Em 1979, Novembro, ele foi para as ruas da capital protestar com muitos outros contra a ditadura e seus abusos. Pedia legalidade, justiça, decência e democracia. Ele não cobrava nada. Não era assessor de imprensa governamental, não trabalhava em nenhum tribunal e não corrompia o fiscal. No desespero financeiro ela pedia: Se quiserem ajudar a manter o blog no ar, depositem na agência tal, da instituição financeira qual.
Ele não tinha vergonha de mostrar sua vida, suas dificuldades e a hipocrisia do Estado de Direito atual. Ele não tinha medo de falar do desembargador que comia criancinhas e não era comunista. Do conselheiro que roubava em razão da função. Nem do prefeito a quem chamava de corrupto e repetia na frente da juíza a afirmação. Não poupava o deputado que gostava de cabrinhas, nem a família que é dona da televisão. Quando ele chamava alguém de filho da puta, ele apenas repetia o que muitos de nós fazemos no segredo de nossos gabinetes.
Ele foi um jornalista. Publicou o que ninguém publicaria. Não temia as consequências. Lutou até o último minuto em que deve ter perguntado: Como derrotar a corrupção, sozinho e desarmado? Como vencer sem a
ajuda dos omissos, meus possíveis aliados? Como quebrar essas estruturas
cínicas e detentoras formais do poder?
Amilton Alexandre é um símbolo em Florianópolis.
Leitor que não quis se identificar.
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