Por Paulo Marcondes Brincas e Rafael de Assis Horn,
Conselheiros
Federais da OAB
O Estado Democrático de Direito é o ambiente natural da advocacia,
sendo a irrestrita dedicação à causa da Justiça e da Liberdade o compromisso
maior do advogado, devendo a Ordem dos Advogados do Brasil servir como veículo
e exemplo para tanto.
Em que pese o modelo eleitoral que vigora em nossa instituição, no
qual os eleitores não têm a liberdade de escolher, dentre os vários integrantes
de cada chapa, aqueles
que possuem mais aptidão, ficando compelidos ao sistema anti-democrático
conhecido como “chapão” – com o qual os ora subscritores,
integrantes da bancada catarinense no Conselho Federal, não concordam –,
mesmo assim, é plenamente possível uma gestão mais democrática e participativa
nas seccionais da OAB, em que prevaleça o respeito à diversidade de pensamento,
o embate de ideias, a transparência, a luta pela valorização da profissão e o
combate a interesses que destoam do ideário da advocacia.
Infelizmente,
o embate democrático, o debate e as divergências de pensamento, a permitir o
aprimoramento de nossa instituição, vêm perdendo espaço na seccional
catarinense, sendo, reiteradamente, substituídos pela retaliação que a atual
Diretoria está a imprimir contra aqueles que dos atos dela discordam, olvidando
os deveres do cargo e colocando as paixões, o fisiologismo e os projetos
pessoais acima dos compromissos institucionais. Práticas que estão a
ressuscitar procedimentos próprios de regimes ditatoriais, como submeter, sem
qualquer previsão legal, presidentes de subseções a procedimentos sigilosos,
negando-lhes, em flagrante violação não apenas ao Estatuto da OAB, mas também à
própria Constituição da República, o direito de acesso a autos, rememorando-nos
os temidos processos inquisitórios.
Outrossim,
em tempos de clamor da sociedade por transparência na gestão dos recursos
públicos, caberia à nossa instituição ser a primeira a dar o exemplo e abrir
detalhadamente suas contas, para informar com clareza como contrata e como
gasta cada centavo arrecadado da advocacia catarinense, de modo a justificar a
cobrança da anuidade mais cara do país. Se tal transparência houvesse,
evitar-se-ia tanta polêmica e controvérsia acerca dos critérios utilizados pela
Diretoria da seccional catarinense para, em ano de eleição, custear viagem à
Brasília de 43 dirigentes de comissões de jovens advogados, que, recém
ingressos nos quadros da OAB e futuro da advocacia catarinense, recebem,
infelizmente, um discutível exemplo de “gestão” do dinheiro
proveniente das anuidades pagas com o trabalho do advogado catarinense.
Transparência
também se exige quando da fixação, pela Diretoria, do valor a ser repassado a
cada uma das 43 subseções, hoje feito sem critérios objetivos e sem
publicidade. É momento de cumprir o regramento estatutário e fixar, com
critérios públicos e objetivos, orçamento para cada subseção, dando-lhes a
necessária autonomia financeira, acabando de vez com o clientelismo,
assistencialismo e, principalmente, com as retaliações àqueles que não se
submetem às vontades e vicissitudes da Diretoria.
A
democracia e a transparência estão umbilicalmente conectadas à história da OAB,
sendo mais do que compromissos, mas obrigações e desejo de todo advogado
catarinense que abraça, com a razão e com o coração, a bandeira dos ideais
maiores da advocacia, representados, historicamente, com galhardia por nossa
instituição. Na convicção de que os advogados catarinenses são refratários a
práticas personalistas, e de que uma gestão democrática e transparente na OAB é
imprescindível para conferir a seus dirigentes a necessária autoridade moral
para o cumprimento de seu mister, reiteramos nosso
compromisso com tais ideais e de combate a todo e qualquer ato que deles
destoar, pois urge resgatar a posição de vanguarda que a seccional catarinense
sempre ocupou. Se a bandeira está sendo rasgada e o último bastião caindo, a
advocacia catarinense há de se levantar e promover o reencontro das práticas de
nossa instituição com seus ideais.
É uma dupla? Só andam em par?
ResponderExcluirPoderiam trazer cópia dessa posição perante o Conselho e o Ophir. Ambos teem medo da prestaçao de contas ao TCU? Por que estamos acima de todos os entes estatais e Poderes da Republica e somos os unicos que não prestam contas exceto à propria chapa q apos a eleiçao se transmuta em Conselho??? Abraço
Paulao
Tão falando que a chapa do Gean aqui na capital tem reforço do PINTO DA LUZ, porquê só assim tem chance de subir!! kkkkk Estratégia Berger!
ResponderExcluirAcrescentaria que também demonstrassem quanto receberam do Estado para manutenção da Advocacia Dativa, quanto pagaram a cada Advogado nos últimos 5 anos e o que foi feito com os 10%, percentual que recebem para sua administração.
ResponderExcluirAh tá! Um cabo de enxada para quem não tem algo de bom para realizar!!!
ResponderExcluirO que justifica desmerecer publicamente toda uma classe?
E se por acaso fosse tudo verdade, por que razão o silencio até agora? No mínimo omissão!
Que comentário infeliz?!?! Quer dizer então que os conselheiros deveriam ficar calados para sempre!
ExcluirAinda bem que tiveram a coragem de falar!