
Queridos amigos e leitores! Não sou muito bom de mensagem, dessas de Natal e fim de ano, mas de qualquer forma vou tentar:
“Não foi uma vida qualquer”. Assim inicia a resenha do Globo sobre “FELA!”, a montagem da Broadway acerca da vida de Olufela Olusegun Oludotun Ransome-Kuti, ou apenas Fela Kuti. E de fato não foi.
Nascido em Abeokuta, Nigeria, a 15 de outubro de 1938, foi multiinstrumentista e ativista político por excelência; tornou-se lenda. Nascido em família de classe média e em berço revolucionário (pra se ter ideia, sua mãe, feminista atuante, foi a primeira mulher a dirigir um automóvel no país) esteve sempre envolto em polêmicas. Detido incontáveis vezes pelo exército nigeriano, poligâmico (teve 27 esposas), morreu de AIDS em agosto de 1997 – dava declarações contra o uso de preservativo.
Fela Kuti dedicou a vida ao enfrentamento militar e à reinvenção da música, fazendo dela sua arma de protesto. Viveu também em Londres e nos Estados Unidos, bebendo do funk e do jazz, com os quais somou a música africana, sendo o pioneiro do Afrobeat, como ficou conhecida essa mistura quente e rica em ritmos. Do blog VooDoo.
FECHADO PARA BALANÇO
Por Olsen Jr.
Supondo que se pudesse emprestar este “recurso administrativo” de gerenciamento de empresas para uma causa humana e individual, quando interrogado sobre como me sinto nesse final de ano, respondo: “fechado para balanço”.
Não que tenha demasiados produtos para fazer o tal recenseamento, tampouco que “eles” valham muito, mas é o que disponho e com esses que devo contar. Tenho consciência de que se fosse uma loja de artesanato, de manufatura morosa e acima do poder aquisitivo mundano, já estaria trabalhando no prejuízo há muito tempo.
O que tenho a meu favor nesse empreendimento é o fato de não precisar despender recursos com mão de obra de terceiros e também não dispor de funcionários para trabalhar na área, a menos que se considerem os ditos “fantasmas” do ofício, mas esses são generosos, sempre aparecem em grande número e se divertem com o meu empenho em tentar entendê-los e, mais ainda quando me percebem buscando tirar algum proveito dessas incursões malogradas que fazem imaginando talvez, que com isso, sabotem o “meu fazer”.
Alguma coisa tem de ser feita, penso, senão enlouqueço.
Lembro do Scott Fitzgerald e naquela série de textos que publicou com o título “A Derrocada” (em inglês, “The Crack-up”), falando de sua vida, como ela era (glamourosa, rica e bem sucedida) e de como ela estava no momento em que se confessava publicamente (no semi-anonimato, pobre e fracassada)... Ernest Hemingway achou tudo aquilo um horror porque um homem não poderia se revelar daquela maneira para o mundo, ainda mais sendo um artista porque tinha consciência de que tudo o que acontece para um escritor pode ser-lhe útil, mas isso requer um processo de maturação que só um distanciamento cronológico possibilita e desde que o acontecido seja (re)criado com arte... Mas é outra história.
O que fazer com o material que se tem? É isso. Tenho dado um duro danado, mas não tem sido fácil. Tem horas que parece, tudo está conspirando contra. Pessoas que não conseguem ser dissimuladas sofrem mais. Sim, é necessário não perder de vista o objetivo, custe o que custar. Poucos conseguem. É preciso ter “cojones”, com o perdão pela vulgaridade, a expressão hardboiled (calejado) é mais elegante. Uma minoria chega lá de fato e por isso são poucos os escritores contemporâneos que admiro.
Estamos vivendo uma outra espécie de ditadura, nessa se pode tudo, paradoxalmente ninguém está conseguindo fazer nada. Hoje a ditadura se manifesta de maneira mais sutil: é a covardia em se definir diante da vida, quando esta nova posição implica em perda; é o silêncio diante da barbárie; é a omissão ante a sacanagem quando acontece com os outros; é a falta de diálogo; é o medo de estarmos sendo observados em nosso medo; é a agonia da testemunha que teme o mesmo destino do crime que presenciou...
De repente é aquela grande amizade de 34 anos e você acaba descobrindo que nem era grande e sequer era amizade; aquele amor impossível que te aniquila um pouco todos os dias, mas também de conforta com o simples fato de existir; aquela dor que te mata um pouco gradativamente, sem pressa, mas que você precisa dela para criar (lembra-se do conto “O Rouxinol” de Oscar Wilde?); é a insolência do cotidiano que temos a impressão de que só nós que estamos vendo... Tudo isso massacra, faz você perder as esperanças, e nos versos de um poema do bom e velho Bertolt Brecht, no “Apêlo Endereçado Aos Pósteros”, se descobre que essa percepção do mundo vem de longe:
"... Entretanto sabíamos:/
o ódio contra a baixeza/ também endurece os rostos!/
a ira contra a injustiça/ faz a voz ficar rouca./
Infelizmente, nós, que queríamos preparar o terreno para a amizade,
não pudemos ser, nós mesmos, bons amigos/
Mas vocês, quando chegar o tempo/ em que o homem for amigo do homem,/
pensem em nós com um pouco de simpatia”.
De qualquer maneira, nessa jornada chamada vida, a sensação que tenho é a mesma do viajante que se vai desapegando de suas tralhas durante a jornada, e quanto mais se livra dos objetos e das lembranças que lhe parecem inúteis e dispensáveis, mais pesado fica para seguir em frente e tenho a consciência de que jamais vamos nos libertar desse gosto amargo das coisas perdidas... É o que redime os poetas!
CANGUITA.
Começar esse texto com ELVIS - perfeito na interpretação que nos atinge no íntimo - foi muito bom. Nosso querido OLSEN nos proporciona um belo e difícil olhar prá nós mesmos - e vale a pena percorrer o texto até o fim...
FELIZ ANO NOVO!
Dario
Depois da contratação de uma empresa para a montagem de uma árvore de Natal em Florianópolis (SC) pelo valor de R$ 3,7 milhões, a grande polêmica que toma conta da cidade é o cancelamento da apresentação do cantor italiano Andrea Bocelli, que estava marcada para a noite desta segunda, dia 28 de dezembro. O show gratuito e marcado para um palco montado ao lado da árvore natalina, também vem sendo criticado pelo alto valor - R$ 3 milhões.
Além de alvo da oposição ao prefeito Dário Berger (PMDB), a contratação do tenor italiano virou motivo de investigação preliminar por parte do Ministério Público de Santa Catarina.
Várias questões são levantadas na apresentação do tenor - o valor, a legalidade do contrato firmado pela prefeitura e até mesmo a identidade da empresa contratada sem licitação para agenciar o show.
A Beyondpar, responsável pela produção do show do cantor, curiosamente é do mesmo grupo de uma das envolvidas na polêmica construção da árvore de R$ 3,7 milhões - a Beyondcomm. Esta foi apontada pelo próprio secretário de Turismo Mário Cavallazzi como a "detentora da tecnologia interativa" do enfeite de Natal. A construção do enfeite à beira-mar, sem licitação, gerou processos na Justiça e no Tribunal de Contas do Estado. Leia mais. Beba na fonte.
Crescem nos bastidores da Prefeitura, especialmente, no quinto andar do edifício das Secretarias, as especulações de que o ex-deputado Mário Cavallazzi estaria demissionário da Secretaria de Turismo da Prefeitura de Florianópolis. O secretário de Imprensa, Fenelon Damiani, retornou hoje ao trabalho, mas não obteve confirmação da notícia. Há um clima tenso na Prefeitura, mas oficialmente nada foi divulgado.
Despencar a popularidade de Dário Berger
Segundo pesquisa da Datafolha, publicada domingo no jornal Folha de São Paulo, o prefeito (virtual) de Florianópolis, Dário Berger, está em curva descendente em popularidade. Saiu de segundo colcado entre os prefeitos de capital, para sexto lugar.
Uma queda bastante acentuada que provavelmente reflete o que ele tem feito:
Abandonou a administração da Capital.
É visto apenas em colunas sociais em fotos com Luiz Henrique da Silveira na Europa.
Envolvimento em casos de corrupção deslavada e esbanjamento de dinheiro público juntamente com seu secretário Mário Cavallazzi.
Acabou com o Natal de Florianópolis ao tentar fazer caixa para campanha "pagando" R$ 3.4 milhões por uma árvore de Natal que é o supra sumo da cafonice. Bem a cara desta gente.