sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Carta ao senhor Fachin



   Por Marcos Bayer

   Bom dia senhor Fachin... Saiba que na sexta-feira todo mundo é baiano aqui no Brasil.
   Como foi Rui Barbosa, Glauber Rocha e Octávio Mangabeira...
   Sabe o senhor que o “impeachment” é uma instituição norte – americana.
   Richard Nixon sofreu o “impeachment” no Congresso dos Estados Unidos da América porque mandou espionar a sede do Partido Democrata no Edifício Watergate... Aliás, renunciou antes da imposição do “impeachment”.
   Não está escrito na Constituição dos Estados Unidos da América que é crime espionar a sede de partidos políticos.   Não, não está...
   Mas, um presidente após o juramento de governar respeitando as leis e a constituição não pode mentir sobre coisa pública...
   Bastou a mentira para que os dois jornalistas do Washington Post levassem o caso Watergate às ruas e deu no que deu.
   Bob Woodward and Carl Bernstein foram os heróis do caso. Brilhantes jornalistas.
   Como tem sido nosso Juiz Moro e os promotores federais de Curitiba.
   Senhor Fachin não venha com balelas e artimanhas Felipinas, Manoelinas ou Afonsinas.
   O “impeachment” é um processo eminentemente político. Eminentemente político, senhor Fachin.
   Eu não vou falar das acusações que pesam sobre membros de um partido que governa o Brasil nos últimos 13 anos...
   Não vou escrever sobre mentiras, desvios, cinismos ou ilegalidades...
   Seria bobagem repetir o que a imprensa “golpista” vem mostrando nos tempos recentes.
   Senhor Fachin, saiba que sua postura magistrada não pode se confundir com sua atuação política.
   Deixe para os políticos “golpistas” a tarefa de acabar com o “golpe”...
   Atenha-se a Constituição da República Federativa do Brasil.
Basta a Constituição. A Lei maior.
   É o que compete ao Supremo Tribunal Federal: Impor ao povo o respeito à Constituição que em seu nome foi escrita.
   Ouça sua professora...

   Em, 11 de Dezembro de 2015.


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