quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

GAY TALESE: Lição de humildade


Por Marília Conill Marasciulo

Entrevistei Gay Talese. Fiz para um trabalho da faculdade, um jornal sobre um livro dele, O reino e o poder. Simplesmente liguei para a casa dele e ele atendeu. Na verdade foi a segunda tentativa. Na primeira, nervosa, com medo de que ele realmente atendesse (afinal, o maior jornalista vivo certamente debocharia das perguntas de uma estudante brasileira), fiquei aliviada quando a gravação da secretária eletrônica disse: “This is Gay Talese, please leave your name, and I'd also appreaciate if you'd leave the time and date that you called, and I'll get back to you as soon as possible.” Deixei meu telefone e prometi ligar mais tarde – teria mais tempo para respirar e criar coragem.

Às sete da noite me pareceu um bom horário, seriam cinco da tarde em Nova York. Liguei. Ele atendeu. “Hello. Hang on, just a minute.” Silêncio. Meu coração disparou, comecei a tremer, transpirava adrenalina. Ele voltou, eu me identifiquei, disse que estava ligando do Brasil e que tinha deixado uma mensagem na secretária. “Acabei de chegar em casa, nem tive tempo de checar minhas mensagens, achei que tínhamos combinados de conversar amanhã ao meio-dia!” Dava para ouvir o espanto em sua voz. Como explicar para Talese que ele tinha se confundido, que eu não era quem ele estava pensando? Quando repeti que não tínhamos conversado ainda, que eu era só uma estudante brasileira, ele finalmente responde: “Calma aí, você não é a Carol da Silva?” Não, não sou, er... Desculpe? “Bom, então o que você quer, no que eu posso te ajudar?”. Leia matéria completa. Beba na fonte.

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