A nova direita brasileira
Por Emanuel Medeiros Vieira
A velha a gente já conhece. E a nova?
Por exemplo, os “companheiros” que pegaram boquinhas na Eletrosul e em outros órgãos controlados pelo PT, não gostariam de serem chamados de direitistas. Mas são. Também é direitista toda a aparelhagem sindical de ternos bem cortados (e chamavam o Joaquinzão de pelego!), com secretárias gostosas e celulares de última geração. Socialistas? Nada disso. Essa nova direita está na executiva do partido que age com mãos de ferro stalinista contra os dissidentes (como para dissolver o diretório do Maranhão, impondo a candidatura ao governo do Estado da “socialista” e “impoluta” Roseana Sarney). Essa nova direita “companheira” está nos fundos de pensão das estatais, onde rolam bilhões de reais. É muito dinheiro, muito mesmo! Por isso, eles não “podem” perder as eleições.
São milhares de cargos em toda a burocracia estatal. Os “companheiros” nunca se deram tão bem! Onde está também essa nova direita? Na burocracia partidária, no Palácio do Planalto, nos ministérios, nas autarquias, nas agências reguladoras, na multidão de “conselhos” regiamente pagos, na Petrobrás, nas assembleias, nas câmaras municipais, nas prefeituras, na mídia amestrada, na CUT e em todos os sindicatos, na Câmara Federal, no Senado e em outras instâncias.
Os reis da mamata, os aproveitadores, os velhacos de todos os matizes (e com retórica nacionalista) formam a nova direita brasileira. Para camuflar sua cobiça, sua enorme volúpia por cargos, benesse e prebendas dizem que “não se pode deixar que a direita volte”. Quem, cara pálida? É como o gatuno que, na rua, grita “pega ladrão” para disfarçar seu próprio roubo. É um álibi compensatório, como diria Freud. Um “truque” ou arranjo mental, como definiriam os psicanalistas. Só assisti a duas vezes ao horário eleitoral dito gratuito. Prefiro a companhia melhor e mais nobre de Machado de Assis e de outros autores. Mas vi dois. Meu Deus! Que empulhação! Quanta mentira!
É dito que Lula foi o melhor presidente que o país já teve. Mas é tudo virtual. PAC, Pré-Sal (que quando sair do papel, talvez o petróleo já não seja a hegemônica fonte de energia; haverá outras menos poluidoras). Pode ser grande na distribuição de Bolsa Família e de outras esmolas.
As pessoas têm memória fraca. É preciso lembrar que Lula e o PT foram contra o Plano Real e não assinaram a Constituição.
O senador Mercadante – um “homem de palavra”!- disse que o Plano Real acabaria logo. Dilma aparece com uma um poço de ternura, de bondade, de compaixão e de sabedoria.
Não é a mulher truculenta, que não tolera divergências, não é a stalinista contumaz, não é a mitômana famosa! Por isso o PT, como os coronéis nordestinos de antigamente, não quer uma Educação libertadora. Como a atual, se engana mais facilmente. Inventam um programa eleitoral (feito a peso de ouro) para manipular as emoções mais primárias, como se fosse uma novela, não para estimular a reflexão, mas para ludibriar. Pagam rios de dinheiros a marqueteiros , que formam uma nova casta nacional na arte de enganar e de mentir. Não querem politizar o debate. Apenas mistificar. E não falam em corrupção. Falar de corda em casa de enforcado...
Um povo com conhecimento não seria ludibriado tão facilmente. Em vez do tacape, passam uma ideia de paz, de ternura, de bondade, de tolerância. Imaginem essa turma com uma ditadura na mão! Lula segura o “lúmpen” com o programa Bolsa Família, e protege o andar de cima (banqueiros). Assim, a patuléia pode comprar, em dez suaves prestações, eletro-eletrônicos nas Casas Bahia. E Lula, acovardado e medroso, não abre os arquivos da ditadura. Lula é um Forrest Gump piorado. Piorado? Sim, porque o original tinha ternura, compaixão. E ele não. E é megalomaníaco. Detesta quem pensa, quem lê.
E os puxa-sacos babam quando ele diz qualquer platitude ou alguma nova asneira. Seu raciocínio beira à idiotia. É de pasmar que setores da academia e gente que se considera culta e informada, se deixe enganar tão facilmente. Não atribuo à má-fé, mas ao despreparo intelectual. Acham que “pobreza” é virtude, que é um álibi para tudo, que um cidadão por ter sido pobre pode fazer o que quiser. É o elogio da má-índole. Não existe gente bem equipada ou com solidez teórica no partido para que se possa debater.
Essa gente foge do contraditório, como o diabo da cruz. Não tiveram ídolos, não tiveram sonhos, não tiveram razões mais nobres para combater. Ou para viver. De minha parte (não mais para mim, mas para os que vierem depois), espero um país em que a política não seja mais a atividade favorita dos delinquentes, dos velhacos, dos patifes e dos traidores.
Eles passarão...(Não é, Quintana?)
Salvador, agosto de 2010
Impagável.
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