(...) “Descobri que
minha arma é o que a memória guarda.” (...)
(Milton Nascimento e Fernando Brant, “Saudades dos Aviões da
Panair”)
A noite te persegue?
Apenas fechas os olhos.
Morcegos? Corujas?
“Produza algo
edificante”, exige um Juiz.
“Não escreves poemas: no máximo, prosa poética”, define
outro Magistrado (um deus?).
“És sempre monotemático:
falas obsessivamente no Tempo e numa Ilha que acabou há muito tempo”, reitera
uma Voz Interior.
“Por favor: sê mais otimista” – reivindica outro crítico.
Aspiras a desconexão com real, o império da paz – talvez o
esquecimento.
A memória está sempre
aqui, ali, sempre – ela é o núcleo das tuas narrativas..
Virá o pó, mas não
agora – esquece.
E todos os sonhos de tantas vidas?
Exorcizarás os males – acreditas.
Irão embora os
Espíritos de Obsessão.
Irão?
Será a noite uma ânsia sem nome?
Do caos seria feita a
luz.
Aspiramos Arcanjos. Sombras somos?
Também claridade.
“Desejo-te mil anjos” – escrevo para um destinatário desconhecido
– mas que amo (pois só ele, o amor, poderá nos salvar).
Que eles te cubram sempre, te blindem, te protejam contra o Mal.
Engana-se a voz
Interior (lembrada acima): a Ilha Mítica estará sempre no teu coração (ela é
que importa).
Salvador, julho de 2015
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