Fragmentos de pensamentos amorosos, pedaços de poemas atirados ao twitter que o Nei acaba colando num lugar só: no OUTUBRO. Para ler de um só fôlego!
Nei Duclós
Duas canções e um recado de ausência por tempo indeterminado. É o que
restou desse amor que não levantou vôo. Enviei um pombo correio para a
eternidade
Agora que ela sumiu, entendeste o que significa apocalipse?
Fiz ou disse algo errado antes da sua partida. Senão ela estaria ainda aqui e não a caminho de um lugar que eu não existo
Não quero ouvir essas canções que deixaste na despedida. Quero você antes do adeus definitivo
Foi-se embora, a peregrina. Foi algo que eu disse? Desdigo. Sou teu ventríloquo e estou pronto a me dar uma dura
Se houvesse amor no lugar da política, todos se perdoariam. Algo assombroso nasceria no perfil das montanhas que separam os países
Eu fico só, neste final de tarde, no Largo onde dançamos um tango argentino. O coreto ainda está lá, mas abandonado
Empilho a doçura que verte do teu sonho. Não tenho mais onde colocar teu açúcar
Quanto dura o tempo indeterminado?
Acho que foi um teste. Ela finge que foi embora e eu finjo que ela não foi
Pode deixar, sei como passar o tempo. Cruzo mar, decifro mistérios, inauguro cidades. Coisas simples perto desse arrebatamento por ti que me derruba
Fazes parte da nuvem. Chove quando é tarde, cobre a Lua em noite alta, pinta no crepúsculo. Cor branca no escuro, violeta em tempestade. Aliança de arco-íris
Via Lua antes da chuva. Tinha um véu à sua volta. Era um aviso de água depois do mormaço. Sua luz só mais tarde, quando te acordo, minha bela
Depois a Lua ficou deitada na nuvem como se descansasse. Parecia um botão luminoso que a noite aperta. Meus olhos te apontam, misteriosa
Não acho que a Lua flutue. Quem flutua é a folha expulsa da primavera, colhida agora pela ave exclusiva do verão sem rumo. A Lua apenas enxerga
O que farei dos dias quando o tempo adoecer com a longevidade da tua ausência? O que será do silêncio forçado no desconforto? Que faço do amor, febre?
Aprendi a não me entregar à palavra em ruínas. Estou liberto do discurso. Falo a linguagem dos pássaros, quando decidem a viagem de arribação
O Nei faz poesia até em legenda de foto:
RETORNO – Imagem desta edição: Linda Fiorentino!! Pontos de exclamação deveriam fazer parte do nome de algumas pessoas.
Nei Duclós deixou um novo comentário sobre a sua postagem "POMBO CORREIO":
Grande Canga: obrigado por mais esta postagem do Outubro. Esses fragmentos, do jeito que estão apresentados, por capítulos/poemas, como este acima, fazem parte de um único romance em prosa poética, sem começo nem fim, com inúmeros personagens e narradores. Um dia sai em livro. Gracias.
Agora que ela sumiu, entendeste o que significa apocalipse?
Fiz ou disse algo errado antes da sua partida. Senão ela estaria ainda aqui e não a caminho de um lugar que eu não existo
Não quero ouvir essas canções que deixaste na despedida. Quero você antes do adeus definitivo
Foi-se embora, a peregrina. Foi algo que eu disse? Desdigo. Sou teu ventríloquo e estou pronto a me dar uma dura
Se houvesse amor no lugar da política, todos se perdoariam. Algo assombroso nasceria no perfil das montanhas que separam os países
Eu fico só, neste final de tarde, no Largo onde dançamos um tango argentino. O coreto ainda está lá, mas abandonado
Empilho a doçura que verte do teu sonho. Não tenho mais onde colocar teu açúcar
Quanto dura o tempo indeterminado?
Acho que foi um teste. Ela finge que foi embora e eu finjo que ela não foi
Pode deixar, sei como passar o tempo. Cruzo mar, decifro mistérios, inauguro cidades. Coisas simples perto desse arrebatamento por ti que me derruba
Fazes parte da nuvem. Chove quando é tarde, cobre a Lua em noite alta, pinta no crepúsculo. Cor branca no escuro, violeta em tempestade. Aliança de arco-íris
Via Lua antes da chuva. Tinha um véu à sua volta. Era um aviso de água depois do mormaço. Sua luz só mais tarde, quando te acordo, minha bela
Depois a Lua ficou deitada na nuvem como se descansasse. Parecia um botão luminoso que a noite aperta. Meus olhos te apontam, misteriosa
Não acho que a Lua flutue. Quem flutua é a folha expulsa da primavera, colhida agora pela ave exclusiva do verão sem rumo. A Lua apenas enxerga
O que farei dos dias quando o tempo adoecer com a longevidade da tua ausência? O que será do silêncio forçado no desconforto? Que faço do amor, febre?
Aprendi a não me entregar à palavra em ruínas. Estou liberto do discurso. Falo a linguagem dos pássaros, quando decidem a viagem de arribação
O Nei faz poesia até em legenda de foto:
RETORNO – Imagem desta edição: Linda Fiorentino!! Pontos de exclamação deveriam fazer parte do nome de algumas pessoas.
Nei Duclós deixou um novo comentário sobre a sua postagem "POMBO CORREIO":
Grande Canga: obrigado por mais esta postagem do Outubro. Esses fragmentos, do jeito que estão apresentados, por capítulos/poemas, como este acima, fazem parte de um único romance em prosa poética, sem começo nem fim, com inúmeros personagens e narradores. Um dia sai em livro. Gracias.
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