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CARNAVAL
Todo o ano parece a mesma coisa, mas não é. Sim, tenho uma vaga lembrança de um carnaval em que, com menos de dez anos, saí fantasiado de chinês, junto com o meu irmão. Naquele tempo o lança-perfume era permitido e, com exceção de um ardor nas vistas porque um filho da mãe me borrifou a cara, não me lembro de outro efeito colateral.
Por que, chinês? A escolha não foi minha. Talvez, arrisco, para sair do lugar comum.
Fugir de um estereótipo criando outro. Paradoxal. Cretino. Ridículo.
Hoje, se tivesse a mesma energia, sairia de palhaço. Está certo, tem de ter talento para ser palhaço. O estereótipo novamente. Não me sinto engraçado e nem fazendo graça, mas não sei por que, tenho a sensação de que alguém está rindo... Tem sempre alguém rindo ali nos bastidores...
Está bem, moro em um lugar aonde as pessoas vêm passar as férias. Estou tão habituado que nem percebo mais. Quer dizer, deixei de me assombrar, aparentemente. Sei que não é verdade, mas preciso me atochar de heroísmo para manter tudo funcionando. Para parecer ser um cidadão normal – como diria o Raul Seixas - Sei como tudo funciona e isso é chato.
O trânsito flui dos dois lados, se por um acaso o fluxo parar porque alguém está manobrando o carro no meio da pista, sei que a placa do veículo é de São Paulo; se dois automóveis andarem no mesmo sentido, lado a lado, com alguém de um veículo conversando com o outro como se estivessem sozinhos na rua, os dois carros tem a placa do Rio de Janeiro; se houver uma fila quilométrica atrás de um carro à 20km/h, a placa é da Argentina; metade do carro em cima da calçada e aparentemente perdido, é baiano; parado no meio da pista e querendo uma informação, mas sem pressa, é mineiro; estacionado embaixo de uma árvore e procurando um lugar para fazer um fogo, é gaúcho; dois veículos parados com os porta-malas aberto e tocando músicas diferentes aporrinhando todo o mundo, são goianos... Os famosos agro-boys (ou será bois?) do cacete... Ah! Se a mulher estiver toda paramentada, como se estivesse indo para uma festa, embora vá à praia, com direito a jóias e tornozeleira, well, 100 contra um, é do Paraná, está bem, eu sei, é de Curitiba...
Tristes Trópicos diria o Levi Strauss... Dura punição para quem mora no paraíso, digo eu...
A mulher que penso, saiu da capa de uma revista da moda, liga dizendo que está com saudades... Um dos filhos foi para uma praia, o outro saiu com os amigos para outra praia e o marido foi pescar... Puta que os pariu penso, o que está acontecendo com o mundo? Ninguém mais tem consciência do “estar aqui”... Lamento não possuir sensibilidade para este apelo (vai acento aí ou não?), mas gostaria de me apaixonar, palavra, gostaria mesmo... Pouca coisa me comove... Depois que tive a certeza de que não há saída (a não ser, como se dizia na época da estratocracia, o Galeão ou no caso aqui, o aeroporto Hercílio Luz)... A última vez que me enterneci, foi com a morte de um amigo do meu filho... Porque eles são jovens, a juventude me comove... Mas nós não conseguimos melhorar o mundo para eles, aliás, acredito que o pioramos...
Na Academia Catarinense de Letras, um desembargador aposentado forja o voto (de um acadêmico que não foi votar, não enviou o voto e nem poderia por estar como mal de Alzheimer), o cara faz isso depois de estar aposentado, imagine o que fez quando estava na ativa... A prefeitura de São José faz uma licitação para a decoração de carnaval de um clube, uma casa e um camarote... Dois dias antes de se abrir os envelopes, a “empresa” de um funcionário da mesma prefeitura já está trabalhando na área... Espera aí, os envelopes sequer foram abertos e já se sabe quem levou o “presente” superfaturado, para variar, foram R$280 mil desta vez... Como é que eu sei? Antes de ser escritor, sou jornalista...
Em qual patife vamos votar para presidente do País? Quero dizer, para governador do Estado? Digo, para prefeito? Não, para diretor do clube? ... Pô! Desculpem, estou me repetindo!
Alberto deixou um novo comentário sobre a sua postagem "DIÁRIO DA PROVYNCIA V": Vote naquele que esta sendo perseguido e massacrado pela grande mídia, sem que haja motivo plausível para tal perseguição. Este sera o menos patife para se votar.
Victor deixou um novo comentário sobre a sua postagem "DIÁRIO DA PROVYNCIA V": Pois eu vou fazer melhor, Vou anular o meu voto. Pena não ser mais a época do papel e caneta, senão riscaria a cédula todinha, de tanta raiva. A gente vê o que está acontecendo no DF (ainda que duvide de uma punição ao final) mas pergunta: pôxa, como é que lá eles conseguiram, e aqui fazem uma atrás da outra e nunca dá em nada? Aqui, o bigodudo que inventou a receita dessa tríplice (quádrupla, quíntupla..)GELÉIA GERAL é quem tá rindo, Olsen.
Sérgio Rubim, salve!
ResponderExcluir... Boa essa ilustração...
Não consigo parar de rir...
Mas, cá entre nós, acho que estou bem na foto, assim, digamos, como um velho e sábio senhor do Oriente...
Abração!
Vote naquele que esta sendo perseguido e massacrado pela grande mídia, sem que haja motivo plausível para tal perseguição. Este sera o menos patife para se votar.
ResponderExcluirAlberto
Pois eu vou fazer melhor, Vou anular o meu voto. Pena não ser mais a época do papel e caneta, senão riscaria a cédula todinha, de tanta raiva. A gente vê o que está acontecendo no DF (ainda que duvide de uma punição ao final) mas pergunta: pôxa, como é que lá eles conseguiram, e aqui fazem uma atrás da outra e nunca dá em nada? Aqui, o bigodudo que inventou a receita dessa tríplice (quádrupla, quíntupla..)GELÉIA GERAL é quem tá rindo, Olsen.
ResponderExcluirJá eu vou votar na dupla aqui abaixo: LINO e LENO!
ResponderExcluirVotar em algúem perseguido pela mídia também é um perigo. Por enquanto, voto nulo. E quero já a intervenção em todos os poderes. Não sei como.
ResponderExcluirVirson