sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Nei Duclós e a censura à imprensa

Trago para cima comentário do amigo Nei Duclós sobre a proteção dada pelo STF ao clã Sarney mantendo a censura ao jornal O Estado de São Paulo.

Pois merece comentário. Sarney é o fundador da ditadura civil, quando assumiu a presidência sendo vice de uma chapa que perdeu o titular antes da posse. Ou seja, foi casuismo, foi golpe branco. Foi para estar até hoje no poder que ele deu esse golpe, chamado de redemocratização e que no fundo foi a consolidação do regime de 1964. Os golpistas se livraram dos militares, chamaram a ditadura civil-militar de regime militar, anistiaram os torturadores, engessaram o sistema político (em que o voto do grotão vale dez das capitais), manipularam o voto via marketing milionário e urna eletrônica, impuseram candidatos para o voto de cabresto ou o voto útil e por isso temos esse quadro.


Isso não faz parte da natureza. Foi algo construído, bem sucedido. E todo mundo embarcou no conto do Collor, do Phd Fhc ou no conto do operário. Não nos livramos da tirania, não temos nada a celebrar. Continuamos na ditadura. Se fosse democracia, não haveria censura nem um golpista de 64 seria o presidente do Congresso. Enquanto ficarmos abismados exclamando "mas não estamos numa democracia!?" e não nos convencermos de que não estamos, apesar das aparências, nada mudará.

O poder dos Sarney não é impressionante, é absolutamente lógico. Faz parte do sistema perverso que nos governa.

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