Era uma vez...
Os compadres José Janene e o doleiro Alberto Youssef |
...o reino encantado de José Janene.
Poderoso deputado progressista (PP), Janene escreveu o roteiro do Mensalão, escandalosa peça de corrupção que corroeu as entranhas do PT e do governo Lula e ainda reinou soberano, mesmo depois de morto. O Petrolão, "em cartaz" na delegacia da Polícia Federal do PR e na Vara de Lavagem de Dinheiro, dirigida pelo juiz Sérgio Moro, tem a sua assinatura.
A mesma plataforma aplicada no Mensalão, quando o governo Lula corrompeu parlamentares para que se mantivessem fiéis ao governo petista, foi aplicado no Petrolão, só que em escala de proporções gigantescas. Os milhões roubados do povo brasileiro no Mensalão, hoje, no Petrolão, são fichinhas.
José Janene começou a administrar o Petrolão em 2004, às vésperas da famosa entrevista, para a FSP, quando o deputado Roberto Jeferson (PTB) revelou o Mensalão que colocou o núcleo duro do PT na cadeia.
Para articular, lavar e administrar a dinheirama que era distribuida para os vários reinos que apoiavam o trono central, agora com Dilma (PT), o "Seo José" confiou a missão ao seu fiel escudeiro e compadre, Alberto Yussef.
Youssef, natural de Londrina (PR), mesma cidade de Janene, começou a vida vendendo pastel nas ruas da cidade, depois como "executivo de fronteira", fazia contrabando do Paraguai para o Brasil. Com as constantes viagens ao Paraguai, começou a mexer com dólares e a fazer câmbio até ser preso no escândalo do Banestado - (Banco do Estado do Paraná), por meio de contas CC5, facilitou a evasão de divisas do Brasil para paraísos fiscais, entre 1996 e 2002, na ordem de R$ 150 bilhões.
No Petrolão, Youssef, sob o comando do "Seo José", sofisticou o esquema de lavagem de dinheiro. Além de enviar dinheiro para paraísos fiscais, montou uma série de empresas laranjas, de fachada onde intermediava pagamentos de propina e fechava contratos fraudulentos com empresas do governo.
Em 2004, Youssef foi o primeiro criminoso brasileiro a inaugurar o estatuto de delação premiada. Agora, pilhado com um cofre abarrotado de dinheiro, acabou entregando a ligação com Paulo Roberto Costa, diretor da Petrobrás e um dos grandes operadores do esquema na Petrobras.
Mais uma vez Youssef faz delação premiada e entrega todo o jogo de corrupção do governo do PT que envolve vários partidos da "base aliada" e envolveu contratos com a Petrobras que somam mais de R$90 bilhões.
Abaixo reproduzo depoimento extraído do Termo de Colaboração prestado por Roberto Youssef na superintendência da PF em 14/10/2014.
A mesma plataforma aplicada no Mensalão, quando o governo Lula corrompeu parlamentares para que se mantivessem fiéis ao governo petista, foi aplicado no Petrolão, só que em escala de proporções gigantescas. Os milhões roubados do povo brasileiro no Mensalão, hoje, no Petrolão, são fichinhas.
José Janene começou a administrar o Petrolão em 2004, às vésperas da famosa entrevista, para a FSP, quando o deputado Roberto Jeferson (PTB) revelou o Mensalão que colocou o núcleo duro do PT na cadeia.
Para articular, lavar e administrar a dinheirama que era distribuida para os vários reinos que apoiavam o trono central, agora com Dilma (PT), o "Seo José" confiou a missão ao seu fiel escudeiro e compadre, Alberto Yussef.
Youssef, natural de Londrina (PR), mesma cidade de Janene, começou a vida vendendo pastel nas ruas da cidade, depois como "executivo de fronteira", fazia contrabando do Paraguai para o Brasil. Com as constantes viagens ao Paraguai, começou a mexer com dólares e a fazer câmbio até ser preso no escândalo do Banestado - (Banco do Estado do Paraná), por meio de contas CC5, facilitou a evasão de divisas do Brasil para paraísos fiscais, entre 1996 e 2002, na ordem de R$ 150 bilhões.
No Petrolão, Youssef, sob o comando do "Seo José", sofisticou o esquema de lavagem de dinheiro. Além de enviar dinheiro para paraísos fiscais, montou uma série de empresas laranjas, de fachada onde intermediava pagamentos de propina e fechava contratos fraudulentos com empresas do governo.
Em 2004, Youssef foi o primeiro criminoso brasileiro a inaugurar o estatuto de delação premiada. Agora, pilhado com um cofre abarrotado de dinheiro, acabou entregando a ligação com Paulo Roberto Costa, diretor da Petrobrás e um dos grandes operadores do esquema na Petrobras.
Mais uma vez Youssef faz delação premiada e entrega todo o jogo de corrupção do governo do PT que envolve vários partidos da "base aliada" e envolveu contratos com a Petrobras que somam mais de R$90 bilhões.
Abaixo reproduzo depoimento extraído do Termo de Colaboração prestado por Roberto Youssef na superintendência da PF em 14/10/2014.
Este depoimento, conseguido com exclusividade pelo Cangablog, é o único que trata sobre repasses de recursos a agentes políticos, detentores de foro privilegiado, encaminhado ao STF. Esta denúncia é especificamente sobre o esquema de corrupção montado dentro do Partido Progressista, por José Janene.
DE COLABORAÇÃO N° 14 – PRESTADO EM
14 DE OUTUBRO DE 2014, NA SUPERINTENDENCIA DA PF DE CURITIBA – PR.
Procurador: Gostaríamos que relatasse a sua
relação com Paulo e o PP.
Youssef: Vou detalhar bem pra que você possa
entender: O Partido Progressista ele tinha uma liderança de vinha desde a época
do Seu José (Janene) e que num determinado momento esse grupo, que era do Seu
José Janene perdeu a liderança.
Procurador: Que época
mais ou menos?
Youssef: Final de 2011 começo de 2012, ou
meio de 2011, eu não me lembro bem exatamente. E nessa época o Nelson Meurer era o Líder e o Nelson Meurer caiu da liderança e um novo grupo passou a
comandar o Partido e esse novo grupo era composto de Ciro Nogueira, Dudu da
Fonte, Benedito de Lyra, Artur de Lyra que passou a ser o novo Lider.
Na
verdade é o seguinte: quando o José Janene coordenava o Partido, então o Zé foi
Lider, o Pizolatti foi líder o Mario Negromonte foi líder por quatro vezes,
quatro anos seguidos e aí depois, em 2010 o Nelson Meurer entrou na Liderança.
O seu José já não estava entre a gente, já tinha falecido e aí o Nelson Meurer
assumiu a Liderança.
Procurador: O último Líder
do grupo de Janene foi o Nelson Meurer?
Youssef: Foi o Nelson Meurer.
A rebelião contra o golpe
Procurador: O que
aconteceu, que racha foi esse?
Youssef: Aconteceu que na verdade, depois que
o seu José (Janene) faleceu, esse Grupo
anterior, que era o Grupo do seu José, que era formado por Pizollatti, Mario
Negromonte, Nelson Meurer, Pedro Correia, Pedro Henry, esse Grupo passou a não
fazer repasses para o Partido, então começou a dividir entre eles, começou a
enrolar o pessoal do partido, então o Partido se rebelou e tomou a liderança, inclusive tomou o Ministério das
Cidades do Mário Negromonte.
Procurador: Eles
começaram o que, esse é dinheiro de propina, se apropriar do dinheiro da
propina?
Youssef: É, começou a fazer repasses a
menores, não repassava todo o mês, repassava a menor, começou a enrolar. E aí
perderam a Liderança.
Procurador: Não
repassava, ou seja se apropriava pessoa física, não repassava ao Partido?
Youssef: Com certeza porque o dinheiro
chegava neles.
Procurador: Não
repassava ao Partido?
Youssef: É. Repassava uns não repassava
outros, começou meio a se dispersar nessa situação e consequentemente o Partido
se rebelou. Perderam a Liderança, perderam o Ministério das Cidades e aí
pediram uma reunião com Paulo Roberto Costa aonde participou dessa reunião
Agnaldo Ribeiro, Dudu da Fonte, Arthur de Lyra e Ciro Nogueira.
Procurador: Quem
solicitou a reunião?
Youssef: Foi o próprio Ciro Nogueira que hoje
é o Presidente do Partido.
A troca de operador
Procurador: Solicitou
pro senhor?
Youssef: Não, solicitou ao Paulo Roberto, e
aí nessa conversa que eles tiveram com o Paulo Roberto explicaram que eles tinham
tomado a liderança e que a parti de agora os negócios que eles tinham com a
Petrobras, passariam a não ir mais para o outro grupo e sim para o grupo que
tinha assumido a liderança e consequentemente pediram para o Paulo Roberto que
mudasse o interlocutor também, no caso eu era o interlocutor. Pediram a minha
mudança também
Procurador: Tem uma
liderança formal perante a casa e uma liderança informal?
Youssef: É. A liderança informal sempre foi
comanda pelo Ciro Nogueira. Ele sempre foi o articulador desse grupo todo aí
com o Dudu da Fonte.
Procurador: Ciro
Nogueira era o líder informal?
Youssef: É, tanto que depois virou presidente do Partido.
Procurador: De fato é
ele quem é o manda chuva lá dentro?
Youssef: Sim. De fato foi ele que articulou
toda essa mudança.
Dilma e Lula sabiam de tudo
Procurador: O Sr. pode
afirmar se a presidenta sabia desse comissionamento antes desse racha no
Partido ou não sabia?
Youssef: Na verdade eu acredito que o Planalto sabia, a
Presidenta sabia, o ex-presidente sabia, todo mundo sabia o que acontecia. Mas
enquanto não tinha discussão, não tinha brigas internas, enquanto isso não foi
parar formalmente no Planalto então se fazia vista grossa. A partir do momento
que isso passou a gerar discussões, intrigas e brigas Ela (Presidenta) foi
obrigada a tomar uma decisão (exonerar Paulo Roberto Costa). Esse é meu
entendimento.
Enquanto você sabe o que está acontecendo e
isso não gera discussões a coisa continua, tudo bem, mas a partir do momento que
começa a sair de dentro de casa, começam a plantar notinhas em revistas umas
coisas em jornais, aí já passa a ser um assunto de risco. No meu entendimento
Ela (Dilma) achou melhor demitir (Paulo Roberto Costa), ou melhor, pedir que
ele entregasse a sua renúncia.
Vazamento para a imprensa
Procurador: Que tipo
de fator externo o Sr, falou?
Youssef: É que começou a discussão no Partido.
Isso saiu pra fora do Partido. Começou sair algumas notas em revistas, jornais,
a onde se atacou muito o Mario Negromonte, na época que era ministro, isso foi
orquestrado pelo Ciro Nogueira. No
primeiro momento eles tomaram a liderança, no segundo tomaram o Ministério das
Cidades e quando eles foram pra se apropriar diretamente do cargo do Paulo
Roberto Costa isso foi pra dentro do Planalto e não foi visto com bons olhos, e
eu acho que isso gerou a queda do Paulo Roberto.
Procurador: Faltou
aqui no começo que quando diz que era um grupo hegemônico que comandava o
Partido Progressista. Desde quando era esse grupo?
Youssef: Desde 94.
Procurador: Desde 1994, formado por Mario Negromonte.
Youssef : O Mário acho que veio depois. Na época
era o José Janene, Pedro Correia, Pedro Henry, falecido Flávio Derns. O Mário
veio depois. O Mário era PSDB e veio depois. O Ciro se não me engano era PSDB e
veio depois, já na época, aí nos anos 2002.
A compra do passe
Procurador: O Ciro era
do outro grupo.
Youssef: Em quanto o Zé (Janene) era vivo o
Ciro respeitava, ele participava do grupo, tanto é que o Zé comprou o passe do
Ciro Nogueira pra vim pro Partido. O seu José comprou na época, se não me
engano, pagou 150 mil dólares e mais uma condição mensal, como outras pessoas
também vieram para o Partido dessa mesma forma, quando se podia mudar de
partido assim.
Procurador: O Sr.
falou que o PP comprou o passe do Negromonte?
Youssef: Do Mário eu não me lembro se ocorreu
isso, mas o Ciro Nogueira sim, com certeza, o seu José comprou o passe dele.
Ele veio de outro partido. Como comprou o passe de outros também que eu não
lembro os nomes.
Procurador: Quando que
o Ciro passou pro Partido:
Youssef: Eu acredito que tenha sido em 2002, eu não
tenho exatidão.
Procurador: Então
essa alternância do poder ali ocorreu um pouco depois do falecimento do José
Janene?
Youssef: Um pouco pelo falecimento do Janene
e outro pouco da displicência do novo líder, no caso o Mário Negromonte, Nelson
Meurer, Pizolatti. Eu acho que eles passaram a cuidar mais da questão pessoal
deles e deixaram um pouco o Partido de lado e isso comprometeu a hegemonia e a
liderança.
Procurador: Qual era a
contrapartida desses pagamentos?
Youssef: Votação, eleição do líder, Comissão
perante a Câmara, Comissão de Minas e Energia.
A entrega do dinheiro
Procurador: Onde o Sr.
entregava o dinheiro:
Youssef: Entregava no apartamento do
Pizolatti, entregava na residência dele, de origem, no caso em Camboriu o Pizolatti, Nelson Meurer em Curitiba, Mario Negromonte em Salvador na Bahia, mas a maioria foi
entregue em Brasília mesmo, no apartamento do Pizolatti.
Procurador:
Apartamento funcional?
Youssef: Funcional.
Procurador:
Gostariamos que o Sr. Detalhasse questões relacionadas aos pagamentos
direcionados ao Partido Progressista.
Youssef: Na verdade a gente já abrangeu esse
tema no Termo anterior a esse, se não me engano foi o termo 14 ou 15, mas eu
vou detalhar um pouco mais esse assunto
na questão de valores, por exemplo: quem comandava a alta cúpula tinha
participação maior dos valores arrecadados, no caso José Janene, Mário Negro Monte, João Pizolatti, Neuson
Meurer, esses tinham maior valores. O restante, mensalmente funcionava na
questão de , tinha deputados que recebiam 30 por mês e tinham deputados que
recebiam 150, de 30 a 150.
Procurador: Conforme a
importância?
Youssef: Conforme a importância política de
cada deputado. E com isso o Partido tinha que arrecadar durante o mês em torno
de 3 a 4 milhões para que pudesse suprir todos esses pagamentos.
Porque
que era feito isso: justamente para manter a governabilidade e a bancada perto
pra que pudesse contar junto com a base aliada do governo e não votasse contra.
Na verdade esses pagamentos eram referentes a isso.
Procurador: Isso só da
Petrobras. Era o Banco do PP geral assim, ou era so da corrupção da Petrobras?
Youssef: Normalmente só da Petrobras. As
vezes vinha alguma coisa de outro setor, mas era muito difícil.
Procurador: O PP
também tinha ministérios, não tinha?
Youssef: Tinha, o Ministério das Cidades.
Procurador: E lá
também a corrupção fazia festa.
Youssef: Era outra operadora.
O preço da liderança
Procurador: Mas também
tinha distribuição de mensalão?
Youssef: Com certeza alguma coisa acontecia. Além dos pagamentos para influenciar
nas votações da Câmara, eram também pra, quando tinham as exceções, quando
havia a eleição do líder, todo ano, também esse líder quando fazia a campanha,
na verdade também pagava por isso. Então a eleição de líder custava em torno de
4 a 5 milhões todo ano.
Procurador: Lider
dentro ad Câmara?
Youssef: Lider do Partido na Câmara.
Procurador: O Partido
comprava então os votos?
Youssef: Na verdade se a pessoa quisesse
manter a liderança tinha que pagar por
isso, pra ter o apoio dos outros deputados.
Doleiro elegia líder
Procurador:
Houve caso específico de candidatos?
Youssef: Houve, vários. O jota elegeu o Mario
Negromonte 4 vezes líder, elegeu o Pizolatti líder. Eu elegi Nelson Meurer
líder depois que o José Janene morreu, através dessa mesma sistemática.
Eu não distribui. Eu conheci o valor
pra que o Nelson Meurer pudesse comprar os votos par que ele pudesse se eleger.
A eleição do Lider custava em torno de 4 milhões. É muito simples, se a
pessoa quiser ter 100% dos votos, 40 deputados a 100 mil reais cada voto, 4
milhões. Ou em caso que tivesse trinta e poucos votos, mas ai tem aquela pessoa
que quer 150 mil, outo quer 50 mil,
outro quer 200 mil.
Procurador: E isso
replicava em torno dos outros partidos?
Youssef: Eu acredito que sim.
Procurador: Os da alta
cúpula quanto recebiam?
Youssef: Em torno de 250 a 350 mil reais
mensais. No caso do seu José muito mais.
Procurador: Mais tinha
cara que não topava o esquema, o Bolsonaro aquela outra lá, como é o nome dela?
Youssef: Bolsonaro não, Ana Amélia também
não.Tem mais exceções no PP, eu não lembro o nome.
Procurador: É bom por
os honestos, depois traz a lista, de cabeça não dá. Esses que
o Sr. diz ter certeza que recebia é por que pagou diretamente?
Youssef: Não, eu via na lista do Lider. Na
verdade quem começou com tudo isso foi o Janene, depois passou o Mario Negromonte quatro vezes
na liderança, passou o Pizolatti duas vezes na liderança, passou o Nelson
Meurer uma vez na Liderança.
Procurador: O eu era o
controle, essa lista que o Sr. Fala?
Youssef: Na verdade era um controle que o
líder fazia.
Procurador: Como que o
Sr. viu isso?
Youssef: Eu como operador ele vinha com a
lista, chagava pra mim e falava “ó
preciso de tanto em Brasilia tal dia, ta aqui ó fulano tanto, sicrano tanto,
beltrano tanto”.
Procurador: Ele ia no
teu escritório lá em São Paulo?
Youssef: Ele também ia no meu escritório lá
em são Paulo, mas quando eu tava em Brasilia mesmo, na casa dele.
Procurador: Quem era
ele?
Youssef: João Pizolatti.
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