Por Marcos Bayer
O sangue não para de correr, condição essencial à vida. O cérebro não para de pensar ocupando-se de todas as possibilidades que consegue alcançar. O vento descansa e volta, fazendo sobre a lâmina d’água rugas e desenhos caleidoscópicos. As asas batem em diferentes velocidades para que o pássaro manifeste sua intenção. O coração pulsa, acelera e retorna
conforme o medo, a tensão ou a alegria. A música surge dos acordes dos instrumentos, a voz ecoa das cordas vocais. A tela, magnífica janela de PC, mostra toda a criação catalogada. É o acervo da Humanidade à sua disposição.
Tudo em movimento enquanto houver vida, depois dela também.
Os artistas, sempre mentes privilegiadas, buscaram a reprodução do que significava a vida, o Homem e o que é perceptível na Natureza. Da Pietá de Michelangelo, em que um corpo vivo segura outro morto, até as esculturas monumentais de Oscar Niemeyer, expostas em grande escala, em várias cidades do mundo. A Catedral e o Congresso Nacional em Brasília, o Museu de Arte Contemporânea em Niterói ou a Universidade de Constantine na Argélia. Sempre um traço em movimento que o concreto armado congelou.
A entropia do Universo é movimento constante e infinito. Não há hipótese de imobilidade entre nós. Nada está parado. A própria temperatura do ambiente determina a expansão ou contração molecular da matéria.
Assim, não há possibilidade de vida sem que haja ação. A genialidade de Alexander Calder e suas esculturas móbiles é que ele inspirou o supremo movimento na arte: Voar
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