalhos fossem abertos à imprensa, frustrando o espírito de transparência que deveria nortear os trabalhos do legislativo.
Agora, o que se comenta é que o teor do depoimento pode abrir novas frentes de investigação, principalmente sobre órgãos e políticos conhecidos por usar outdoors desde sempre, para celebrara até o dia do cachorro-quente.
É o caso da FATMA. Em ‘ gravação realizada pela Polícia Federal com autorização da Justiça, Adriano Nunes aparece fazendo lobby para “pegar” uma campanha da Fundação do Meio Ambiente do Estado, que foi presidida por seu grande amigo Gean Loureiro.
Na transcrição, que o Cangablog teve acesso com exclusividade, Adriano fala coisas como:
- “(…) como essa campanha é FATMA, é campanha que é minha…”
- “Só que..é, como era FATMA e… o Gean (Loureiro) era presidência, véio, o presidente é nosso lá e… o marketing é nosso, né?”
Ou ainda: “Então vão ver como é que nós vamos fazer isso aí. Eu não quero é ficar fora do projeto, porque assim…eu tenho direito de brecar essa campanha ou não, entendeu?”
Escutas telefônicas mostram diálogos entre vereador e empresário
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