"POT-POURRI "de assuntos variados sem críticas
Laurita com o amigo Beto Stodieck (1980) |
Querido Sergio, grande Canga !
Sem muito nexo, venho fazer uns comentários com você que não incluem maledicência nem crítica.
Começo pelo nosso grande Artista-Arquiteto-Escultor OSCAR NIEMAYER. Ele e sua família povoaram a minha juventude nos idos de 1940 e até eu me formar em Direito em 1950. Meu casamento em 1951 levou-me do Brasil para o Uruguai.
Morávamos na Rua Bulhões de Carvalho, em Copacabana, tínhamos uma turma grande de amigos e, entre eles, Ana Maria Niemayer, filha única do grande gênio.
Era comum, entre nós, dar festinhas nos sábados à noite e só tomávamos bebidas sem álcool, acompanhando “cachorro-quente” e “sandwiches” variados feitos por nós mesmo, as meninas. Ainda não havia entre nós a “Coca-Cola” ... A música era de “vitrola elétrica” na qual passávamos os discos ainda quebráveis com gravações de grandes Orquestras estrangeiras como as de Glenn Miller, Art Shaw, Duke Ellington, Javier Cugat e outros de moda. Dançávamos agarradinhos que, na verdade, era a única maneira de contato físico admitido naqueles anos entre um casalzinho de namorados além dos beijos castos que ainda não eram “de língua” como se transformaram depois aprendidos dos franceses.
Meu namoradinho de um certo momento foi o Walter Athademo que era uns 4 anos mais velho que eu e meu pai fazia pressão para que eu terminasse o namoro porque, dizia meu pai, “ele mastiga chiclets (“Adams”) e ainda oferece a você e você aceita” !!!
Quando esse namoro terminou, numa das nossas festinhas de sábado, na incrível residência de Oscar Niemayer na Lagoa subindo uma daquelas maravilhosas ruelas, Ana Maria, sua única filha, fez uma reunião e eu levei, já namoro terminado, o Walter Athademo para apresentá-la pois ele não havia sido convidado e não íamos deixá-lo para trás.
Conheceram-se nessa noite ... e se casaram, tiveram filhos, um deles inclusive sofreu um grave acidente e morreu.
Volto ao Oscar, pai. Era naqueles anos um homem garboso, bonito mas não como artista-de-cinema, senão que atraente e marcava presença. Tanto é assim que sequer me lembro da senhora mãe da Ana Maria: meus olhos eram só para ele porque eu “sentia” que dele emanava alguma coisa diferente que outros homens, como os amigos do meu pai, professores e/ou parentes, não tinham.
A casa deles ficou logo famosa porque contava com vários modernismos no que tinha que ver com a cozinha, já imitando as que hoje são comuns, várias paredes e armários contavam com mecanismos que se moviam, fechando, abrindo ou deslizando. Tudo isso nos causava um efeito mágico na nossa imagem juvenil e pura naquele mundo ainda quase sem tecnologias e que nos deixava pasmos e não parávamos de comentar desejando que os Niemayer nos chamasse mais seguido para frequentar aquela casa perdida entre o que hoje chamamos tão displicentemente de “Mata Atlântica” com a inefável vista para a Lagoa Rodrigo de Freitas.
A vida me levou para um casamento com estrangeiro, mais tarde entrei para o nosso Itamaraty e fiquei longe do Brasil trabalhando para o nosso país durante quarenta e cinco anos seguidos, o que me afastou de praticamente todas as minhas amizades de mocinha aqui no Rio como em outros Estados do Brasil onde meu pai serviu como o militar que era.
De longe, acompanhei sempre a caminhada do Mestre Niemayer, a construção e inauguração de Brasília, o soberbo Edifício da ONU em Manhattan, e tantos outros projetos famosos dele. Reencontrei apenas um par de vezes com Ana Maria, mas sempre muito mais frequentemente com Walter Athademo, Cirurgião Dentista, que me tratava quando eu fazia alguma viagem ao Rio para visitar meu pai já viúvo.
Na Missa de Sétimo Dia do Walter Athademo encontrei-me com o Arquiteto Niemayer e nos demos um forte abraço muito sentido pois jamais Walter e ele deixaram de se ver semanalmente nas reuniões de família que o grande Arquiteto sempre organizou em sua residência.
Por tudo isso, a morte de Oscar Niemayer, como a de Ana Maria, sua única-filha-minha-amiga-de-juventude, me deixaram com muita dor e “de alma branca”, o luto espiritual dos chineses ...
Tenho uma tendência e uma grande facilidade para rir dando boas gargalhadas quando posso e até quase me dedico porque, realmente, como dizem alguns grandes pensadores, a vida seria insuportável se não pudéssemos levá-la rindo dos acontecimentos e de nós mesmos.
Assim, o nosso ex-Presidente da República Excelentíssimo Senhor Luiz Ignacio Lula da Silva, segundo algumas linhas lidas por mim numa das publicações que recebo, disse que a Oposição é tão maligna e dura com ele que, se fosse para inventar uma “querida” para um dos seus, “seria uma preciosa loura de lindo corpo e com não mais de 20 anos”, porém para ele, a Oposição lhe escolheu uma Veterana de 57 anos” !!! Impecável a ideia de quem se sente realmente livre, protegido e cheio de humor, com todo respeito, como diz no “O Globo”, diariamente, o Ancelmo Gois ...
O Rio de Janeiro bem como o resto do país, com a proximidade da COPA e, mais adiante, com a chegada das OLIMPÍADAS, se fantasiou de Manhattan, de Paris, de Tóquio no que concerne os preços ! O técnico em alguma coisa, o comerciante, os supermercados, os lugares de espetáculos, os médicos e dentistas, as farmácias, os cabeleireiros, os transportes públicos, as boutiques, os cafés e os restaurantes perderam completamente a noção e a medida do que seja o “custo-benefício” ! ou leia-se: o brasileiro deixou de fazer normalmente o que fazia com o pouco que recebe. Ficou impossível não baixar o nível de conforto !
Nós, humanos, que temos que enfrentar as duas coisas que são realmente inexoráveis - a morte e os impostos - ainda temos que apertar os cintos porque não há mais orçamento familiar que resista ! Sobretudo com essa política de que estão facilitados os créditos e a alegria máxima da tão falada “Classe C” que é comprar um automóvel ainda que a 48 prestações e que, inclusive, já estão começando a não ser honradas ...
Neste nosso Rio de Janeiro eróticamente apertado entre o mar e a montanha, ruas estreitas e raras avenidas largas, vemos e sofremos um trânsito automotor começando a se parecer a maiores centros como São Paulo graças à dificuldade de chegar no horário a nenhum compromisso. Estamos já começando a nos acostumar a calcular o dobro do tempo para chegarmos num aeroporto, numa reunião de trabalho, numa comemoração social. E nem comentemos a falta de vagas para estacionamento nas ruas ou os inacreditáveis preços quando se trata de poder estacionar numa “garage dita rotativa” !
Votei no Prefeito Paz não porque o conheça ou esteja de acordo com suas ideias, senão porque espero, nesta sua nova etapa, possa ele tapar todos os buracos que abriu e leve adiante, bem ou mal, os planos de “destruir para construir” inclusive decepando um milhão de belas e sãs árvores e plantas tropicais de lento crescimento como também a falta de bom gosto com as horrorosas “saídas e entradas” do “Metrô” ocupando para sempre as nossas lindas praças tirando o espaço e a segurança das Babás que levam para tomar ar e brincar os nossos filhos, netos e bisnetos ...
Como tudo não é só para reclamar, conto com prazer e honra a você, meu querido Canga, que meu filho Santiago Irazabal Mourão, promovido recentemente a Embaixador, foi designado pelo nosso Itamaraty para ser o Embaixador do Brasil no Irã. No próximo dia 13 deste mês, às 10 horas da manhã, vai ser sabatinado pelo nosso Congresso Nacional como pede e exige a Lei. Estamos muito honrados e agradecidos a DEUS e à VIRGEM pela linda Carreira que ele vem desempenhando.
FELIZ NATAL e MELHOR ANO NOVO !!!
São os meus votos para você e sua linda família bem como a todos os meus conterrâneos que têm a sorte inestimável de morar em Florianópolis e/ou em qualquer outro município desse maravilhoso Estado que é a nossa Santa Catarina !
Muito respeitosamente sua, com saudações à sua esposa e beijo na netinha, sou a amiga e admiradora,
Laurita (Linhares Mourão de Irazabal).
Minha senhora
ResponderExcluirÉ impossível a qualquer mortal não reconhecer a genialidade do Oscar Niemayer. É difícil perder um ícone com tal grandeza. A humildade dele eu já conhecia, o que eu não sabia era da sua generosidade. Claro que tenho minhas diferenças ideológicas com ele, mas o homem era sobrehumano, alguém com essa genalidade não pode ser só humano. Parabéns pelo artigo. Um abraço. d'Acampora
A vida tá cara Laurita? É o mercado! O mercado.
ResponderExcluirBV
Canguita.
ResponderExcluirA Laurita veio em boa hora e em ótima forma. Bom texto, bons comentários, boa vida.
Bom fim de ano prá ela.
Dario
Adorável texto. Cumprimentos a autora que ilustrou bem seu belo blog. Abraço,Paulo.
ResponderExcluirComunista que cobra 5, 10 milhões por obra.....
ResponderExcluirGrande obra à beira da genialidade de poucos. Mas um politico de merda. Glorificar stalin e mao e fidel é inaceitável pra quem cultua a liberdade de manifestação. Controle de conteúdo é INACEITÁVEL. CENSURA é INACEITÁVEL. São pelo menos 100 MILHÕES DE MORTOS pelos ídolos do arquiteto. Genial na OBRA mas de escolha política deplorável. Isso porque voto no PSOL! Paul
ResponderExcluirhummm...que chique tá o canga...
ResponderExcluiressa mulher é meio perua canga...
não censura essa não...
saudades do beto...
paraste de reclamar do vírus...
e o nosso encontro? quando vai acontecer???