(Ouvindo "Jesus, Alegria dos Homens",
de Johann Sebastian Bach).
Para Clarice e para Lucas - e para as crianças do Brasil.
“Opte por aquilo que
faz o seu coração vibrar. Apesar de todas as consequências”.
(Osho –
1931–1990)
Era tudo ao contrário.
Seria tudo melhor?
O Sagrado estava no mundo,
e andávamos todos sem medo.
Não, não há bichos pré-históricos,
Nem história há.
Mas não havia matanças, obuses, morteiros pernas
arrebentadas, a cobiça maior, tantas guerras- – o poder é tudo.
(Eu sei: sempre houve.
Mas preciso “mentir” para ser “sincero” no que escrevo.)
Reservo-me ao direito de por hoje – só por hoje – ser
ingênuo.
E de repactuar-me comigo mesmo, com os outros, com o cosmos.
(Tudo anda tudo tão melancolicamente grave e desgraçado. Mas
abraçamos a vida – intensamente.)
Eu sei: vivemos numa época de absoluta regressão ética.
O mundo era outro, havia risos – era tudo sonho.
“Saudosista – dizes que tudo era melhor porque já passou”,
adverte-me um promotor interno.
Hoje não, por favor: nada de narrativas estilhaçadas – quando todo mundo
morre no final.
Um piquenique, campinhos de futebol, praias limpas, morros
onde podíamos andar à noite,
E o melhor de tudo: não tínhamos medo.
Ou não? Não sei. Sim: tínhamos
outros medos.
Termino com Carl Gustav Jung (1875–1961): “O sentido torna suportável uma grande parte
das coisas – talvez tudo. Ele nos conecta com a realidade, inunda as trevas com
luz e nos faz atravessar o sofrimento.”
(Salvador, junho de 2015)
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