Do amigo Nei Duclós:
"Até quando durar esta ditadura, Canga. Para isso foi feito 1964, golpe de estado do coronelato civil (Lacerda, Sarney, ACM, Adhemar etc.), que usou os militares até que a farda assumisse toda a culpa do estrago - e assim poderiam ser eliminados do poder, como aconteceu em 1985. Desde 64, o poder na economia, nos governos estaduais, no Congresso sempre foi civil. A atual pseudodemocracia nada mais é do que o regime de 64 consolidado. Lembra como de 64 a 85 o poder falava em democracia,que estava defendendo a democracia? pois é essa democracia que está em vigor. Foi fácil. Anistiaram os torturadores, derrotaram a emenda Diretas-Já (com intervenção fundamental de Sarney), elegeram uma chapa por via indireta, coincidentemente o titular da chapa morreu e assumiu o ex-presidente do PDS e atual presidente do Senado. Depois, sequestraram a sigla histórica do trabalhismo, isolaram Brizola, mantiveram o sistema de representação política engessado, vincularam as eleições ao marketing milionário e à suspeita existencia das urnas eletronicas. Enquanto existir esse regime fake, eles não sairão do poder. Para isso deram o golpe de 64 e o golpe de 85. Para isso tiraram Lula do sindcalismo e o jogaram na política "onde iria se perder" nas palavras de Golbery. A corrupção existe para fazer o sistema funcionar. Faz parte. Então, ou se muda o regime para uma democracia de verdade ou eles ficarão eternamente passando o poder ancestral aos netos e netas."
Canguita.
ResponderExcluirGrande Ney Duclós. Até que enfim, uma luz da história sobre os acontecimentos tão bossais que presenciamos.
Quem enche o tanque do tanque é o civil - militar não produz nada, não é? Lembro-me do filme Jango, que vimos juntos em Sampa, 25 anos atrás, depois de uma longa caminhada pela cidade. Magalhães Pinto, num dos depoimentos, a cores, fala (e mente):"Financiei a Revolução e não recebi nada até agora". Claro que recebeu, e muito. Me lembro também do gangster Roberto Campos participando da tomada do poder...
Como é que poderíamos ter um outro sistema de representação política e uma outra Justiça?
Somos 200 milhões de brasileiros. Um por cento - 2 milhões - fica com 40% da renda do País. Outros 10% com mais 35% da renda. Ou seja, 175 milhões de brasileiros brigam feio por restos.
Um por cento dos proprietários rurais têm 50% das terras - não por acaso, as melhores.
Os privilegiados, agentes do grande negócio internacional, nosso faustoso primeiro mundo daqui mesmo, aguentaria uma Justiça de verdade? É possível eleger um Congresso, Assembléias Legislativas, Câmaras Municipais realmente interessadas em construir uma Nação?
Décio Freitas, grande historiador gaúcho, falava que "temos as elites mais competentes do Rio Grande(fronteira do México com os EUA) para baixo. Competente para manter seus interesses - somos o único País desses todos que não vivemos uma guerra civil. E dotadas de uma enorme capacidade de antecipação das jogadas". Como mostra o Nei Duclós.
São 509 anos de história. O primeiro curso superior que tivemos foi de Direito - ou seja, para se construir este país assim. Bem assim.
As coisas estão como estão não em vão.
Dario